Câncer de mama

O câncer mais temido entre as  mulheres é o câncer de mama, devido a uma alta frequência e, sobretudo pelos seus efeitos psicológicos, que afetam a própria imagem corporal e a percepção da sexualidade.

Importância do Diagnóstico Precoce

Quando diagnóstico precocemente, as chances de cura do câncer de mama são grandes, no entanto, quando o tumor atinge tamanhos superiores a 1 cm, as chances de regressão diminuem drasticamente.

Antes de atingir 1 cm, o tumor não pode ser palpado pelo exame clínico e por isso a mamografia é fundamental para o diagnóstico precoce, pois com este exame é possível a visualização de tumores bem pequenos imperceptíveis à palpação da mama.  

Vale ressaltar que após o tumor atingir 1 cm, o crescimento do mesmo torna-se cada vez mais acelerado, sendo que em 3 a 4 meses, o tumor dobra-se de tamanho.

Além disso, em 3 a 4 anos depois da descoberta do tumor, geralmente acontece a invasão de outros órgãos e tecidos, a chamada metástase.

E tudo isso pode ser evitado através do diagnóstico precoce por meio da mamografia que possibilita a visualização de tumores em tamanhos bem pequenos, possibilitando um tratamento mais efetivo para a cura da doença.

Estatísticas

É por meio de dados estatísticos que se analisa a magnitude de um problema de saúde.

Neste sentido, achamos prudente trazer alguns dados sobre o câncer de mama que ocorreram em território brasileiro, cujas fontes são confiáveis.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer – INCA (2018), no ano de 2018, 59.700 mulheres tiveram diagnóstico de câncer de mama.

O câncer de mama  é  a primeira causa de câncer em mulheres no Brasil.

Ainda segundo o mesmo o INCA, no ano de 2018, ocorreram 16.724 óbitos por câncer de mama em mulheres brasileiras.

Neste sentido, o Ministério da Saúde faz recomendações para o diagnóstico precoce, visto que o câncer de mama em fase inicial tem regressão em quase a totalidade dos casos.

O  diagnóstico precoce é portanto fundamental para se evitar tantas mortes.


SINTOMAS DO CÂNCER DE MAMA

O sintoma mais comum do câncer de mama é a presença de um nódulo, duro, indolor e irregular. No entanto, há tumores que são de consistência brandos, bem definidos e globosos.

Os demais sinais de câncer de mama são:

  • Retração cutânea;
  • Edema cutâneo semelhante à casa de laranja;
  • Dor (estágios mais tardios, nódulos são indolores);
  • Inversão do mamilo;
  • Descamação ou ulceração do mamilo;
  • Hiperemia; e
  • Secreção papilar, especialmente quando é espontânea e unilateral..

Características da secreção mamilar no câncer de mama

A secreção mamilar geralmente é transparente, mas pode ter coloração avermelhada ou rósea devido à presença de glóbulos vermelhos.

Além disso, podem desenvolver linfonodos palpáveis na axila.


FATORES DE RISCO

Conhecer os fatores de risco para o câncer de mama é fundamental para conhecer os grupos riscos e estabelecer estratégias de prevenção da doença.

Neste sentido, os principais fatores de risco para o câncer de mama são:

  • História familiar – Risco aumentado quando há parentes de primeiro grau (mãe ou irmã) que foram acometidos com câncer de mama antes dos 50 de idade. É importante mencionar que apenas 10% do total dos canceres de mama correspondem ao caráter familiar;
  • Idade – Quanto maior a idade maior o risco (70% dos canceres de mama ocorrem após os 50 anos de idade);
  • Menarca precoce;
  • Menopausa tardia;
  • Ocorrência da primeira gravidez após os 30 anos;
  • Nuliparidade; e
  • Exposição à radiação;
  • Obesidade;
  • Sedentarismo;
  • Terapia de reposição hormonal;
  • Associação ao uso de contraceptivos orais.

MÉTODOS PARA DIAGNÓSTICO DO CÂNCER DE MAMA

O diagnóstico precoce do câncer de mama é o meio mais eficaz para evitar os casos graves da doença. Neste sentido utiliza-se três métodos para o diagnóstico:

  1. Exame clínico das mamas;
  2. Mamografia;
  3. Autoexame das mamas.

Agora vamos falar sobre cada um deles!

Exame Clínico das Mamas

O exame clínico das mamas é realizado por enfermeiros e médicos através da anamnese e exame físico e tem a finalidade de:

  • Detectar anormalidades na mama;
  • Avaliar sintomas referidos na paciente ;
  • Encontrar cânceres da mama palpáveis em um estágio precoce de evolução.

Mamografia

A mamografia é conceituada como uma radiografia da mama que tem a finalidade de detectar precocemente o câncer, ainda em estágio inicial de evolução (alguns milímetros de tamanho).

Neste exame, é utilizado um mamógrafo, aparelho de raio x apropriado, em que a mama é comprimida de forma a oferecer imagens de todo o tecido mamário.

 

Auto-Exame das Mamas

o Auto-exame das mamas não deve ser utilizado isoladamente no diagnóstico do câncer de mama, uma vez que permite somente a palpação do tumor quando este está acima de 1 cm de diâmetro, num estágio mais tardio da doença e prognóstico ruim.

Além disso, o auto-exame é importante para que a mulher conheça melhor o seu próprio corpo. Assim, qualquer alteração é percebida pela mulher e poderá ser relatado ao médico ou enfermeiro.

O auto-Exame das mamas deve ser realizado apenas em caráter complementar no mínimo uma vez ao mês em mulheres com mais de 40 anos de idade.

A auto-palpação da mamas deve ser realizada pela mulher sempre que ela se sentir confortável como no banho, momento de troca de roupa ou em outra situação do cotidiano.

Não é necessário repassar nenhuma técnica para a mulher, valorizando-se a descoberta casual de pequenas alterações situadas na mama.

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Câncer de Colo de Útero


RECOMENDAÇÕES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE

Agora vamos estudar os três métodos de diagnóstico conforme as recomendações do Ministério da Saúde!

Este tema é bastante cobrado em provas de concursos e residencias, portanto sugiro que atente-se a todos os detalhes, principalmente os números.

Exame-Clínico das Mamas

É indicado para todas as mulheres com idade maior ou igual a 40 anos, com periodicidade anual, sendo necessário realizar:

  • A inspeção estática;
  • Inspeção dinâmica; e
  • Palpação das mamas e das cadeias ganglionares axilares e supraclaviculares.

Inspeção estática

Para realizar a inspeção estática, o examinador deve pedir para que a paciente sente com os braços pendentes ao lado do corpo ou manter os braços elevados sobre a cabeça.

O Objetivo é identificar sinais na mama que são sugestivos de câncer, tais como ulcerações cutâneas e alterações no contorno da mama.

O examinador deve comparar as duas mamas a fim de identificar assimetrias, diferenças na textura, na cor da pele e padrão de circulação venosa.

Inspeção dinâmica

Para realizar a inspeção dinâmica, solicitar à mulher para que:

  • Eleve e abaixe os braços lentamente;
  • Realize contração da musculatura peitoral, apertando as palmas das mãos uma contra a outra adiante do tórax, ou colocar as mãos no quadril, uma de cada lado, realizando uma compressão.

Palpação

A palpação visa examinar todas as áreas do tecido mamário e o linfonodos (cadeias ganglionares auxiliares e cadeias ganglionares supraclaviculares).

Como realizar a palpação das cadeias ganglionares axilares?

Para realizar a palpação das cadeias ganglionares axilares, pede-se para que a paciente fique na posição sentada, com o braço homolateral relaxado e o antebraço repousando sobre o antebraço homolateral do examinador.

Como realizar a palpação das cadeias ganglionares supraclaviculares?

Para realizar a palpação das cadeias ganglionares supraclaviculares, pede-se para a paciente ficar na posição sentada, mantendo a cabeça semifletida e com uma leve inclinação lateral.

Como realizar a palpação das mamas?

A palpação das mamas deve ser realizada com a paciente em decúbito dorsal, com a mão correspondente a mama a ser examinada apoiada na cabeça.

Deve-se avaliar toda a extensão na mama aplicando três tipos de pressão:

  • baixa – avalia tecido subcutâneo;
  • média – avalia nível intermediário; e
  • profunda – avalia o nível profundo (parede torácica).

Durante a palpação, faz-se movimentos circulares utilizando as polpas digitais dos 2º, 3º e 4º dedos da mão como se estivesse contornando os lados de uma moeda.

É importante ressaltar que, ao palpar a aréola e mamilo, não se deve comprimir.

É preciso fazer o exame-clínico das mamas em mulheres mastectomizadas?

No caso de mulheres mastectomizadas, deve-se realizar a palpação da parede do tórax, pele e cicatriz cirúrgica.

Durante a palpação, é preciso observar alterações como a temperatura da pele e presença de nódulos. caso haja nódulos, deve-se colher informações quanto a:

  • tamanho;
  • contorno;
  • consistência;
  • superfície;
  • localização; e
  • mobilidade.

Verificação de descarga papilar (expressão do mamilo).

Deve-se aplicar compressão unidigital suave sobre a região da aréola, contornando a papila.

Em seguida, deve-se anotar se há presença de saída de secreção, como:

  • se é uni ou bilateral;
  • uni ou multiductal;
  • provocada por compressão ou espontânea;
  • coloração; e
  • se há relação com algum nódulo palpável.

Mamografia

A mamografia é indicada para mulheres entre 30 e 49 anos de idade que apresentem alterações no exame clínico das mamas. Caso não haja alterações não é indicada a mamografia para essa faixa etária.

Para mulheres na faixa etária entre 50 e 69 anos, deve-se realizar a mamografia com intervalo máximo de 2 anos entre os exames.

Além disso, a mamografia também é indicada para mulheres que apresentam  história familiar de câncer de mama em parentes de primeiro grau antes dos 50 anos. Elas deverão fazer a mamografia anualmente.

Exame Clínico das Mamas e Mamografia

O exame clínico das mamas e mamografia devem ser realizados anualmente em mulheres com idade igual ou superior a 35 anos, pertencentes a grupos que estão em risco elevado para o desenvolvimento do câncer de mama.

Vale ressaltar que o Exame Clínico das mamas faz parte do atendimento integral da mulher devendo também ser realizado em todas as consultas clínicas da mulher independente da idade.

IMPORTANTE:

Mulheres com menos de 35 anos e sem fator de risco, não necessita de exame periódico de mamografia.


GRUPO DE RISCO PARA O CÂNCER DE MAMA

São eles:

  • Mulheres com história familiar de, pelo menos, um parente de primeiro grau (filha, irmã ou mãe), com diagnóstico de câncer mama, com idade inferior a 50 anos;
  • Mulheres com história familiar de, pelo menos, um parente de primeiro grau (filha, irmã ou mãe), com diagnóstico de câncer mama bilateral, câncer de ovário, em qualquer idade;
  • Mulheres com história de câncer de mama em homens;
  • Mulheres com diagnóstico de lesão mamária proliferativa com neoplasia lobular in situ ou atipia.

RELEMBRANDO: QUANDO REALIZAR A MAMOGRAFIA?

A mamografia é indicada para:

  • Todas as mulheres entre 30 e 49 anos que apresentarem alterações no exame clínico das mamas;
  • Todas as mulheres entre 50 e 69 anos com intervalo mínimo de dois anos entre os exames;
  • Todas as mulheres com história familiar de câncer de mama em parentes de primeiro grau antes dos 50 anos. Elas deverão fazer mamografia anualmente;
  • Todas as mulheres com idade superior a 35 anos, pertencente ao grupo de risco para o câncer de mama, deverão realizar anualmente o exame clínico das mamas e a mamografia.

Resultados do Exame Mamográfico

O Caderno de Atenção Básica de nº13 do Ministério da Saúde, elenca os resultados do exame mamográfico de acordo com a classificação do Breast Imaging Reporting and Data System (BI-RADS).

Este sistema utiliza categorias de 0 a 6 para descrever os achados. Em cima de cada categoria há recomendações.

Veja a tabela abaixo:

Fonte: BRASIL, 2013.

De forma resumida, a classificação de nódulos por meio da BRADS é:
0 – Incompleto;
1 – Negativo;
2 – Benigno;
3 – Provavelmente benigno;
4 – Sugestivo de anormalidade;
5 – Altamente sugestivo;
6 – Confirmado.


Metas para o controle do Câncer de mama

Segundo a portaria de nº399, de 22 de fevereiro de 2006, a meta para o câncer de mama é:

  • Ampliar em 60% a cobertura para de momografia e;
  • Realizar a punção em 100% dos casos necessários.

Outros resultados: Doença Proliferativa Benigna da Mama

Em biópsia, além do câncer de mama, podem ser encontrados outros dois tipos de diagnósticos. São eles: 

  1. A hiperplasia atípica – Trata-se de um aumento anormal das células lobulares e ductais da mama;
  2. O carcinoma lobular in situ – É um achado acidental pois não é diagnosticado nem por nódulo palpável e nem pode ser observado em mamografia.

Tanto a hiperplasia atípica quando o carcinoma lobular in situ aumentam o risco para o desenvolvimento do câncer de mama, no entanto não são consideradas precursores obrigatórios para o desenvolvimento carcinoma invasivo.

 

Fonte 

BRASIL, Ministério da Saúde. Caderno de Atenção Básica de nº 13 (Controle dos Cânceres do Colo de Útero e da Mama); . Disponível em <http://bvsms.saude.gov.br>. Acesso em 03 de jan. de 2019.

BRASIL, Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva INCA. A situação do Câncer de Mama no Brasil. Rio de Janeiro, 2019, 85 p.

Marcus Vinícius

Enfermeiro, Servidor Público, Coordenador Técnico do CAPS 1 de Lagoa da Prata-MG, empreendedor e blogueiro que dedica parte do seu tempo para a partilha de material de grande qualidade relacionados a Enfermagem e Sáude Pública.

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