O que é ingurgitamento mamário?
Segundo o Ministério da Saúde (2015), o ingurgitamento mamário é caracterizado pelo aumento da retenção de leite nos alvéolos mamários, causando uma congestão e também um aumento da vascularização da mama, gerando por fim, edema e obstrução da drenagem do sistema linfático.
Essa dificuldade drenagem da linfa no tecido mamário, por sua vez provoca uma compressão dos ductos lactíferos, o que impede a saída de leite de dentro dos alvéolos.
Caso medidas de alívio não sejam tomadas, a produção de leite pode ser interrompida, provocando a reabsorção do leite estagnado.
Além disso, leite estagnado sob pressão, torna-se ainda mais viscoso, dando origem do termo “Leite empedrado“.
Existem dois tipos de ingurgitamento mamário:
O ingurgitamento mamário fisiológico é uma condição normal nas primeiras horas depois do parto.
Trata-se de um sinal positivo de que o leite está “descendo”, e que não é que não é necessário qualquer intervenção dos profissionais de saúde, a não ser orientar a mãe a iniciar a amamentação de forma mais precoce possível.
O ingurgitamento mamário fisiológico é normal e geralmente acontece entre o terceiro e o quinto dia parto.
A mama torna-se dolorosa, edemaciada e às vezes avermelhadas.
Para minimizar ou cessar o desconforto, a mãe deve ser orientada a realizar a pega e a posição adequada do bebê.
Já o ingurgitamento mamário patológico, ocorre quando a mama não é esvaziado adequadamente devido à má pega e a má posição do bebê.
Nessa situação, a retenção de leite nos alvéolos mamários muito mais intenso, fazendo com que a mama fique excessivamente distendida, causando um enorme desconforto, às vezes acompanhado de mal-estar e febre.
Os mamilos ficam achatados, o que dificulta ainda mais a amamentação pois o bebê não consegue abocanhar a aréola.
As causas do estreitamento mamário, de acordo com o Ministério da Saúde (2015), são:
Segundo o Ministério da Saúde (2015), a amamentação deverá ser oferecida em livre demanda, cerca de 8 a 12 vezes por dia, utilizando a técnica adequada e sem o uso de complementos com águas chás e outros tipos de leite.
Além disso, o uso de mamadeira é uma das causas da não aceitação da amamentação pelo bebê, visto que, não há necessidade de esforço conseguir o leite.
Portanto, evite a mamadeira.
O Ministério da Saúde recomenda medidas que visam o ingurgitamento mamário patológico, tais como:
Isso diminui o edema e a mama fica mais macia, fazendo com que o bebê consiga abocanhar aréola e não somente o mamilo.
Esvaziar toda a mama durante cada mamada faz com que a nova quantidade de leite produzida não promova acúmulo de leite na mama.
Essa ação faz com que o leite que está acumulado e viscoso, torne-se mais fluidificado, facilitando a retirada do mesmo.
Além disso, as massagens promovem o reflexo de ejeção do leite, através da produção de ocitocina, facilitando a retirada de leite da mama.
Antiinflamatórios não esteroidais como o ibuprofeno e a analgésicos como a dipirona podem dar um alivio nos sintomas, no entanto a causa da congestão na mama deverá ser tratada.
É importante destacar que o tempo de aplicação da compressa fria não deve passagem de 20 minutos, devido ao efeito rebote.
O efeito rebote acontece quando o tecido mamário estabelece uma vasoconstricção por hipotermia por um longo tempo, acima de 20 minutos. Depois desse tempo, em vez de vasoconstrição, o organismo ativa uma vasodilatação a fim de compensar a redução da temperatura local, piorando a congestão mamária.
Portanto, as compressas frias no tempo adequado são excelentes para reduzir o edema, pois reduzem fluxo sanguíneo, aumentam a drenagem linfática e provocam a diminuição da produção de leite.
Vale ressaltar que ordenhar antes de cada mamada, possibilita que a mama fique mais macia e com isso, o bebê consegue abocanhar a aréola, tornando a pega correta.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica . Saúde da Criança: nutrição infantil, aleitamento materno e alimentação complementar. CADERNOS DE ATENÇÃO BÁSICA. Brasília: Ed. Ministério da Saúde, 2009. 112p. Disponível em: <https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/registro/referencia/0000001684>. Acesso em 28 de jul. de 2022.
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