Vamos falar de diarreia e desidratação?
Uma das principais causas de mortalidade infantil no Brasil, especialmente nas crianças menores de seis meses de idade, e que não estão em aleitamento materno exclusivo, é a diarreia e desidratação.
Trata-se de um grande problema saúde em crianças pequenas e é um enorme problema em crianças que não estão em aleitamento materno exclusivo.
Para começar, vamos ao conceito de Diarreia. Por definição, diarreia é a eliminação de fezes com maior quantidade de água do que o normal.
Em muitas regiões, a diarreia é definida como a presença de três ou mais evacuações amolecidas em um período de vinte e quatro horas,
Isso acontece pela falta da absorção da água devido ao peristáltico acelerado do trato gastrointestinal gerando uma diarreia osmótica, caracterizada por evacuações amolecidas ou aquosas.
É importante salientar que, evacuar várias vezes ao dia, com fezes de aspecto normal, não é diarreia.
Mesmo que frequentes, fezes com aspecto normal, não constitui diarreia!
Para ser caracterizado como evacuações por diarreia, as fezes necessitam de ser semilíquidas, amolecidas e aquosas.
Isto porque, a quantidade de evacuações depende da dieta e da idade da criança.
Uma diarreia, portanto, precisa ter uma quantidade maior de água do que o esperado.
Por exemplo, chega uma mãe e fala assim: – “Mas enfermeira, esse menino faz muito cocô, durante o dia.”
Aí você vai ter que perguntar: – “Qual é o aspecto das fezes? São endurecidas ou bem amolecidas?”
Evacuar várias vezes durante o dia, é normal quando a criança alimenta-se de muitas fibras, como as frutas.
No entanto, se for um bebê em aleitamento materno exclusivo, é natural que as fezes sejam bem amolecidas e que a criança defeque várias vezes no dia, pois o leite materno apresenta-se na forma líquida.
Essa é uma proteção da mãe natureza. Imagine “você fazendo o número dois deitado. Certamente será difícil para você”.
Na diarreia, temos a perda de água e de eletrólitos.
Isso acontece devido ao aumento do volume e da frequência das evacuações e por conta da diminuição da consistência das fezes.
Além da diarreia, as costuma-se surgir também vômitos, o que dificulta a reidratação.
Por esse motivo, é que numa criança desidratada por conta de vômito ou diarreia, não adianta somente dar água.
A diarreia faz a criança perder água e também eletrólitos.
Em crianças pequenas, a diarreia está associada à alimentação.
A oferta de fórmula infantil ela está relacionada às diarreias por conta de contaminação durante o preparo da fórmula.
Além disso, temos as alergias alimentares, intolerâncias alimentares, condições que o leite materno não provoca na criança.
Por isso, em crianças que não são amamentadas ao seio materno, é frequente o surgimento de diarreias.
A percepção da mãe é extremamente confiável na identificação de diarreia nos filhos.
Isso acontece porque a mãe é quem limpa as fezes dos filhos, e assim ela consegue identificar mudança de padrão nas eliminações fisiológicas.
Além disso, a mãe consegue perceber também, mudanças no comportamento da criança.
Por exemplo, a criança está mais prostrada e com mais sede.
Lembrando que, os lactentes, que são amamentados exclusivamente pelo seio, apresentam fezes amolecidas.
O leite materno não gera quase nada de resíduo fecal e assim, a criança que é amamentada ao seio, ela pode evacuar várias vezes ao dia ou passar mais de um dia sem evacuar.
Então você olha a fralda de um bebê, e você não vai saber que aquela criança está com diarreia, pois as fezes estão bem amolecidas.
Neste momento, temos que confiar na percepção das mães.
A maioria das diarreias é causada por vírus, bactérias ou parasitas,
Por exemplo, o rotavírus e a bactéria salmonela, são responsáveis por boa parte dos quadros diarreicos.
Quando a diarreia apresenta sangue, com ou sem muco, é chamada de disenteria.
Ele é de EXTREMA IMPORTÂNCIA no dia a dia de todos que prestam assistência, pois está diretamente relacionado com a qualidade e segurança do nosso atendimento e da eficácia dos procedimentos realizados.
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Diarreia e desidratação são dois termos intimamente ligados, pois a principal complicação do aumento das evacuações diárias é a desidratação e hipovolemia.
Neste sentido, é importante identificar os sinais de gravidade da desidratação que inclui:
Um criança que não consegue mamar ou beber líquidos, é um sinal de desidratação. Agora, se a criança está hidratada, ela bebe que você oferece.
Por outro lado, se a criança está desidratada, ela bebe líquido com um desespero.
Quando se trata de uma desidratação grave, a criança não vai conseguir beber.
O Ministério da Saúde (2017), instituiu três planos de atendimento à criança com diarreia e desidratação.
Temos:
A criança apresenta diarreia, mas não apresenta sinais de gravidade, ela pode receber líquidos como soro de reidratação oral, sopas e sucos naturais.
Para constatar que não há sinais de gravidade, é preciso se atentar para:
O atendimento também pode ser feito na atenção básica por um enfermeiro ou médico com adoção dos seguintes cuidados.
No entanto, na maioria das vezes, a criança com diarreia, também está nauseada e assim, ela não conseguirá ingerir um grande volume de líquido.
Então será preciso dar a criança em poucas doses, por exemplo com uma colher.
No plano A, é fundamental o enfermeiro ou o médico, orientar as mãe sobre os sinais de desidratação, para que ela possa reconhecer e poder levar para reavaliar.
É preciso também, recomendar:
O soro de reidratação oral além de ter água, tem também os eletrônicos.
O grupo B é realizado quando a criança está desidratada.
Então esse plano, é destinado para aquela criança que:
Crianças assim, precisam permanecer na Atenção Básica até a reidratação completa, que corre durante um período de quatro horas.
Neste momento, a quantidade de soro de reidratação oral a ser administrado é de 75 ml por quilo em 4 horas.
Além disso, é necessário reavaliar a criança de hora em hora e estar atento a sinais de piora clínica.
O grupo C é destinado para a criança que está muito desidratada.
O tratamento deve ser iniciado ainda na atenção básica por médico, com adoção dos seguintes cuidados:
Fase de expansão
Como assim, quando a criança iniciar a aceitação?
Quando a criança está muito desidratada, ela não consegue beber.
Então você vai iniciar a reidratação por via endovenosa e quando a criança aceitar alimentação, você vai passar para a hidratação por via oral.
Portanto, no Plano C, você inicia o tratamento na Unidade Básica de Saúde pela necessidade de hidratação imediata, até que chegue o transporte seguro pra essa criança.
Vale ressaltar que crianças menores de dois meses com quadro de desidratação grave, deverão ser encaminhadas pra avaliação hospitalar com urgência, mediante transporte seguro.
Plano A – A criança está hidratada e com diarreia. Indicação de soro de reidratação oral, no domicílio. Realizar orientações quanto aos sinais graves de desidratação.
Plano B – A criança desidratada. Indicação de soro de reidratação oral na Unidade Básica de Saúde com observação da equipe. Quais são as características de uma criança hidratada? Ela está alerta, olhos brilhantes ou com lágrimas, mucosas úmidas, bregma com abaulamento, normotensa, pulso cheio, perfusão normal, menor que dois segundos, circulação e PA normal e diurese normal.
Na desidratação leve, a criança está desidratada, irritada, com sede, chorosa, incomodada, com “olhinhos encovados”, mucosas secas, a fontanela anterior deprimida, turgor cutâneo um pouco diminuído, o pulso ainda é palpável, perfusão menor que dois segundos, circulação e PA normal, diurese um pouco diminuída.
Esses sinais mostram que o sangue saiu da periferia e está mais concentrado nos órgãos e vasos centrais do corpo da criança, pois ela ainda tem pulso perceptível.
Plano C – Desidratação grave. A criança necessita de internação para reposição hidroeletrolítica por meio de acesso venoso. A criança com desidratação grave, apresenta deprimida, olhos muito encovados, sem lágrimas, mucosas muito secas, bregma muito deprimida, turgor cutâneo muito diminuído, pulso muito rápido, ausente ou débil, baixa volemia, perfusão alterada, circulação ou PA alterada e a oliguria, anúria provocada pela hipoperfusão renal.
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Manual de atendimento da criança com desnutrição grave em nível hospitalar. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_desnutricao_criancas.pdf>. Acesso em 18 de dez. de 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Organização Pan-Americana de Saúde. Fundo das Nações Unidas para a infância. Manual de Quadros de Procedimento: Aidpi Criança 2 meses a 5 anos. Brasil: Ministério da Saúde, 2017. Disponível em <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_quadros_procedimentos_aidpi_crianca_2meses_5anos.pdf>. Acesso em 18 de dez. de 2021.
POTTER, P. A. et al. Fundamentos de Enfermagem. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018.
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