Janela terapêutica pode ser conceituada como uma faixa de concentração de medicamento no organismo capaz de produzir efeitos terapêuticos adequados sem causar efeitos tóxicos.
A janela terapêutica tem por objetivo fornecer parâmetros de concentração segura de determinado medicamento, orientando a dosagens a ser indicadas para o paciente para um benefício terapêutico com efeitos adversos mínimos.
A partir do momento que um medicamento é administrado, haverá uma concentração no organismo até a sua completa excreção.
Essa concentração é determinada pela dose , via de administração, horários e frequência da administração.
Vamos ver cada uma delas!
A dose é quantidade de determinada substância química que será administrado no paciente. Quanto maior a quantidade, maior a dose e maior será a sua concentração no organismo.
Neste sentido, é importante administrar a dosagem correta, pois o seu excesso pode gerar intoxicações. Por outro lado, se a dose for inferior á indicada, poderá haver ausência de efeito terapêutico.
Via de administração de um medicamento envolve a aplicação e o transporte desse medicamento até o local de ação.
São exemplos de vias de administração, a via oral, intramuscular, endovenosa, subcutânea, intradérmica e outras.
Mas qual a relação dessas vias com a janela terapêutica?
A resposta está na velocidade de absorção que cada uma das vias de administração de medicamentos tem. Algumas são bem rápidas e outras são mais lentas.
Quando se faz uma prescrição de determinada dose de medicamento por certa via de administração, espera-se que em pouco tempo, a concentração farmacológica esteja dentro da janela terapêutica produzindo efeito benéfico ou terapêutico ao paciente.
Caso haja erro em que o medicamento foi administrado por uma via que não era indicada, poderá haver consequentemente maior ou menor concentração medicamentosa daquela prevista, não estando dentro da faixa segura da janela terapêutica.
Por exemplo, se um medicamento que apresente forma farmacêutica preparada para administração por via intramuscular e se for administrado por via endovenosa, a concentração medicamentosa sanguínea será bem maior porque a via intramuscular apresenta absorção mais lenta que a endovenosa.
Neste caso teremos uma intoxicação medicamentosa.
Outro fator que também pode alterar a concentração plasmática de medicamentos no organismo é a alteração dos horários da administração das doses.
A posologia indica a forma de utilizar o medicamento para determinado fim terapêutico. É orientado as dosagens e o tempo de ação.
Assim, garante-se que o fármaco atinja uma concentração plasmática que esteja dentro dos valores de referência da janela terapêutica do fármaco garantindo os benefícios esperados mas com segurança ao paciente.
A alteração dos horários de administração dos medicamentos podem alterar significativamente a sua concentração plasmática.
Por exemplo, se um medicamento que deve ser administrado em períodos de 8 em 8 horas e houver esquecimento ou adiantamento de doses, a concentração plasmática poderá não estar na faixa da janela terapêutica e o efeito medicamentoso poderá não ser alcançado e efeitos tóxicos podem surgir.
Neste sentido, é importante seguir corretamente a posologia de cada medicamento, para evitar malefícios que podem até mesmo superar os benefícios do fármaco.
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Cada fármaco terá uma janela terapêutica específica de acordo com a sua taxa de absorção, metabolização e excreção.
Podemos estudar melhor estudando o gráfico abaixo.
Note que o gráfico simula o efeito farmacológico através do tempo após a administração de um determinado fármaco.
Sabe-se que o medicamento, ao ser administrado, passa por 4 processos até ser eliminado completamente. A esse processo chamamos de farmacocinética.
Primeiro, ocorre a absorção a partir da via de administração e em seguida o fármaco é distribuído pelos tecidos do corpo.
Ao passo que o fármaco vai ser absorvido, parte dele vai sendo metabolizado e excretado.
No momento em que há a absorção, a concentração medicamentosa é maior no corpo porque a taxa de absorção é maior do que a taxa de eliminação.
Á medida que o tempo passa, a concentração do fármaco tende a baixar porque a taxa de absorção vai diminuindo e a taxa de eliminação permanece a mesma.
Após a taxa de absorção zerar, o metabolismo e a excreção continua até não restar nenhuma molécula do fármaco do corpo.
Trata-se do período de tempo após a administração do medicamento em que ainda não há efeito terapêutico.
A duração do efeito ocorre sempre que a faixa de concentração do fármaco está dentro da janela terapêutica.
Para que um fármaco alcance os efeitos terapêuticos é preciso que a concentração plasmática do mesmo atinja a faixa de efeito mínimo desejado (Veja o gráfico acima).
A faixa de efeito tóxico mínimo é como se fosse o “alarme” que sinaliza um perigo iminente para intoxicação.
Essa faixa já não é mais segura para o paciente. Em alguns casos é necessário utilizar antídotos para bloquear a ação medicamentosa, de acordo com a taxa de reversibilidade do fármaco.
Portanto a janela terapêutica é a medida de concentração plasmática de um fármaco que se encontra entre a faixa de efeito terapêutico e a faixa de efeito adverso.
Abaixo da faixa de efeito terapêutico, temos efeitos subterapêuticos , em contrapartida, acima da faixa de reação adversa, temos efeitos tóxicos potencialmente nocivos.
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