Ingurgitamento Mamário

O que é ingurgitamento mamário?

Segundo o Ministério da Saúde (2015), o ingurgitamento mamário é caracterizado pelo aumento da retenção de leite nos alvéolos mamários, causando uma congestão e também um aumento da vascularização da mama, gerando por fim, edema e obstrução da drenagem do sistema linfático.

Essa dificuldade drenagem da linfa no tecido mamário, por sua vez provoca uma compressão dos ductos lactíferos, o que impede a saída de leite de dentro dos alvéolos.

Caso medidas de alívio não sejam tomadas, a produção de leite pode ser interrompida, provocando a reabsorção do leite estagnado.

Além disso, leite estagnado sob pressão, torna-se ainda mais viscoso, dando origem do termo “Leite empedrado“.

Tipos de ingurgitamento mamário

ingurgitamento mamário

Existem dois tipos de ingurgitamento mamário:

  1. Ingurgitamento mamário fisiológico; e
  2. Ingurgitamento mamário patológico.

O que é o ingurgitamento mamário fisiológico?

O ingurgitamento mamário fisiológico é uma condição normal nas primeiras horas depois do parto.

Trata-se de um sinal positivo de que o leite está “descendo”, e que não é que não é necessário qualquer intervenção dos profissionais de saúde, a não ser orientar a mãe a iniciar a amamentação de forma mais precoce possível.

O ingurgitamento mamário fisiológico é normal e geralmente acontece entre o terceiro e o quinto dia parto.

A mama torna-se dolorosa, edemaciada e às vezes avermelhadas.

Para minimizar ou cessar o desconforto, a mãe deve ser orientada a realizar a pega e a posição adequada do bebê.

Já o ingurgitamento mamário patológico, ocorre quando a mama não é esvaziado adequadamente devido à má pega e a má posição do bebê.

Nessa situação, a retenção de leite nos alvéolos mamários muito mais intenso, fazendo com que a mama fique excessivamente distendida, causando um enorme desconforto, às vezes acompanhado de mal-estar e febre.

Os mamilos ficam achatados, o que dificulta ainda mais a amamentação pois o bebê não consegue abocanhar a aréola.

Quais são as causas do ingurgitamento mamário patológico?

As causas do estreitamento mamário, de acordo com o Ministério da Saúde (2015), são:

  • Início tardio da amamentação;
  • Produção de leite em abundância;
  • Frequência da amamentação irregular;
  • Restrição da duração e frequência das mamadeiras; e
  • Sucção significado do bebê.

Como tratar a congestão mamária patológica?

Segundo o Ministério da Saúde (2015), a amamentação deverá ser oferecida em livre demanda, cerca de 8 a 12 vezes por dia, utilizando a técnica adequada e sem o uso de complementos com águas chás e outros tipos de leite.

Além disso, o uso de mamadeira é uma das causas da não aceitação da amamentação pelo bebê, visto que, não há necessidade de esforço conseguir o leite.

Portanto, evite a mamadeira.

O Ministério da Saúde recomenda medidas que visam o ingurgitamento mamário patológico, tais como:

  • Realizar a ordenha manual da aréola, quando a mesma estiver edemaciada, antes de cada mamada.

Isso diminui o edema e a mama fica mais macia, fazendo com que o bebê consiga abocanhar aréola e não somente o mamilo.

  • Manter mamadas frequentes, por livre demanda, sem estabelecer horários.

Esvaziar toda a mama durante cada mamada faz com que a nova quantidade de leite produzida não promova acúmulo de leite na mama.

  • Realizar massagens de forma delicada nas mamas utilizando movimentos circulares, principalmente nas regiões mais afetadas.

Essa ação faz com que o leite que está acumulado e viscoso, torne-se mais fluidificado, facilitando a retirada do mesmo.

Além disso, as massagens promovem o reflexo de ejeção do leite, através da produção de ocitocina, facilitando a retirada de leite da mama.

  • Caso a mama esteja muito edemaciada e dolorida, pode ser utilizar analgésicos e anti-inflamatórios, sob prescrição médica.

Antiinflamatórios não esteroidais como o ibuprofeno e a analgésicos como a dipirona podem dar um alivio nos sintomas, no entanto a causa da congestão na mama deverá ser tratada.

  • Aplicar gelo ou gelo ralado em intervalos de tempo regulares.

É importante destacar que o tempo de aplicação da compressa fria não deve passagem de 20 minutos, devido ao efeito rebote.

O efeito rebote acontece quando o tecido mamário estabelece uma vasoconstricção por hipotermia por um longo tempo, acima de 20 minutos. Depois desse tempo, em vez de vasoconstrição, o organismo ativa uma vasodilatação a fim de compensar a redução da temperatura local, piorando a congestão mamária.

Portanto, as compressas frias no tempo adequado são excelentes para reduzir o edema, pois reduzem fluxo sanguíneo, aumentam a drenagem linfática e provocam a diminuição da produção de leite.

  • Sempre que o bebê não conseguir sugar, a mama deverá ser ordenada de forma manual através de bomba de sucção.

Vale ressaltar que ordenhar antes de cada mamada, possibilita que a mama fique mais macia e com isso, o bebê consegue abocanhar a aréola, tornando a pega correta.


Referência Bibliográfica

 

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica . Saúde da Criança: nutrição infantil, aleitamento materno e alimentação complementar. CADERNOS DE ATENÇÃO BÁSICA. Brasília: Ed. Ministério da Saúde, 2009. 112p. Disponível em: <https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/registro/referencia/0000001684>. Acesso em 28 de jul. de 2022.

 

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Marcus Vinícius

Enfermeiro, Servidor Público, Coordenador Técnico do CAPS 1 de Lagoa da Prata-MG, empreendedor e blogueiro que dedica parte do seu tempo para a partilha de material de grande qualidade relacionados a Enfermagem e Sáude Pública.

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