O que é “GTT” na Enfermagem?
A sigla “GTT”, refere-se à gastrostomia (GTT). É um procedimento que se refere à realização de uma abertura cirúrgica no estômago, para introdução e fixação de uma sonda com a finalidade de alimentar, hidratar e drenar secreções estomacais. Essa sonda fica acessível através da pele do abdome.
Em outras palavras, trata-se de um orifício realizado no abdome que dá acesso direto ao estômago, como se fosse uma “nova cavidade oral”.
A gastrostomia é indicada para pacientes que estão com a função gastrointestinal preservada, mas com problemas de deglutição, doenças graves na orofaringe ou pela dificuldade de ficar com sonda nasoenteral ou nasogástrica por tempo prolongado.
A gastrostomia não é um procedimento definitivo, e deve ser mantido apenas enquanto as funções de deglutição e orofaringe estão prejudicadas.
Quando o paciente já não necessita mais do procedimento, o médico responsável realiza a retirada da sonda, cuja ferida operatória se fecha gradualmente com o passar do tempo.
A maioria dos medicamentos orais e líquidos podem ser administrados pela gastrostomia, no entanto devem ser administrados em um volume igual de água (mesma proporção).
Vale informar que os comprimidos deverão ser macerados e administrados juntamente com água filtrada ou mineral.
Após a administração de medicamentos e dieta, a gastrostomia deverá ser lavada com 30 ml de água, a fim de evitar que fique resíduos.
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É importante a equipe de enfermagem estar treinada para lidar com o paciente com gastrostomia, a fim de dar mais segurança e qualidade de vida ao paciente. Assim, são cuidados de enfermagem:
1 – Realizar a inspeção diariamente para verificar rachuduras ou sinais de deterioração;
2 – Higienizar diariamente a sonda;
3 – Manter a sonda fechada quanto o paciente não está recebendo alimentação;
4 – Manter inflado o balão da sonda com água destilada no volume recomendado pelo fabricante;
5 – Checar o volume da água do balão da sonda, comparando com o volume original infundido – Quando a perda de volume superior é superior a 5 ml, deve-se desconfiar de vazamento de líquido. Nas sondas de menores calibres, deve-se considerar perda de volume quando o volume de líquido está superior a 1ml, pois são preenchidas com menor volume: de 3 a 5 ml;
6 – Durante a administração da dieta, água ou alimentos, deve-se manter a cabeceira do leito do paciente elevada entre 30° e 45°, por pelo menos 1 horas, a fim de evitar náuseas, vômitos, aspiração e regurgitação;
7 – Caso haja vômitos, deve-se suspender a administração e relatar à equipe;
8 – Antes de infundir a dieta, deve-se verificar o conteúdo gástrico com ajuda de uma seringa. Caso o volume seja maior do que 100 ml. deve-se devolvê-lo para o estômago e não realizar a infusão desse horário;
9 – Após a infusão, lavar a sonda com 10 a 20 ml de água morna filtrada;
10 – Caso haja dificuldade na passagem do alimento ou medicação pela sonda, pode-se utilizar água em jato através de uma seringa, antes de administrar a alimentação ou medicação;
11 – Administrar a dieta sempre em temperatura ambiente e de forma lenta, para evitar a formação de flatulência, desconforto abdominal e diarreia;
12 – Após a administração da dieta, deve-se lavar a sonda utilizando 10 a 20 ml de água morna filtrada;
13 – Lavar a sonda de 4 em 4 horas, quando a dieta é administrada de forma contínua;
14 – Inspecionar diariamente a pele sob a roldana externa da sonda, aplicando creme de barreira ou outro protetor cutâneo, a fim de evitar ulcerações locais. Nunca se deve utilizar óleos, pois essa substância pode provocar a saída da sonda;
15 – Realizar a higienização ao redor do orifício da gastrostomia utilizando água e sabão. Posteriormente secar com cuidado. Deve-se realizar esse procedimento de 2 a 3 vezes por dia, trocando a gaze que protege a pele ao redor do estoma;
16 – Caso haja um escape do dispositivo de gastrostomia, deve-se realizar a higienização local com água fria, manter o paciente em decúbito dorsal e chamar a urgência.
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Brasil. Ministério da Saúde. Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Orientações para o cuidado com o paciente no ambiente domiciliar. Brasília – DF, 2018:96p. Disponível em: Orientações para o cuidado com o paciente no ambiente domiciliar. <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_cuidado_paciente_ambiente_domiciliar.pdf>. Acesso em 24 de mar. de 2022.
Rogenski KE, et al. Gastrostomia (GTT): aspectos gerais. In: Caruso L, Sousa AB (Org.). Manual da equipe multidisciplinar de terapia nutricional (EMTN) do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo – HU/USP. São Paulo: Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, 2014:83-86. Disponível em: <http://www.hu.usp.br/manual-da-equipe-multidisciplinar-de-terapia-nutricional>. Acesso em 24 de mar. de 2022.
Núcleo de Telessaúde Sergipe. Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Segunda Opinião Formativa – SOF. A troca de sonda de gastrostomia (GTT) pode ser realizada pelo enfermeiro? Id: 13368, 21 out 2014. Disponível em:<https://aps.bvs.br/aps/a-troca-de-sonda-de-gtt-gastrostomia-pode-ser-realizado-pelo-enfermeiro>. Acesso em 24 de mar. de 2022.
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