Obstetrícia

Pré-natal – Tudo o que você precisa saber!

Prénatal é a assistência de saúde dispensado gratuitamente para todas as gestantes. Seu principal objetivo é proporcionar uma gestação saudável e diagnosticar e tratar possíveis complicações de forma precoce. Consiste em uma rede de serviços de saúde que visam garantir consultas, solicitação de exames periódicos, ultrassonografias e administrar vacinas indispensáveis para o momento.

Existem dois tipos de pré-natal. O pré-natal de baixo risco e de alto risco. Este artigo está focado no pré-natal de baixo risco.

Para direcionar as ações voltadas para esse público, o Ministério da Saúde disponibilizou o Caderno de Atenção ao Pré-natal de baixo risco, que descreve ações que devem ser realizadas durante um Pré-natal de baixo risco de qualidade na Atenção Básica. No entanto, usaremos também outras referências para tornar o assunto ainda mais claro.

O que é o pré-natal de baixo risco?

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Trata-se de um programa de acompanhamento da gestante na atenção básica com a finalidade de garantir uma gestação saudável ao mesmo tempo que prepara a mulher para um parto humanizado e um puerpério tranquilo para a mãe e o bebê isento de complicações.

No entanto, quando surgir complicações, a gestante é encaminhada para o pré-natal de alto risco, que é realizado numa unidade hospitalar preparada para esse fim.

Quantas consultas de Pré-natal devem ser realizadas?

São 6 consultas, sendo intercaladas entre enfermeiro e médico, sendo mensal até a 28ª semana de gestação, quinzenal entre 28ª e a 36ª semana e semanalmente, a partir de 37 semanas.

Além disso, as consultas de Pré-natal devem ser iniciadas no primeiro trimestre de gravidez e podem ser realizadas na unidade de saúde ou durante visitas domiciliares, sendo importantíssimo realizar um consulta puerperal após o parto.

Quando é realizado as sete consultas, podemos dizer que houve um pré-natal completo.

Sistema de Informação Pré-Natal

Todas as informações da gestante são alimentadas no SISPRÉ-NATAL.

Trata-se de um sistema online que permite cadastrar a gestante, monitorar e avaliar todas as ações de PRÉ-NATAL, bem como de puerpério realizados pelos serviços de saúde a cada uma das gestantes e recém-nascido, desde o primeiro atendimento na Unidade Básica de Saúde até o atendimento hospitalar de alto risco.

Quais profissionais podem realizar o Pré-natal na Atenção Básica?

O atendimento deve ser realizado no mínimo em 6 consultas, intercaladas entre consultas com o enfermeiro e médico.

O enfermeiro profissional enfermeiro pode fazer o pré-natal de baixo risco?

O enfermeiro pode fazer todo o pré-natal de baixo risco sozinho, no entanto não é desejável.

O Ministério da Saúde (2017) recomenda que a UBS tenha uma equipe multiprofissional composta pelo médico, enfermeiro, técnicos de enfermagem e que a primeira consulta seja feita pelo médico, e depois, as consultas devem ser alternadas entre o médico e o enfermeiro.

Captação Precoce

O fator mais importante para que haja sucesso no pré-natal de baixo risco é a captação da gestante para início oportuno.

Quando é esse inicio oportuno? 

Quanto mais precoce é o início do pré-natal, menor é o risco de de incidentes no parto e no desenvolvimento do bebê. tem que tentar fazer esse no mínimo de seis consultas.

O Ministério da Saúde recomenda que, idealmente, a captação precoce no primeiro trimestre de gravidez, ou seja, até 90 dias ou 12 semanas de gestação.

Isso é muito importante para evitar problemas durante o ciclo gravídico, pois através do diagnóstico precoce e da identificação de riscos, é possível oferecer as intervenções adequadas.

10 Passos para o Pré-Natal de Qualidade

Quais são esses dez passos do sucesso?

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1° PASSO:

Iniciar o pré-natal na Atenção Primária à Saúde até a 12ª semana de gestação (captação precoce);

O primeiro passo no Pré-natal de baixo risco, é a captação precoce das gestantes, especialmente no primeiro trimestre, ou seja, até a décima segunda semana.

Essa captação de gestante para o início do pré-natal é essencial para o diagnóstico precoce das alterações e intervenções adequadas sobre as condições que vulnerabilizam a gestante e a criança.

Então quanto mais cedo eu começo o pré-natal, mais cedo eu consigo diagnosticar situações de vulnerabilidade ou complicações.”

2° PASSO:

Garantir os recursos humanos, físicos, materiais e técnicos necessários à atenção pré-natal;

É preciso ter estrutura na Atenção Básica pra poder cuidar dessa desse binômio, mãe e bebê, como médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, agente comunitário e outros para cobrir a demanda de atendimento no Pré-Natal.

3° PASSO:

Toda gestante deve ter assegurado a solicitação, realização e avaliação em termo oportuno do resultado dos exames preconizados no atendimento pré-natal.

Assegurar a solicitação, realização e avaliação dos exames em cada período da gestação.

É muito importante a realização dos exames preconizados para o atendimento pré-natal no tempo certo, que é baseado na data do primeiro dia da última menstruação (DUM).

Por outro lado, é comum surgir gestantes que às vezes não sabe quando menstruou pela última vez

Mas por que que é importante a realização dos exames no pré-natal?

Os exames são capazes de diagnosticar estados patológicos que poderão vir a colocar em risco a vida do bebê ou da gestante ou mesmo provocar consequências futuras.

Quais são os exames realizados no Pré-Natal?

Exames que deverão ser solicitados na primeira consulta:

  • Hemograma;
  • Tipagem sanguínea e fator Rh;
  • Coombs indireto (se for Rh negativo);
  • Glicemia de jejum;
  • Teste rápido de triagem para sífilis e/ou VDRL/RPR;
  • Teste rápido diagnóstico anti-HIV;
  • Anti-HIV;
  • Toxoplasmose IgM e IgG;
  • Sorologia para hepatite B (HbsAg);
  • Exame de urina e urocultura;
  • Ultrassonografia obstétrica (não é obrigatório), com a função de verificar a idade gestacional;
  • Citopatológico de colo de útero (se necessário);
  • Exame da secreção vaginal (se houver indicação clínica);
  • Parasitológico de fezes (se houver indicação clínica);
  • Eletroforese de hemoglobina (se a gestante for negra, tiver antecedentes familiares de anemia falciforme ou apresentar história de anemia crônica).

Exames do 2º trimestre:

  • Teste de tolerância para glicose com 75 gramas, se a glicemia estiver acima de 85 mg/dl ou se houver fator de risco (realize este exame preferencialmente entre a 24ª e a 28ª semana);
  • Coombs indireto (se for Rh negativo).

Exames do 3º trimestre

  • Hemograma;
  • Glicemia em jejum;
  • Coombs indireto (se for Rh negativo);
  • VDRL;
  • Anti-HIV;
  • Sorologia para hepatite B (HbsAg);
  • Repita o exame de toxoplasmose se o IgG não for reagente;
  • Urocultura + urina tipo I (sumário de urina – SU);
  • Bacterioscopia de secreção vaginal (a partir de 37 semanas de gestação).

4° PASSO:

Promover a escuta ativa da gestante e de seus(suas) acompanhantes, considerando aspectos intelectuais, emocionais, sociais e culturais e não somente um cuidado biológico: “rodas de gestantes”.

O Ministério da Saúde (2017), recomenda que a Atenção Básica realize um cuidado integral considerando todas as dimensões, e não apenas realizar “rodas de conversa” entre as gestantes cadastradas

O objetivo do pré-natal é não somente direcionar a assistência para o fator biológico, mas também haver um esforço para compreender os sentimentos e preocupações da gestante, inclusive deve ser envolvidos nesse cuidado, outros componentes familiares, especialmente o acompanhante, não importando se o pai biológico da criança.

Nesse sentido, uma das perguntas mais valiosas durante a assistência é se a gestante tem rede de apoio.

Portanto, no quarto passo para o pré-natal de qualidade, deve-se promover uma escuta ativa da gestante e dos seus acompanhantes, considerando aspectos intelectuais, emocionais, sociais, culturais e não somente cuidado biológico

5° PASSO:

Garantir o transporte público gratuito da gestante para o atendimento pré-natal, quando necessário.

É muito importante garantir o pré-natal:sus para todas as gestantes independentemente da condição financeira, a fim de praticar o princípio da universalidade do SUS.

Neste sentido, o Ministério da Saúde (2017) garante a realização do pré-natal para as gestantes que não tem condição de ir aos atendimentos, oferecendo transporte gratuito.

6° PASSO:

É direito do(a) parceiro(a) ser cuidado (realização de consultas, exames e ter acesso a informações) antes, durante e depois da gestação: “pré-natal do(a) parceiro(a)”.

Cuidar da saúde do parceiro é muito importante para evitar que este venha a contaminar a gestante com doenças infecciosas, por exemplo.

Neste sentido, o parceiro deve receber o teste para sífilis, HIV e outras doenças infecciosas, além de realizar os exames básicos de saúde.

Teixeira e Cruz fizeram um estudo em 2016 que revelou que os homens são resistentes no cuidado da sua saúde devido aos sentimentos de medo, vergonha, e por causas comportamentais como a impaciência, o descuido, prioridades de vida, e ainda com questões relacionadas com a forma de organização dos serviços de saúde. Observou-se que os fatores ligados ao gênero exercem forte influência, muitas vezes até como obstáculo.

Sabendo que os homens não gostam de procurar assistência à saúde, é prudente oferecer o pré-natal tanto para a gestante quanto para o seu companheiro.

Esse cuidado deve iniciar-se ainda no período preconcepção, verificando tipagem sanguínea por exemplo. Se for identificado que a mãe é fator RH negativo e o pai RH positivo, teremos uma situação de isoimunização fetal.

7° PASSO:

Garantir o acesso à unidade de referência especializada, caso seja necessário.

Para que o pré-natal seja integral, é necessário construir uma rede de serviços que atenda todas as necessidades da gestante.

Isto inclui garantir um acesso à unidade de referência especializada, quando a gestante necessitar do pré-natal de alto risco.

Qual será a maternidade que a gestante irá realizar o seu parto?

Essa informação deve ser registrada no cartão pré-natal da gestante, e por isso é muito importante o preenchimento correto de todos os dados.

Além disso, a gestante deve ser orientada a portar o seu cartão do pré-natal como se fosse um documento, pois se ocorrer uma urgência, qualquer socorrista poderá fazer contato com a rede hospitalar de referência, garantindo assim um atendimento mais rápido e efetivo.

8° PASSO:

Estimular e informar sobre os benefícios do parto fisiológico, incluindo a elaboração do “Plano de Parto”.

A quantidade de partos cesáreos é elevadíssimo no Brasil. Segundo Minayo et al (2022), 56% dos partos realizados no Brasil são cirúrgicos e destes, a maioria acontece na rede privada.

Além disso, os partos cesáreos eletivos apresentam efeitos muito negativos para a mãe e o bebê, como maior risco de morbidade, complicações respiratórias, internação hospitalar, sem falar nos efeitos a longo prazo que está incluída a asma, a síndrome metabólica, as doenças imunológicas, cardiovasculares, gastrointestinais e as dislipidemias e a obesidade (ANA PAULA, 2020)

Os efeitos negativos do parto cesáreo eletivo abarcam também o aumento da incidência de hipertensão arterial na juventude e vida adulta.

Neste sentido, é dever dos profissionais de saúde informar os benefícios do parto fisiológico utilizando uma linguagem mais simples possível

9° PASSO:

Toda gestante tem direito de conhecer e visitar previamente o serviço de saúde no qual irá dar à luz (vinculação).

Além de garantir o hospital de referência para a mulher e o seu companheiro, é fundamental realizar a vinculação.

A gestante deve realizar uma visita prévia ao hospital que ficará a sua disposição para eventuais necessidades de urgência e para a realização do seu parto.

Neste quesito, muitos hospitais e maternidades fazem palestras, por exemplo, na última semana do mês ou na última quinta do mês para dar segurança às gestantes que estão realizando o seu pré-natal: SUS.

10° PASSO:

As mulheres devem conhecer e exercer os direitos garantidos por lei no período gravídico-puerperal.

É também um dever dos profissionais de saúde informar a gestante sobre os seus direitos, que inclui, dentre outros, a proibição de demissão do trabalho durante o período gestacional.

Depois do diagnóstico, a mulher tem 30 dias para avisar o seu empregador de sua gravidez e se manter no emprego (Lei nº 9.029/1995).

Outro direito importante, é a escolha de um acompanhante durante o trabalho de parto, não necessitando de ser o pai do bebê (Lei 8080/1990)


Vacinação da Gestante

Fonte: Pixabay

De acordo com o Calendário Vacinal do Ministério da Saúde (2022), a gestante deverá receber 5 vacinas durante o seu período gestacional. São elas a Hepatite B, dT(difteria e tétano), dTpa (difteria, tétano e coqueluche acelular), antitetânica, influenza (campanhas anuais).

Além de contribuir pela própria saúde, a gestante possibilita a passagem dos anticorpos obtidos com a vacinação, primeiramente por meio da placenta e, depois, pelo leite materno.

Essa proteção fisiológica é fundamental nos primeiros meses de vida da criança, já que o sistema imunológico ainda está se desenvolvendo e fortalecendo.

Vacina dT e dTpa

A vacina dT protegem contra tétano e difteria e a dTpa protegem contra tétano, difteria e coqueluche.

A vacina adsorvida contra difteria, tétano e pertussis, acelular, conhecida como dTpa do tipo adulto, é indicada para as gestantes a partir da 20ª semana gestacional, a fim de induzir a produção de altos títulos de anticorpos contra a doença coqueluche (Ministério da Saúde, 2020).

Caso a gestante não puder ser vacinada no período pré-natal com a dTpa, ela deverá no período do puerpério, o mais precoce possível.

A aplicação de vacina dupla tipo adulto até a dose imunizante (segunda) do esquema recomendado ou dose de reforço em gestantes com esquema vacinal completo há mais de 5 anos.

Esquema na Gestante: Sem comprovação vacinal, deverá ser feito, duas doses de dT e uma dose de dTpa, sendo que a dTpa deve ser aplicada a partir da 20ª semana de gestação. Respeitar intervalo mínimo de um mês entre elas. Ao todo são 3 doses a depender da situação vacinal anterior. Caso haja vacinação anterior, deve-se considerar um período de tempo de 10 anos para completar o esquema.

Por exemplo: Durante uma consulta de pré-natal, a situação vacinal de S. M., 26 anos, é avaliada. Ela apresentou documentação do esquema vacinal da época completo até os 15 anos, idade em que recebeu um reforço de dT, uma dose de vacina contra febre amarela e a primeira dose de vacina contra hepatite B. Durante o pré-natal, ela deverá:

  • Hepatite B – Receber duas doses de hepatite 0 – 60 dias (recebeu apenas 1 dose a menos de 10 anos atrás).
  • dTpa – Receber uma dose de reforço (visto que havia recebido 2 doses de dT a menos de 10 anos atrás).
  • Influenza – Recebe uma dose (campanhas anuais).

Vacina Hepatite B

A vacina contra hepatite B deve ser realizada na gestação a depender da vacinação anterior.

Quando a gestante não consegue comprovar vacinação, deverá ser realizado três doses, com intervalo de 30 dias entre a 1ª e a 2ª, e, de 6 meses, entre a 1ª e a 3ª (0-1-6).

A gestante pode receber vacina de vírus vivo?

É importante destacar que a gestante não pode, em hipótese nenhuma, receber vacina de vírus vivo como a tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba).

Neste caso, a mulher somente poderá receber a tríplice viral quando em esquema incompleto, 30 dias antes de engravidar ou depois do parto.

Caso uma gestante receba a referida vacina, haverá um grande risco de má formação fetal, dentre outras complicações.

Mulheres que estão amamentando podem receber a vacina tríplice viral?

Para o Ministério da Saúde (2020), mulheres que amamentam podem ser vacinadas com a tríplice viral.

Além de ser contraindicada para gestantes, a tríplice viral também é contraindicada para crianças abaixo dos 6 (seis) meses de idade, mesmo em situações de surto de sarampo ou rubéola.

Portanto a vacina tríplice viral é contraindicada em gestantes e crianças menores de 6 meses, mas as mulheres no período puerperal podem receber a vacina.

Quanto tempo após o parto as puérperas podem ser vacinadas contra a febre amarela?

Já em relação à vacina da febre amarela, o imunizante é contraindicado em mulheres que estão amamentando crianças até 6 meses de idade.

Caso haja impossibilidade de adiar a vacinação em situações de surto, epidemias ou viagem para as áreas de risco e contrair a doença, o Ministério da Saúde (2020) recomenda que o médico deve avaliar o risco/benefício da vacinação. Se a gestante receber for vacinada contra a Febre Amarela, o amamentação deverá ser suspensa por 10 dias após a vacinação.


Diagnóstico de Gravidez

O diagnóstico de gravidez deve ser realizado pelo Teste Imunológico de Gravidez (TIG) ou a partir de 12 semanas de atraso menstrual (BRASIL, 2012) na Atenção Primária.

O TIG é realizado através da dosagem de gonadotrofina coriônica humana (beta HCG) no sangue, hormônio produzido pela placenta que impede a destruição do corpo lúteo e garante a manutenção da produção da progesterona, que têm a finalidade de promover a evolução gestacional.

Segundo o Ministério da Saúde (2012),  a dosagem de gonadotrofina coriônica humana (ßHCG) para o diagnóstico precoce da gravidez, pode ser detectado no sangue periférico da gestante entre 8 a 11 dias após a concepção. Os níveis plasmáticos do ßHCG aumentam de forma rápida até atingir um pico entre 60 e 90 dias de gestação.

É interessante refletir que a progesterona está para a gestação, assim como a ocitocina está para o parto. Assim o principal hormônio das alterações gravíssimas é a progesterona e o do parto é ocitocina, responsável pelas contrações uterinas e ejeção de leite durante a amamentação.

Logo no inicio da gravidez, a mulher vários sintomas provocados pelo aumento níveis séricos de HCG, como a cefaleia, enjoos, tontura, amenorreia, salivação excessiva, aumento da frequência urinária e sonolência fazendo com que haja a procura pelos serviços de saúde.

Esses sintomas são chamados de sinais de presunção de gravidez, porque são vagos e podem estar relacionados a muitas outras coisas.

Neste sentido, faz-se necessário conhecer os sinais de presunção, probabilidade e de certeza de gravidez.

Sinais de presunção de gravidez

Para o Ministério da Saúde (2012), são sinais de presunção de gravidez:

  • Amenorreia;
  • Manifestações clínicas (náuseas, vômitos, tonturas, salivação excessiva, mudança de apetite, aumento da frequência urinária e sonolência);
  • Modificações anatômicas (aumento do volume das mamas, hipersensibilidade nos mamilos, tubérculos de Montgomery, saída de colostro pelo mamilo, coloração violácea vulvar, cianose vaginal e cervical, aumento do volume abdominal).

Os sinais de presunção de gravidez são bastante inespecíficos e neste caso, devemos lembrar que a maioria das mulheres são leigas no assunto.

É comum as mulheres com esses sintomas, procurarem as unidades de saúde, no entanto, não se pode afirmar que há uma gravidez sem antes proceder o exame físico e realizar o TIG.

Na verdade, presume-se que a mulher está grávida, uma vez que esses sintomas podem também indicar muitas outras coisas.

Assim podemos dizer que os sinais de presunção de gravidez é o chamado “Fofoca de vizinho”, pois é comum as seguintes queixas:

“Estou com naúseas, vômitos e tonteira, estou grávida?”
“Percebi que os meios seios estão mais sensíveis e a cor da minha vulva está arroxeada!”
“A minha menstruação está atrasada e tenho ficado muito nervosa”.

Caso a mulher chegue com essas queixas, realize uma exame físico (sinais de probabilidade) e o Teste Imunológico de gravidez (sinal de certeza).

Sinais de Probabilidade

Para o Ministério da Saúde (2012), são sinais de probabilidade de gravidez:

  • Amolecimento da cérvice uterina, com posterior aumento do seu volume;
  • Paredes vaginais aumentadas, com aumento da vascularização (pode-se observar pulsação da artéria vaginal nos fundos de sacos laterais);
  • Positividade da fração beta do HCG no soro materno a partir do oitavo ou nono dia após a fertilização;
  • Aumento do volume das mamas;
  • Hipersensibilidade nos mamilos;
  • Tubérculos de Montgomery;
  • Saída de colostro pelo mamilo;
  • Aumento do do volume abdominal.

Sinais identificados no exame físico

Sinal de Hartman: sangramento vaginal bem discreto provocado pela implantação do óvulo na cavidade uterina após a concepção;

Sinal de Hegar: istmo do útero com consistência amolecida ao toque vaginal;

Sinal de Goodell: amolecimento do colo uterino durante o toque vaginal;

Aumento do volume uterino: ao nível da sínfise púbica com 12 semanas e da cicatriz umbilical com 20 semanas;

Sinal de Osiander: trata-se da percepção da pulsação arterial no fundo de saco durante o toque vaginal;

Sinal de Piskacek: percebe-se um abaulamento da região onde houve implantação do óvulo. Em outras palavras, o útero torna-se assimétrico depois da nidação;

Sinal de Nobile-Budin: nota-se um abaulamento do útero gravídico durante o toque do fundo de saco vaginal;

Sinal de Jacquemier ou Chadwick: Ao exame, percebe-se uma distensão venosa da vulva, pelo aumento do fluxo sanguíneo;

Sinal de Kluge: percebe-se uma coloração violácea da vagina, pelo mesmo motivo acima.

Neste caso, seria difícil dizer que a “vizinha percebeu que há pulsação da artéria vaginal da paciente no fundo de saco de Douglas.” Concorda?

Deste modo, podemos dizer que para se ter os sinais prováveis de gravidez, é preciso realizar pelo menos um exame físico.

Vale ressaltar que a positividade do HCG é um sinal de probabilidade pois a molécula do hCG possui duas subunidades diferentes: alfa e beta. A subunidade alfa é encontrada em vários hormônios, como TSH FSH E LH, enquanto que a subunidade beta é encontrada apenas no HCG.

Sinais de certeza de gravidez

Para o Ministério da Saúde (2012), são sinais de certeza de gravidez:

  • Presença dos batimentos cardíacos fetais (BCF), que são detectados pelo Sonar a partir de 12 semanas e pelo Pinard a partir de 20 semanas;
  • Percepção dos movimentos fetais (de 18 a 20 semanas);
  • Ultrassonografia: o saco gestacional pode ser observado por via transvaginal com apenas 4 a 5 semanas gestacionais e a atividade cardíaca é a primeira manifestação do embrião com 6 semanas gestacionais;

Além da ultrassonografia, outros exames que possibilite visualizar o feto, como o raio x de esqueleto fetal, também permitem o diagnóstico de certeza de gravidez.

Sinal de Puzos: rechaço fetal intrauterino, durante o toque vaginal, no fundo de saco anterior.

Esses sinais são percebidos pelo “ver, ouvir e sentir”. Não tem erro, é certeza de gravidez.

Resumo

  • Sinais de Presunção = atraso menstrual, náuseas: “Fofoca da vizinha”.
  • Sinais de Probabilidade = paredes vaginais aumentadas: somente por exame físico.
  • Sinais de Certeza = Ultrassonografia (ver), Batimentos cardíacos fetais (ouvir) e Percepção de movimentos fetais (sentir).

Sinais de Diagnóstico de Gravidez

Fofoca da VizinhaExame físico ou laboratorialVer, ouvir e sentir
PresuntivosProváveisCerteza
AmenorreiaRechaço fetalPresença dos batimentos cardíacos fetais (BCF)
Náuseas e vômitosSinal de hegar (amolecimento da cérvive uterina)Percepção dos movimentos fetais
PolaciúriaContração de Braxton HicksUltrassonografia com visualização de saco gestacional
Alterações mamáriasSinal de Chedwick: distensão venosa da vulvaRaixo X de esqueleto fetal
FadigaSinal de Osiander: percepção da pulsação arterial no fundo de saco durante o toque vaginal
Areola secundária

 


O que fazer após o diagnóstico de gravidez?

Ainda na consulta de enfermagem ou médica, após a confirmação de gravidez, dá-se inicio ao pré-natal, com o cadastramento da gestante no SisPreNatal.

Todas as informações referentes aos achados diagnósticos e condutas deverão ser anotadas tanto no SisPreNatal quanto no cartão da gestante.

Nesse momento, é preciso realizar orientações quanto ao acompanhamento no pré-natal referentes a sequência de consultas, visitas domiciliares e grupos educativos.

Assim, deverá ser fornecido para a gestante, conforme orienta o Ministério da Saúde (2012):

  • O Cartão da Gestante, com a identificação preenchida, o número do Cartão Nacional da Saúde, o hospital de referência para o parto e as orientações sobre este;
  • O calendário de vacinas e suas orientações;
  • A solicitação dos exames de rotina;
  • As orientações sobre a participação nas atividades educativas (reuniões e visitas domiciliares).

Vale enfatizar que o nome do hospital de referência para o parto e possíveis intercorrências devem estar explícitos no cartão da gestante.

Classificação do Risco Gestacional

A finalidade do pré-natal é garantir uma gravidez saudável, de forma a propiciar proteção ao binômio mãe e filho.

Por esse motivo, é necessário realizar a classificação do risco gestacional para identificar os problemas reais e potenciais que poderiam provocar adoecimento na gestação.

A classificação de risco proposta pelo Ministério da Saúde (2012), tem ao objetivo de diminuir a morbimortalidade materna infantil e ampliar o acesso a um pré-natal com qualidade.

Como fazemos isso?

A classificação de risco dever ser um processo permanente, ocorrendo em toda consulta de pré-natal.

No entanto, classificar uma gestante de risco não quer dizer que há a necessidade de encaminhar para o pré-natal de alto risco.

As alterações identificadas são apenas características individuais e da história reprodutiva que levam os profissionais do pré-natal a ter uma atenção maior.

Fatores Relacionados às Características Individuais e às Condições Sociodemográficas Desfavoráveis

Através da identificação dos fatores de risco que levam à morbimortalidade materna e neonatal, que segundo o Ministério da Saúde (2012), são, em sua maioria, as doenças hipertensiva na gestação.

Idade menor do que 15 e maior do que 35 anos;

O pré-natal somente vai ter sucesso quando há uma boa troca de informação entre a gestante e os profissionais de saúde, propiciando uma escuta qualificada.

No entanto, boa parte das mulheres com idade menor do que 15 anos, não tem aceitação da gravidez.

Por que a gravidez antes dos 15 anos é um fator sociodemográfica desfavorável para a gravidez?

Para Bergamaschi e Praça (2008), a gravidez na adolescência pode colocar-se à crise da adolescência, uma vez que se trata de uma de reestruturação de identidade, ao afastar-se o papel e os padrões infantis. A gestação, acontecendo nesse período da vida, efetua uma nova procura para redefinições de papéis, com novos conflitos suficientes para provocar uma maior desestruturação da personalidade, combinada com mudanças psíquicas e orgânicas.

Compreender a necessidade de um olhar diferente para a gravidez na adolescência é justificado pela alta prevalência de gravidez no Brasil e no mundo.  Para a Organização das Nações Unidas (2018), de 1000 nascimentos no mundo, 46 deles são frutos de gestantes entre 15 e 19 anos de idade. Silva e Abrão (2020) citam que o Brasil ultrapassa a estimativa mundial com uma quantitativo de 65,5 nascimentos.

Gravidez depois dos 35 anos de idade: possíveis consequências materno-infantis

As gestantes com idade maior do que 35 anos apresentam uma maior probabilidade de evolução gravídica desfavorável, o que ocasiona a agudização de problemas emocionais e gestacionais, como por exemplo, aborto, anomalia fetal, hemorragias, hipertensão, partos prematuros  (Oliveira et al, 2020). Além disso, há uma maior incidência de resultados negativos para a criança, como défice de atenção, problemas de aprendizagem, autismo e síndrome de Down.

Ocupação: esforço físico excessivo, carga horária extensa, rotatividade de horário, exposição a agentes físicos, químicos e biológicos, estresse;

A gestação é uma condição fisiológica do corpo humano feminino e por isso a mulher não deve ser privada de nenhuma atividade que faz de modo regular no dia a dia.

Por esse motivo, o Ministério da Saúde (2018) recomenda que a Atenção Básica dispense um pré-natal que promova um estilo de vida saudável na gravidez de modo a garantir uma gestação tranquila e segura para o bebê.

Atividades que trazem qualquer tipo de estresse para o bebê e para a mãe, seja de natureza emocional ou física, devem ser evitadas, de modo que todas as atividades da gestante sejam equilibradas.

Atividades muito exaustivas podem produzir alterações que podem levar o bebê à má formação.

Situação familiar insegura e não aceitação da gravidez, principalmente em se tratando de adolescente;

A adolescência é um período marcado por inúmeros conflitos provocados pela necessidade de reafirmação no mundo.

Quando há uma gravidez nessa época, a não aceitação se torna bastante comum e um fator de risco para a gestação.

A situação conjugal insegura provoca uma maior instabilidade emocional pra essa gestante, o que aumenta a predisposição ao desenvolvimento do Baby Blues e também da depressão pós-parto.

Baixa escolaridade (menor do que cinco anos de estudo regular);

Segundo o Pereira et al (2020), “no Brasil, entre os anos de 2005 e 2017, 52% das gestantes com sífilis encontravam-se na faixa etária de 20 a 29 anos, 24,7%, na de 15 a 19 anos e 20,2%, na de 30 a 39 anos. Em relação à escolaridade, 53,1% das mulheres não tinham o ensino médio completo.”

Além disso, o baixo nível de conhecimento dos adolescentes e jovens culmina no aumento da ISTs nesse público e uma baixa cobertura de pré-natal.

Neste sentido, os profissionais de saúde deverão utilizar uma linguagem de fácil assimilação para que a gestante entenda o que se está falando de gravidez, considerando também os fatores culturais locais.

Condições ambientais desfavoráveis;

Além disso, é fundamental verificar o ambiente que a gestante está inserida e como ela relaciona nesse espaço.

Altura menor do que 1,45m;

Mulheres com uma altura menor que 1,45 metros tem maior risco de distocia no parto, por ter, comumente, uma desproporção céfalo pélvica importante.

A desproporção céfalo pélvica é caracterizada por uma pelve muito estreita e verticalizada causando uma dificuldade para a passagem do bebê durante o parto.

IMC que evidencie baixo peso, sobrepeso ou obesidade.

O acompanhamento do IMC também é importante. Ganhar muito peso ou perder é sinal de alerta para a presença de instabilidade gravídica.

Fatores relacionados à história reprodutiva anterior:

A presença de fatores de risco na história reprodutiva na gestante é uma condição que justifica uma necessidade de maiores cuidados pela equipe de saúde.

Quais são esses fatores?

Recém-nascido com restrição de crescimento, pré-termo ou malformado;

A dependência química é uma importante causa do crescimento intrauterino restrito e também grande causadora do descolamento prematuro de placenta.

O descolamento prematuro de placenta é grave. Neste caso a placenta sai do útero antes da criança impedindo a sua respiração, o que também leva a um sangramento, choque e à morte.

Macrossomia fetal;

Existem alguns fatores que promovem o aumento do tamanho corporal dos bebês, enquanto eles estão dentro do útero materno. A causa mais comum é a diabetes materna.

Neste caso, o alto teor de glicemia materna promove um alto fluxo de glicose para o sangue fetal. Isso promove um crescimento excessivo pois o bebê alimenta-se desse nutriente acumulando gordura.

Em mulheres com apresentam uma história anterior de macrossomia fetal, é necessário monitorar os valores glicêmicos durante toda a gestação.

Síndromes hemorrágicas ou hipertensivas;

Segundo o Ministério da Saúde (2012), as situações hemorrágicas gestacionais envolvem:

– Primeira metade da gestação

  • Abortamento.
  • Gravidez ectópica.
  • Neoplasia trofoblástica gestacional benigna (mola hidatiforme).
  • Descolamento corioamniótico.

 Segunda metade da gestação

  • Placenta prévia.
  • Descolamento prematuro da placenta.
  • Rotura uterina.
  • Vasa prévia.

Caso a gestante apresente de síndrome hemorrágica em gestações anteriores, é fundamental realizar um pré-natal com bastante cuidado.

Além disso, é fundamental o encaminhamento para o pré-natal de alto risco, se houver sangramento na gravidez atual

Intervalo interpartal menor do que dois anos ou maior do que cinco anos;

Um dos fatores que promovem o aumento das gestações inesperadas é um pré-natal de má qualidade.

Por exemplo, não realizar simples orientações para que a mulher realize aleitamento materno exclusivo contribui para a diminuição do intervalo entre partos, previne a osteoporose nas mulheres e diminui a incidência de icterícia e alergias nas crianças.

Quando o intervalo interpartal é maior que cinco anos, o organismo da mulher apresenta um preparação gravídica semelhante a uma nulípara.

Já quando o intervalo interpartal é menor do que dois anos, há um maior risco de complicação porque o organismo materno não se recuperou totalmente da ultima gestação.

Nuliparidade e multiparidade (cinco ou mais partos);

Além disso, quando a mulher apresenta muitos partos há uma chance maior de hemorragia pós-parto. Por quê?

O útero é um órgão muscular que durante a gestação, tem as suas fibras esticadas. À medida que os partos vão acontecendo, essas fibras vão perdendo elasticidade, principalmente em partos gemelares ou de bebês muito grandes.

Imediatamente após o parto, o útero faz a contração dos vasos sanguíneos, obliteração e trombose local para evitar a perda sanguíneo.  Esse mecanismo é chamado de Globo de Segurança de Pinard.

Quando o profissional apalpa o fundo do útero, ele sente como se fosse uma “bolinha de tênis” Esse mecanismo também chamado de sinal de Pinard tem uma função muito importante de evitar o sangramento dos grandes vasos que foram rompidos após a saída da placenta.

Em outras palavras, a formação do Globo de Segurança de Pinard tem a função de contrair certas fibras musculares de modo a pinçar os grandes vasos.

Por outro lado, quando a mulher tem um útero fraco em razão de vários partos na vida, a tendência é que o Globo de Segurança de Pinard não seja suficiente para estancar o sangramento, o que provoca hemorragia pós-parto e aumenta o risco de morte materna.

Além disso, com relação ao organismo da mulher que nunca pariu, não sabemos como será a evolução da gravidez porque não existe histórico obstétrico.

Já para a mulher que apresenta um número maior de partos, existe um risco maior de hemorragia. Isso acontecido porque o tecido muscular está mais comprometido, principalmente em partos cesáreos.

Onde há cortes cirúrgicos, apesar de cicatrizado, haverá perda de força no tecido devido à fibrose e perda de elasticidade.

E qual é a consequência disso?

No momento do parto, a força das contrações pode levam a uma ruptura uterina exatamente local onde foi realizada a cirurgia no último parto.

Quanto maior o número de cesarianas, maior será o comprometimento desse tecido e maior será o risco de ruptura uterina.

Cirurgia uterina anterior;

Motivo anterior.

Três ou mais cesarianas.

Motivo anterior.

Fatores relacionados à gravidez atual:

Quais são os fatores relacionados à gravidez atual que merecem uma atenção maior no pré-natal de baixo risco?

Ganho ponderal inadequado;

A gestante nunca pode perder peso. Ele deve diminuir o ganho, mas nunca perder. Seria alerta vermelho.

Os profissionais de saúde devem realizar o acompanhamento por meio do índice de massa corporal baseado nos gráficos do Ministério da Saúde.

Infecção urinária;

A infecção do trato urinário na gestação está associada a rotura prematura de membranas, aborto, trabalho de parto prematuro e baixo peso ao nascer.

Neste sentido, é fundamental requisitar a urocultura e urina tipo I no primeiro e no último trimestre de gravidez.

Anemia.

Com a gravidez, há um aumento em cerca de 40% do volume de plasma, isso provoca uma diluição dos componentes sólidos do sangue, gerando uma anemia fisiológica.

Então se temos a anemia fisiológica da gravidez, temos que compensar através da suplementação com sulfato ferroso.

Vale lembrar que a anemia é caracterizada pela diminuição da hemoglobina e da sua função de carreamento de de oxigênio e isso para o feto que está em intenso crescimento celular é muito ruim.

Neste sentido, o Ministério da Saúde (2012), recomenda a realização do hemograma no primeiro e no terceiro trimestre de gravidez.

Resultados possíveis no hemograma:

  • Hemoglobina >11ausência de anemia: Prevenir com suplementação de ferro.
  • Hemoglobina entre 8 e 11anemia moderada: Solicitar exame parasitológico; Prescrever 120 a 240mg de ferro por dia e repetir exame entre 30 a 60 dias;
  • Hemoglobina <8 Referenciar para o pré-natal de alto risco.

Esses são os fatores de risco que quando presentes, não necessitam da gestante ser encaminhada ao pré-natal de alto risco, em vez disso, os profissionais de saúde devem intensificar as ações de vigilância e prevenção.

Fatores de risco que podem indicar encaminhamento ao pré-natal de alto risco

Segundo o Ministério da Saúde (2012), se a gestante apresentar alguns das seguintes situações, ela deve ser encaminhada ao pré-natal de alto risco:

  • Cardiopatias;
  • Pneumopatias graves (incluindo asma brônquica);
  • Nefropatias graves (como insuficiência renal crônica e em casos de transplantados);
  • Endocrinopatias (especialmente DM, hipotireoidismo e hipertireoidismo);
  • Doenças hematológicas (inclusive doença falciforme e talassemia);
  • HAS crônica e/ou caso de paciente que faça uso de anti-hipertensivo (PA>140/90mmHg antes de 20 semanas de idade gestacional – IG);
  • Doenças neurológicas (como epilepsia);
  • Doenças psiquiátricas que necessitam de acompanhamento (psicoses, depressão grave etc.);
  • Doenças autoimunes (lúpus eritematoso sistêmico, outras colagenoses);
  • Alterações genéticas maternas;
  • Antecedente de TVP ou embolia pulmonar;
  • Ginecopatias (malformação uterina, miomatose, tumores anexiais e outras);
  • Portadoras de doenças infecciosas como hepatites, toxoplasmose, infecção pelo HIV, sífilis terciária (USG com malformação fetal) e outras DSTs (condiloma);
  • Hanseníase;
  • Tuberculose;
  • Dependência de drogas lícitas ou ilícitas;
  • Qualquer patologia clínica que necessite de acompanhamento especializado;
  • Morte intrauterina ou perinatal em gestação anterior, principalmente se for de causa desconhecida;
  • História prévia de doença hipertensiva da gestação, com mau resultado obstétrico e/ou perinatal (interrupção prematura da gestação, morte fetal intrauterina, síndrome Hellp, eclâmpsia, internação da mãe em UTI);
  • Abortamento habitual;
  • Esterilidade/infertilidade;
  • Restrição do crescimento intrauterino;
  • Polidrâmnio ou oligoidrâmnio;
  • Gemelaridade;
  • Malformações fetais ou arritmia fetal;
  • Distúrbios hipertensivos da gestação (hipertensão crônica preexistente, hipertensão gestacional ou transitória).

Referências Bibliográficas

BRASIL, Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995. Proíbe a exigência de atestados de gravidez e esterilização e outras práticas discriminatórias, para efeitos admissionais ou de permanência da relação jurídica de trabalho e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, v. 01, n. 55, 1995. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L9029.htm>. Acesso em 02 de Jul. de 2022.

Brasil. Lei 8080 de 19 de setembro de 1990. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm>. Acesso em 02 de Jul. de 2022.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Instrução normativa referente ao calendário nacional de vacinação. Brasília: Ministério da Saúde; 2019:12p. Disponível em: <http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/marco/22/Instrucao-Normativa-Calendario-Vacinacao-Site.pdf>. Acesso em 02 de Jul. de 2022.

Núcleo do Telessaúde. Espírito Santo. Biblioteca Virtual em Saúde. Atenção Primária à Saúde. Quanto tempo após o parto as puérperas podem ser vacinadas contra a febre amarela?  Segunda Opinião Formativa. 21 jun.2017, Id. Sof-36562. Disponível em: <https://aps.bvs.br/aps/quanto-tempo-apos-o-parto-as-puerperas-podem-ser-vacinadas-contra-a-febre-amarela>. Acesso em 02 de Jul. de 2022.

SILVA, Vasconcelos da Silva; ABRÃO, Jorge Luiz Ferreira. Experiências emocionais da gravidez na adolescência: entre expectativas e conflitos. Revista Acadêmica Paul. Psicol., V.40, nº98, São Paulo, jan/jul de 2020. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-711X2020000100007>. Acesso em 05 de jul. de 2022.

OLIVEIRA, Sara; ARAÚJO, Lia; RIBEIRO, Oscar. Gravidez tardia no último filho e o seu impacto em trajetórias desenvolvimentais. Arquivo Brasileiro de Psicologia, Rio de janeiro, v.72, nº 2, maio/ago de 2020. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672020000200006>. Acesso em 05 de jul. de 2022.

PEREIRA, et al. Impacto do grau de escolaridade e idade no diagnóstico tardio de sífilis em gestante. Revista Feminina, Juiz de fora, v.48, n.9, 2020. Disponível em <https://docs.bvsalud.org/biblioref/2020/10/1122585/femina-2020-489-563-567.pdf>. Acesso em 05 de jul. de 2022.

Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 316p. Série A. Normas e Manuais Técnicos. Cadernos Atenção Básica, n.32.

Marcus Vinícius

Enfermeiro, Servidor Público, Coordenador Técnico do CAPS 1 de Lagoa da Prata-MG, empreendedor e blogueiro que dedica parte do seu tempo para a partilha de material de grande qualidade relacionados a Enfermagem e Sáude Pública.

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