Conheça das Fases do Trabalho de Parto

Conheça das Fases do Trabalho de Parto

Você sabe quais são as fases do trabalho de parto?

Neste artigo, vamos abordar de forma didática as fases do trabalho de parto. 

As fases do trabalho de parto normal ocorrem de forma sequencial e de modo espontâneo entre a 37ª e a 40ª semana de gestação.

As fases do trabalho de parto envolvem quatro períodos, são eles:

  1. O período de dilatação do colo uterino;
  2. O período expulsivo; 
  3. A saída da Placenta; e
  4. O pós-parto imediato Greenberg.

A duração do trabalho de parto apresenta muita variação de tempo.  Em médica dura cerca de 12 horas em primíparas (mulheres no primeiro parto), ou em torno de 8 horas para multíparas (mulheres a partir do segundo parto).


Primeira Fase – Dilatação do colo uterino

O trabalho de parto inicia-se com a dilatação do colo uterino por meio de contrações dolorosas, que começam a modificar a colo uterino (cervice). Quando a dilatação atingir 10 cm, o período de dilatação termina e a fase de expulsão se inicia.

As contrações uterinas iniciam mais lentamente e vão se intensificando à medida que o colo uterino vai dilatando-se.

Inicialmente, a frequência de contrações uterinas é de 2 contrações a cada 10 minutos com duração media de cada contração em torno de 40 segundos.

À medida que o trabalho de parto evolui, a frequência se intensifica de modo que, no fim do período de dilatação, as contrações apresentam uma frequência de 5 contrações a cada 10 minutos, com duração de cada contração de 70 segundos.

Vale ressaltar que no final do período de dilatação, em torno 80% das gestantes, haverá o rompimento da bolsa amniótica (bolsa das águas), com saída parcial do líquido aminótico.

Orientações de enfermagem no período de dilatação:

A equipe de enfermagem deve orientar a gestante a caminhar lentamente ou subir as escadas. Isto ajudará o feto a posicionar-se para o nascimento.

Caso a gestante esteja deitada, posicione-se em decúbito lateral esquerdo (deitar do lado esquerdo), pois isso irá promover a melhoria das contrações uterinas e da oxigenação dos tecidos uterinos. Além disso evitará a hipotensão supina.

Mas o que é a hipotensão supina?

A hipotensão supina ocorre quando o quando a o útero gravídico comprime a veia cava superior, provocando tonturas e até mesmo perda da consciência.

Portanto oriente a gestante em trabalho de parto, para que não deite na posição supina para evitar a hipotensão.

Agora que estudamos a primeira fase do trabalho de parto, o período de dilatação, vamos estudar o período expulsivo.


Segunda Fase – Período expulsivo: Nascimento do bebê

Após o útero dilatar-se, o nascimento irá se iniciar com o período chamado de expulsivo, ou seja, o bebê irá se deslocar do útero em direção ao canal vaginal até a sua saída completa, momento em que terminará o período expulsivo.

O período expulsivo inicia-se com a dilatação total do colo uterino (cervice) e é caracterizado por esforços expulsivos maternos (puxos) e sensação de desejo de evacuar que é provocado pela pressão da apresentação fetal sobre o reto e músculos do assoalho pélvico.

É recomendado que a equipe de enfermagem oriente a gestante, que inspire profundamente segurando o ar durante a contração enquanto faz força. Isso fará um aumento de pressão na caixa torácica auxiliando o útero na expulsão do feto.

Além disso, deve-se orientar a gestante para aproveitar o intervalo entre duas contrações para recuperar suas forças e descontrair-se.


Terceira fase – Dequitação ou Secundamento

A terceira fase do trabalho de parto, dequitação ou secundamento é caracterizada pela expulsão da placenta e membranas que foram necessárias para a nutrição e crescimento do feto.

A dequitação ocorre entre 5 a 10 minutos após o fim do período expulsivo.

Vale ressaltar que esta fase (juntamente com o pós-parto imediato) é potencialmente perigosa devido ao risco de hemorragia, que se complica com o choque hipovolêmico e morte materna.

É importante mencionar que a mortalidade materna após o parto é frequente em países em desenvolvimento e por isso os profissionais de saúde deverão sempre estar atentos.

Imediatamente após a expulsão, deve-se realizar exame de placenta, cordão umbilical e membranas para avaliar a sua integridade.

Caso haja dúvidas se toda a placenta e membranas não foram expulsas, deve-se fazer a exploração da cavidade uterina.

Caso haja qualquer dificuldade na saída da placenta e membranas, é recomendado realizar massagens na barriga da mulher facilitando a expulsão dessas estruturas restantes.


4ª Fase – Greenberg ou pós-parto imediato

O quarto período do trabalho de parto ou Greeberg corresponde ao período de pós-parto imediato, que inicia-se imediatamente após a completa expulsão da placenta e membranas (dequitação ou secundamento) e estende-se pelas primeiras horas pós-parto.

Esse período também apresenta um risco materno significativo. As grandes hemorragias podem acontecer devido à atonia uterina.

É fisiológico após o parto, o útero apresentar uma hipertonia a fim de provocar uma oclusão dos vasos sanguíneos que foram rompidos com expulsão da placenta e membranas.

A essa hipertonia damos o nome de globo de segurança de Pinard ou retração uterina persistente.

Sequencialmente à hipertonia, ocorre o tamponamento dos vasos útero-placentários por meio da trombose.

Deste modo, os mecanismos que impedem o sangramento do período pós-parto são:

  • Miotamponamento – Hipertonia do útero. A contração potente da musculatura do útero faz
    com que os vasos que irrigavam a placenta sejam tamponados. Caso o miotamponamento não ocorra, haverá a hipotonia uterina“, o que pode gerar sangramentos expressivos colocando a vida da mulher em grande risco;
  • Trombotamponamento – Formação de trombos ou coágulos pequenos que tamponam os vasos uteroplacentários.

Bibliografia

BALASKAS, J. Parto Ativo: guia prático para o parto normal. 2. ed. São Paulo: Ed. Ground, 1991.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento: informações para gestores e técnicos. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Parto, Aborto e Puerpério: assistência humanizada à mulher. Secretaria de Políticas de Saúde. Área técnica da Mulher. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.  Disponível em <http://bvsms.saude.gov.br/>. Acesso em 05 de jan. de 2020.

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Marcus Vinícius

Enfermeiro, Servidor Público, Coordenador Técnico do CAPS 1 de Lagoa da Prata-MG, empreendedor e blogueiro que dedica parte do seu tempo para a partilha de material de grande qualidade relacionados a Enfermagem e Sáude Pública.

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