Você sabe o que é flebite?
Flebite
Você sabe o que é flebite?
A flebite é uma das complicações locais mais frequentes e graves relacionadas ao cateterismo intravenoso periférico.
É caracterizada pela inflamação da parede interna da veia, com sintomas de edema, dor e eritema ao redor do local que foi inserido o cateter ou ao longo do trajeto do vaso, podendo formar um cordão fibroso palpável.
É importante mencionar que, realizar a prevenção de flebite, é uma das diretrizes do Programa Nacional de Segurança do Paciente, reduzindo ao máximo os danos ao paciente, na assistência á saúde.
Conforme dados da Infusion Nurses Society, a taxa de incidência da flebite, deve estar abaixo de 5%, para um determinado grupo populacional.
Assim, os cuidados de enfermagem dispensados ao paciente com a finalidade de garantir a segurança e reduzir a incidência de flebite nos serviços de saúde, é fundamental.
Quais são os fatores de risco?
Os fatores de risco são:
- Tempo de permanência do cateter (acima de 48 horas de infusão);
- Realizações de infusão rápida de fármaco com alta osmolaridade;
- Local de punção (articulações por exemplo, não devem receber punção venosa);
- Tempo de internação;
- Uso de antibióticos;
- Intervenção de urgência;
- Numero de punções por paciente;
- Sexo.
Classificação
A flebite pode ser classificada quanto aos sinais clínicos e quanto aos fatores causais.
Classificação da flebite quanto aos fatores causais
A flebite é classificada quanto a sua causa em:
- Flebite mecânica;
- Flebite bacteriana;
- Flebite pós-infunsional;
- Flebite química.
Flebite mecânica
A flebite mecânica é causada por trauma durante a inserção do cateter na parede do vaso ou pela movimentação do cateter durante o uso.
Flebite bacteriana
A flebite bacteriana ocorre devido a quebra da técnica asséptica durante a inserção do cateter intravenoso periférico.
Flebite pós-infusão infusional
Flebite pós-infusão infusional é inflamação da veia que surge após encerramento da infusão e da retirada do cateter, comumente identificada dentro de 48 horas após a remoção do cateter intravenoso periférico
Flebite química
Flebite química ocorre devido a uma irritação provocada pela infusão de líquido ou soluções com baixa solubilidade, alto muito baixo, alta osmolaridade e presença de pequenas partículas na solução.
Classificação quanto aos sinais e sintomas
Os sinais e sintomas é variável em cada paciente e por isso é interessante realizar a classificação da lesão em graus de gravidade.
- Grau 0 – Ausência de sinais clínicos de inflamação local;
- Grau 1 – Presença de coloração avermelhada (eritema) ao redor dos cateteres intravenosos periféricos, sem ou com a presença de dor local;
- Grau 2 – Dor no local do acesso, com presença de eritema e/ou edema;
- Grau 3 – dor local local com eritema, endurecimento, formação de cordão venoso periférico palpável (estria);
- Grau 4 – dor local com eritema, endurecimento e formação de cordão palpável maior que 1 polegada (2,54 cm) com drenagem purulenta.
Como prevenir?
A prevenção ocorre através da realização da técnica correta de punção venosa periférica.
Deve-se, antes e após a realização da punção e manuseio do cateter venoso, realizar a higienização das mãos com clorexidina degermante a 2% ou com álcool a 70%, quando as mãos não estão visivelmente sujas.
Além disso, o profissional de enfermagem deve selecionar o cateter venoso periférico de acordo com o objetivo pretendido, com viscosidade do fluido, da duração da terapia, dos componentes do fluido e das condições do do acesso venoso.
É importante dizer que em pacientes adultos, a punção do cateter deve ser realizada sempre na extremidade superior, pois quando a inserção do cateter é realizada nos membros inferiores, há um maior risco de trombose.
Já em crianças, o acesso venoso periférico pode ser realizado nos membros inferiores e na região da cabeça.
Outra recomendação importante é que, para prevenir a flebite, deve-se evitar áreas de articulações e evitar colocar a mão no o local da punção, após aplicação do antisséptico.
É recomendado também, optar pelo curativo de filme transparente, sendo necessário trocá-lo a cada 7 dias ou antes da data estipulada, ou mesmo se o curativo estiver sujo.
Quando ao esparadrapo para realizar a fixação do curativo, é necessário trocá-lo diariamente, após o banho, observando as orientações de trocas de equipos e conexões da CCIH.
Além disso, as conexões devem ser desinfetadas com álcool 70%, através de fricção vigorosa, com no mínimo três movimentos rotatórios, usando uma gaze limpa.
Além disso, se realizar a limpeza e desinfecção da superfície do painel das bombas de infusão a cada 24 horas e durante a troca do paciente. Deste modo, a equipe de enfermagem deve se atentar para troca do cateter venoso periférico em tempo hábil.
Caso o cateter venoso seja confeccionado em teflon, deve ser trocado em até 72 horas. Se o cateter venoso periférico for confeccionado em deflon, deve ser trocado a cada 72 horas.
Outra orientação extremamente importante, é a realização do teste de flebite a cada 6 horas, diariamente.
Como é realizado o tratamento?
Após identificar a presença de flebite, a primeira ação deve ser providenciar a retirada imediata do cateter.
Inicialmente deve-se aplicar compressas frias no local afetado. Para a diminuição da dor e mais tardiamente, deve-se aplicar compressas mornas para promover a vasodilatação e reduzir o edema.
O membro afetado deve ser elevado para diminuir e a diminuição do inchaço.
Deve também ser administrado analgésicos anti-inflamatórios e antibióticos, quando eles foram prescritos.
Assim, saber o que é flebite e como evitar, é uma habilidade necessária que o profissional de enfermagem deve ter.
Referências Bibliográficas
ENES, Sandra. Et Al. Flebite associada a cateteres intravenosos periféricos em adultos internados em hospital da Amazônia Ocidental Brasileira. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, V.50, nº2, p-263-271, Março, 2016. Disponível em <https://www.scielo.br/>. Acesso em 18 abril de 2021.
FREITAS, Ana Paula. Et Al. Fatores de risco para o desenvolvimento da
flebite: revisão integrativa da literatura. Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, V.38, nº7, 2017. Disponível em <https://www.scielo.br/>. Acesso em 18 abril de 2021.