O que causa o choque hipovolêmico?
- Quadros diarreicos;
- Desidratação;
- Hemorragias.
Este tipo de choque é frequente em pacientes vítimas de pancadas fortes como em acidentes de transito e queda de grandes alturas. Também podem surgir durante cirurgias.
Deste modo, são diversas as causas de hemorragias que podem levar ao choque, como:
- Feridas com cortes profundos;
- Hemorragias internas provocadas por acidentes.
- Úlceras.
A desidratação por sua vez, leva a uma diminuição de sangue circulante, e em casos graves, levam ao choque. Podem ser causas de desidratação a diarreia prolongada e queimaduras extensas.
O tratamento deve ser imediato e para evitar as suas consequências graves é necessário encaminhar de forma rápida ao hospital para iniciar o quanto antes a transfusão sanguínea ou a administração de soro por via endovenosa, além de tratar a causa.
Quais são os sinais e sintomas?
Os principais sinais e sintomas do choque hipovolêmico são:
- Dor de cabeça constante (cefaleia);
- Cansaço excessivo;
- Náuseas e vômitos;
- Vertigem;
- Pele fria e pegajosa;
- Vômitos;
- Confusão mental;
- Cianose;
- Sudorese
- Taquicardia;
- Taquipneia;
- Sede;
- Pulso filiforme;
- Pressão arterial baixa;
- Perfusão capilar lenta ou inexistente.
É preciso ficarmos atento ao abordar um paciente que sofreu algum acidente com estes sinais. O rebaixamento do nível de consciência após confusão mental é um sinal de gravidade de choque hipovolêmico.
Fisiopatologia do choque hipovolêmico
A fisiopatologia envolve os seguintes eventos:
- Acidente traumático (ou outra causa).
- Perda de sangue maior que 40%
- Diminuição da pré-carga
- Redução do retorno venoso
- Hipotensão e queda do débito cardíaco
- Diminuição da perfusão coração e cérebro
Agora vamos estudar cada um desses eventos!
Acidente traumático
Uma das maiores causas do choque hipovolêmico é a hemorragia.
Num adulto, a volemia total representa 5 a 6 litros de sangue. Uma perda 40%, ou seja, 2 ml de sangue, faz com que o paciente entre num quadro de choque hipovolêmico resultando num diminuição da pré-carga ventricular.
Diminuição da pré-carga
Com a perda excessiva de sangue, ocorre uma diminuição na pré carga cardíaca.
Mas o que é pré-carga?
Pré-carga é pode ser definida como capacidade máxima de estiramento dos ventrículos, ou seja, no momento em que o coração recebe o sangue, o os ventrículos apresentam uma distensão máxima, o que permite um armazenamento máximo de sangue durante a sua diástole (relaxamento do tecido muscular cardíaco).
Assim, quando o paciente perde sangue, a pré-carga diminui pois não há pressão suficiente para encher os ventrículos.
Redução do retorno venoso
Se o coração não consegue realizar uma pressão sanguínea suficiente para que o sangue alcance todos os órgãos, haverá consequentemente uma diminuição da pressão sanguínea responsável por levar de volta ao coração o sangue que se encontra nos tecidos, gerando assim a diminuição do retorno venoso.
Em outras palavras, se há pouco sangue no coração, há pouco sangue para bombear para os tecidos, e consequentemente, haverá pouco sangue para retornar ao coração.
Hipotensão e queda do débito cardíaco
A hipotensão e a queda do débito cardíaco são consequências da hipovolemia.
Como isso ocorre?
Primeiro é preciso entender o que é o débito cardíaco e hipotensão.
O débito cardíaco pode ser conceituado como a quantidade de sangue ejetada pelo coração a cada minuto e a hipotensão é uma redução da pressão sanguínea gerada nas paredes dos vasos que surge em decorrência da diminuição da volemia.
Consequentemente há uma diminuição da perfusão sanguínea em órgãos nobres como cérebro, pulmões e coração, levando a consequências sérias no organismo.
Vale ressaltar que o primeiro sinal de diminuição da perfusão sanguínea cerebral é o aparecimento de confusão mental e letargia, uma vez que não está chegando uma quantidade suficiente de sangue no cérebro de modo que a oferta de oxigênio é insuficiente para o funcionamento pleno neuronal.
Além disso, outro sinal de diminuição da volemia é a oligúria.
A oligúria é provocada pela diminuição de sangue que chega aos rins, e ao filtrar menos sangue, os rins produzem menor quantidade de urina.
Perfusão sanguínea
Vale ressaltar que a produção de urina é uma das melhores formas de avaliar a perfusão sanguínea.
Se o paciente tem bom volume urinário, significa que as células estão bem perfundidas.
Por outro lado se o paciente tem baixa produção de urina, aí sim devemos nos preocupar.
A oligúria é um bom indicativo de que a perfusão orgânica está prejudicada.
Vasoconstricção periférica
O quadro de hipotensão e a queda do débito cardíaco gera um quadro de vasoconstrição periférica.
Mas o que é vasoconstricção periférica?
Vasoconstricção periférica é a contração dos músculo liso contido na parede dos vasos sanguíneos periféricos promovendo uma maior concentração de sangue nos vasos centrais do corpo de modo a sustentar a perfusão sanguíneo dos órgãos vitais como coração, pulmão e cérebro.
A vasoconstricção nada mais é que um sistema compensatório do organismo de modo a evitar a morte, e é estabelecido através da ativação do sistema nervoso autonômico simpático.
Os sinais clássicos de choque como a palidez cutânea e pele fria e pegajosa são provenientes desse mecanismo.
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