Artigos críticos, semicríticos e não críticos! Você sabe aplicar essa classificação?

Você sabe o que é artigos críticos, semicríticos e não críticos?

Sabemos que após a realização de qualquer procedimento de saúde, os materiais utilizados passam a conter matéria orgânica com sangue, pus, fezes ou lubrificantes, mesmo que invisíveis a olho nu.

Essa matéria orgânica promove a formação do biofilme, que é uma organização das bactérias que adere na superfície úmidas formando uma colônia protegida por uma matriz.

Essa matriz impede a entrada de de antibióticos, protegendo as bactérias, fazendo com que esses materiais, mesmo depois de lavados e limpos, promovam infecção hospitalar.

Dessa maneira, depois de lavados e limpos, esses materiais necessitam de passar por processamento de desinfecção e esterilização, a fim de eliminar essas bactérias.

Além das bactérias, ainda temos outros microrganismos causadores de doenças, como os fungos, algas, protozoários e vírus.

Artigos críticos, semicríticos e não críticos: Como classificar?

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Sabe-se que o Centro Cirúrgico necessita de utilizar instrumentos isentos de microrganismos para que não haja transmissão de infecções.

A Central de Material de Esterilização (CME) é o setor responsável por receber os instrumentos contaminados e processar esses instrumentos de modo que eles possam voltar a entrar em contato com o paciente com segurança.

Para facilitar o processamentos dos artigos hospitalares, é utilizada a classificação de Spaulding que trata dos artigos críticos, semicríticos e não críticos.

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O que são artigos críticos?

Os artigos críticos são aqueles que apresentam um alto risco de infecção, caso estejam contaminados com algum microrganismo.

Com relação ao conceito de artigo crítico, trata-se de todo instrumento cirúrgico que entra em contato com o tecido estéril ou com o sistema vascular.

Em outras palavras, são considerados como artigos críticos todos os materiais que são utilizados em procedimentos invasivos, ou seja, aqueles que penetram a pele e mucosas adjacentes, tecidos abaixo da pele e sistema vascilar.

Esses instrumentos necessitam de ser esterilizados, uma vez que qualquer microrganismo que esteja presente neste instrumental cirúrgico, é capaz de promover contaminação dos tecidos estéreis durante o procedimento cirúrgico.

Caso contrário, o artigo provocaria uma infecção causando uma doença de modo imediato.

Exemplos de artigos críticos

  • Instrumentos cirúrgicos;
  • Cateteres cardíacos e urinários;
  • Implantes;
  • Agulhas;
  • Cateteres intravasculares;
  • Equipos de solução;
  • Torneirinhas;
  • Sondas de ultrassom quando usados em tecidos estéreis.

O que são artigos semicríticos?

Os artigos semi-críticos são aqueles que entram em contato com mucosas ou com a pele não íntegra.

Essa categoria inclui:

  • Equipamentos de terapia respiratória e anestésica, que inclui alguns endoscópios e lâminas de laringoscópio;
  • Sondas de manometria esofágica;
  • Citoscópios;
  • Cateters de manometria anorretal;
  • Equipamentos de anestesia;
  • Anéis de ajuste de diafragma.

Os artigos semicríticos exigem no mínimo desinfecção de alto nível com desinfetantes como peróxido de hidrogênio, glutaraldeído, ácido peracético com peróxido de hidrogênio e orto-ftalaldeído (FDA).

A desinfecção de alto nível é caracterizada pela eliminação completa de todos os microrganismos, exceto de alguns esporos bacterianos.


O que são artigos não críticos?

Os artigos não críticos são aqueles que entram em contato com a pele intacta, mas não com membranas mucosas.

A explicação está na proteção que a pele intacta apresenta. Ela atua como uma barreira muito efetiva contra a maioria dos microrganismos.

Portanto, não é necessário esterilizar os artigos hospitalares que entram em contato a pele íntegra.

Podemos dividir os artigos não críticos de atendimento ao paciente e superfícies ambientais não críticas.

Exemplos de artigos não críticos de atendimento ao paciente:

  • esfigmomanômetro;
  • estetoscópio;
  • comadres;
  • papagaios;
  • termômetros;
  • muletas;
  • computadores.

Exemplos de superfícies não críticas

  • Grades do leito;
  • Mesa de cabeceira

Superfícies ambientais não críticas podem contribuir com a infecção hospitalar secundária, através da contaminação das mãos dos profissionais de saúde ou de equipamentos médicos que entram em contato com os pacientes.

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Referência Bibliográfica

Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies/Agência Nacional de Vigilância Sanitária. – Brasília: Anvisa, 2012. 118 p. Disponível em:  <http://portal.saude.pe.gov.br>. Acesso em 02 de out. de 2019.

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Marcus Vinícius

Enfermeiro, Servidor Público, Coordenador Técnico do CAPS 1 de Lagoa da Prata-MG, empreendedor e blogueiro que dedica parte do seu tempo para a partilha de material de grande qualidade relacionados a Enfermagem e Sáude Pública.

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