Tudo sobre hemorragia digestiva baixa (HDB)
Trato Gastrointestinal
O que é a Hemorragia digestiva baixa (HDB)?
A hemorragia digestiva baixa é definida como todo sangramento intestinal originado abaixo do angulo de Tritz,
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Epidemiologia
A HDB representa cerca de 15% de todos os casos de hemorragia digestiva, sendo menos grave e menos comum do que a hemorragia digestiva alta.
A hemorragia digestiva baixa, é autolimitada, pois 80 a 85% dos casos, resolve-se de modo espontâneo. Por consequência, em 25% dos casos a origem da hemorragia não é localizada.
Em torno de 95%, o sangramento é originado por meio de doenças do cólon, e o restante, 5%, origina-se de doenças do intestino delgado.
Quando a hemorragia cessa espontaneamente, 25% dos pacientes podem ter um novo sangramento após o primeiro episódio e 50%, após o segundo e os demais.
As causas da HDB estão relacionados diretamente com a idade do paciente, ocorrendo nos pacientes com idade média de 65 anos.
Causas
As causas da hemorragia digestiva alta podem ser organizadas da seguinte forma:
- Anatômicas: Diverticulose (a doença diverticular é responsável por cerca de 30 a 50% das HDB) e doenças anorretais ( doença hemorroidária e fissura);
- Vasculares: angiodisplasia, isquemia e telangiectasias;
- Neoplásicas: pólipos e carcinoma;
- Inflamatórias: doença inflamatória intestinal e infecções;
- Iatrogênicas: pôs polipectomia e biópsia.
Sinais e sintomas
O paciente pode apresentar enterorragia, que pode ser definida como a passagem de sangue vivo, ainda em coágulos, pelo reto.
A coloração do sangue excretado pelo reto, pode indicar a origem do sangramento. Quando a cor é vermelho brilhante, indica que o sangue é proveniente do colón esquerdo.
Já se o sangue apresenta-se na cor escura ou marrom, que pode estar misturado nas fezes, indica que sangramento é originado no lado direito do cólon.
Além disso, o paciente pode experimentar:
- Sangue oculto (quando o sangue está presente nas fezes, mas não pode ser visto a olho nu);
- hematoquezia (presença de sangue vermelho vivo nos sangue indicando que a fonte do sangramento está presente no cólon, reto ou ânus);
- hemorragia maciça;
- melena.
Cuidados de enfermagem
No atendimento ao paciente com hemorragia digestiva baixa, o objetivo prioritário é estabilizar percussões hemodinâmicas estabilizar clinicamente o paciente.
O profissional de enfermagem, deve ser atentar aos sinais de hipovolemia como:
- Taquicardia de repouso;
- Hipotensão ortostática (diminuição da pressão arterial em 20 mmhg, aumento da frequência cardíaca em 20 batimentos por minuto do decúbito quando o paciente migra da posição de decúbito para a ortostática);
- Hipotensão supina, quando há perda de 40% do volume sanguíneo;
- Dor abdominal, quando há sangramento por causas inflamatórias, infecciosa ou perfuração.
Quando o paciente está instável, o profissional de enfermagem deverá:
- Avaliar a aplicação do protocolo de atendimento ABCDE;
- Realizar a punção de dois acessos venosos periféricos de grosso calibre, com cateteres no tamanho 14-16;
- Realizar a coleta de sangue para entregar investigação do tipo sanguíneo e realização de exames laboratoriais (hemograma, plaquetas, eletrólitos, KTTP e TP);
- Realizar a infusão de soluções cristaloides e hemotransfusão se necessário, conforme prescrição;
- Realizar a monitorização dos sinais vitais;
- Promover a nutrição parenteral, de acordo com a prescrição.
Após realizar a estabilização do paciente, é chegado o momento de investigar o foco do sangramento.
Pacientes que não são responsivos á são volêmica, necessitarão de intervenção cirúrgica.
Referências bibliográficas
CARVALHO, et al. Hemorragia digestiva. Jornal de Pediatria, v. 76, supl. 2, 2000.
LENHARDT, Luana, et al. Hemorragia Digestiva Alta. Disponível em <https://docs.bvsalud.org/>. Acesso em 24 de abril de 2021.