Pré–natal é a assistência de saúde dispensado gratuitamente para todas as gestantes. Seu principal objetivo é proporcionar uma gestação saudável e diagnosticar e tratar possíveis complicações de forma precoce. Consiste em uma rede de serviços de saúde que visam garantir consultas, solicitação de exames periódicos, ultrassonografias e administrar vacinas indispensáveis para o momento.
Existem dois tipos de pré-natal. O pré-natal de baixo risco e de alto risco. Este artigo está focado no pré-natal de baixo risco.
Para direcionar as ações voltadas para esse público, o Ministério da Saúde disponibilizou o Caderno de Atenção ao Pré-natal de baixo risco, que descreve ações que devem ser realizadas durante um Pré-natal de baixo risco de qualidade na Atenção Básica. No entanto, usaremos também outras referências para tornar o assunto ainda mais claro.
Trata-se de um programa de acompanhamento da gestante na atenção básica com a finalidade de garantir uma gestação saudável ao mesmo tempo que prepara a mulher para um parto humanizado e um puerpério tranquilo para a mãe e o bebê isento de complicações.
No entanto, quando surgir complicações, a gestante é encaminhada para o pré-natal de alto risco, que é realizado numa unidade hospitalar preparada para esse fim.
São 6 consultas, sendo intercaladas entre enfermeiro e médico, sendo mensal até a 28ª semana de gestação, quinzenal entre 28ª e a 36ª semana e semanalmente, a partir de 37 semanas.
Além disso, as consultas de Pré-natal devem ser iniciadas no primeiro trimestre de gravidez e podem ser realizadas na unidade de saúde ou durante visitas domiciliares, sendo importantíssimo realizar um consulta puerperal após o parto.
Quando é realizado as sete consultas, podemos dizer que houve um pré-natal completo.
Todas as informações da gestante são alimentadas no SISPRÉ-NATAL.
Trata-se de um sistema online que permite cadastrar a gestante, monitorar e avaliar todas as ações de PRÉ-NATAL, bem como de puerpério realizados pelos serviços de saúde a cada uma das gestantes e recém-nascido, desde o primeiro atendimento na Unidade Básica de Saúde até o atendimento hospitalar de alto risco.
O atendimento deve ser realizado no mínimo em 6 consultas, intercaladas entre consultas com o enfermeiro e médico.
O enfermeiro pode fazer todo o pré-natal de baixo risco sozinho, no entanto não é desejável.
O Ministério da Saúde (2017) recomenda que a UBS tenha uma equipe multiprofissional composta pelo médico, enfermeiro, técnicos de enfermagem e que a primeira consulta seja feita pelo médico, e depois, as consultas devem ser alternadas entre o médico e o enfermeiro.
O fator mais importante para que haja sucesso no pré-natal de baixo risco é a captação da gestante para início oportuno.
Quando é esse inicio oportuno?
Quanto mais precoce é o início do pré-natal, menor é o risco de de incidentes no parto e no desenvolvimento do bebê. tem que tentar fazer esse no mínimo de seis consultas.
O Ministério da Saúde recomenda que, idealmente, a captação precoce no primeiro trimestre de gravidez, ou seja, até 90 dias ou 12 semanas de gestação.
Isso é muito importante para evitar problemas durante o ciclo gravídico, pois através do diagnóstico precoce e da identificação de riscos, é possível oferecer as intervenções adequadas.
Quais são esses dez passos do sucesso?
Iniciar o pré-natal na Atenção Primária à Saúde até a 12ª semana de gestação (captação precoce);
O primeiro passo no Pré-natal de baixo risco, é a captação precoce das gestantes, especialmente no primeiro trimestre, ou seja, até a décima segunda semana.
Essa captação de gestante para o início do pré-natal é essencial para o diagnóstico precoce das alterações e intervenções adequadas sobre as condições que vulnerabilizam a gestante e a criança.
“Então quanto mais cedo eu começo o pré-natal, mais cedo eu consigo diagnosticar situações de vulnerabilidade ou complicações.”
Garantir os recursos humanos, físicos, materiais e técnicos necessários à atenção pré-natal;
É preciso ter estrutura na Atenção Básica pra poder cuidar dessa desse binômio, mãe e bebê, como médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, agente comunitário e outros para cobrir a demanda de atendimento no Pré-Natal.
Toda gestante deve ter assegurado a solicitação, realização e avaliação em termo oportuno do resultado dos exames preconizados no atendimento pré-natal.
Assegurar a solicitação, realização e avaliação dos exames em cada período da gestação.
É muito importante a realização dos exames preconizados para o atendimento pré-natal no tempo certo, que é baseado na data do primeiro dia da última menstruação (DUM).
Por outro lado, é comum surgir gestantes que às vezes não sabe quando menstruou pela última vez
Mas por que que é importante a realização dos exames no pré-natal?
Os exames são capazes de diagnosticar estados patológicos que poderão vir a colocar em risco a vida do bebê ou da gestante ou mesmo provocar consequências futuras.
Quais são os exames realizados no Pré-Natal?
Exames que deverão ser solicitados na primeira consulta:
Exames do 2º trimestre:
Exames do 3º trimestre
Promover a escuta ativa da gestante e de seus(suas) acompanhantes, considerando aspectos intelectuais, emocionais, sociais e culturais e não somente um cuidado biológico: “rodas de gestantes”.
O Ministério da Saúde (2017), recomenda que a Atenção Básica realize um cuidado integral considerando todas as dimensões, e não apenas realizar “rodas de conversa” entre as gestantes cadastradas
O objetivo do pré-natal é não somente direcionar a assistência para o fator biológico, mas também haver um esforço para compreender os sentimentos e preocupações da gestante, inclusive deve ser envolvidos nesse cuidado, outros componentes familiares, especialmente o acompanhante, não importando se o pai biológico da criança.
Nesse sentido, uma das perguntas mais valiosas durante a assistência é se a gestante tem rede de apoio.
Portanto, no quarto passo para o pré-natal de qualidade, deve-se promover uma escuta ativa da gestante e dos seus acompanhantes, considerando aspectos intelectuais, emocionais, sociais, culturais e não somente cuidado biológico
Garantir o transporte público gratuito da gestante para o atendimento pré-natal, quando necessário.
É muito importante garantir o pré-natal:sus para todas as gestantes independentemente da condição financeira, a fim de praticar o princípio da universalidade do SUS.
Neste sentido, o Ministério da Saúde (2017) garante a realização do pré-natal para as gestantes que não tem condição de ir aos atendimentos, oferecendo transporte gratuito.
É direito do(a) parceiro(a) ser cuidado (realização de consultas, exames e ter acesso a informações) antes, durante e depois da gestação: “pré-natal do(a) parceiro(a)”.
Cuidar da saúde do parceiro é muito importante para evitar que este venha a contaminar a gestante com doenças infecciosas, por exemplo.
Neste sentido, o parceiro deve receber o teste para sífilis, HIV e outras doenças infecciosas, além de realizar os exames básicos de saúde.
Teixeira e Cruz fizeram um estudo em 2016 que revelou que os homens são resistentes no cuidado da sua saúde devido aos sentimentos de medo, vergonha, e por causas comportamentais como a impaciência, o descuido, prioridades de vida, e ainda com questões relacionadas com a forma de organização dos serviços de saúde. Observou-se que os fatores ligados ao gênero exercem forte influência, muitas vezes até como obstáculo.
Sabendo que os homens não gostam de procurar assistência à saúde, é prudente oferecer o pré-natal tanto para a gestante quanto para o seu companheiro.
Esse cuidado deve iniciar-se ainda no período preconcepção, verificando tipagem sanguínea por exemplo. Se for identificado que a mãe é fator RH negativo e o pai RH positivo, teremos uma situação de isoimunização fetal.
Garantir o acesso à unidade de referência especializada, caso seja necessário.
Para que o pré-natal seja integral, é necessário construir uma rede de serviços que atenda todas as necessidades da gestante.
Isto inclui garantir um acesso à unidade de referência especializada, quando a gestante necessitar do pré-natal de alto risco.
Qual será a maternidade que a gestante irá realizar o seu parto?
Essa informação deve ser registrada no cartão pré-natal da gestante, e por isso é muito importante o preenchimento correto de todos os dados.
Além disso, a gestante deve ser orientada a portar o seu cartão do pré-natal como se fosse um documento, pois se ocorrer uma urgência, qualquer socorrista poderá fazer contato com a rede hospitalar de referência, garantindo assim um atendimento mais rápido e efetivo.
Estimular e informar sobre os benefícios do parto fisiológico, incluindo a elaboração do “Plano de Parto”.
A quantidade de partos cesáreos é elevadíssimo no Brasil. Segundo Minayo et al (2022), 56% dos partos realizados no Brasil são cirúrgicos e destes, a maioria acontece na rede privada.
Além disso, os partos cesáreos eletivos apresentam efeitos muito negativos para a mãe e o bebê, como maior risco de morbidade, complicações respiratórias, internação hospitalar, sem falar nos efeitos a longo prazo que está incluída a asma, a síndrome metabólica, as doenças imunológicas, cardiovasculares, gastrointestinais e as dislipidemias e a obesidade (ANA PAULA, 2020)
Os efeitos negativos do parto cesáreo eletivo abarcam também o aumento da incidência de hipertensão arterial na juventude e vida adulta.
Neste sentido, é dever dos profissionais de saúde informar os benefícios do parto fisiológico utilizando uma linguagem mais simples possível
Toda gestante tem direito de conhecer e visitar previamente o serviço de saúde no qual irá dar à luz (vinculação).
Além de garantir o hospital de referência para a mulher e o seu companheiro, é fundamental realizar a vinculação.
A gestante deve realizar uma visita prévia ao hospital que ficará a sua disposição para eventuais necessidades de urgência e para a realização do seu parto.
Neste quesito, muitos hospitais e maternidades fazem palestras, por exemplo, na última semana do mês ou na última quinta do mês para dar segurança às gestantes que estão realizando o seu pré-natal: SUS.
As mulheres devem conhecer e exercer os direitos garantidos por lei no período gravídico-puerperal.
É também um dever dos profissionais de saúde informar a gestante sobre os seus direitos, que inclui, dentre outros, a proibição de demissão do trabalho durante o período gestacional.
Depois do diagnóstico, a mulher tem 30 dias para avisar o seu empregador de sua gravidez e se manter no emprego (Lei nº 9.029/1995).
Outro direito importante, é a escolha de um acompanhante durante o trabalho de parto, não necessitando de ser o pai do bebê (Lei 8080/1990)
De acordo com o Calendário Vacinal do Ministério da Saúde (2022), a gestante deverá receber 5 vacinas durante o seu período gestacional. São elas a Hepatite B, dT(difteria e tétano), dTpa (difteria, tétano e coqueluche acelular), antitetânica, influenza (campanhas anuais).
Além de contribuir pela própria saúde, a gestante possibilita a passagem dos anticorpos obtidos com a vacinação, primeiramente por meio da placenta e, depois, pelo leite materno.
Essa proteção fisiológica é fundamental nos primeiros meses de vida da criança, já que o sistema imunológico ainda está se desenvolvendo e fortalecendo.
A vacina dT protegem contra tétano e difteria e a dTpa protegem contra tétano, difteria e coqueluche.
A vacina adsorvida contra difteria, tétano e pertussis, acelular, conhecida como dTpa do tipo adulto, é indicada para as gestantes a partir da 20ª semana gestacional, a fim de induzir a produção de altos títulos de anticorpos contra a doença coqueluche (Ministério da Saúde, 2020).
Caso a gestante não puder ser vacinada no período pré-natal com a dTpa, ela deverá no período do puerpério, o mais precoce possível.
A aplicação de vacina dupla tipo adulto até a dose imunizante (segunda) do esquema recomendado ou dose de reforço em gestantes com esquema vacinal completo há mais de 5 anos.
Esquema na Gestante: Sem comprovação vacinal, deverá ser feito, duas doses de dT e uma dose de dTpa, sendo que a dTpa deve ser aplicada a partir da 20ª semana de gestação. Respeitar intervalo mínimo de um mês entre elas. Ao todo são 3 doses a depender da situação vacinal anterior. Caso haja vacinação anterior, deve-se considerar um período de tempo de 10 anos para completar o esquema.
Por exemplo: Durante uma consulta de pré-natal, a situação vacinal de S. M., 26 anos, é avaliada. Ela apresentou documentação do esquema vacinal da época completo até os 15 anos, idade em que recebeu um reforço de dT, uma dose de vacina contra febre amarela e a primeira dose de vacina contra hepatite B. Durante o pré-natal, ela deverá:
A vacina contra hepatite B deve ser realizada na gestação a depender da vacinação anterior.
Quando a gestante não consegue comprovar vacinação, deverá ser realizado três doses, com intervalo de 30 dias entre a 1ª e a 2ª, e, de 6 meses, entre a 1ª e a 3ª (0-1-6).
É importante destacar que a gestante não pode, em hipótese nenhuma, receber vacina de vírus vivo como a tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba).
Neste caso, a mulher somente poderá receber a tríplice viral quando em esquema incompleto, 30 dias antes de engravidar ou depois do parto.
Caso uma gestante receba a referida vacina, haverá um grande risco de má formação fetal, dentre outras complicações.
Para o Ministério da Saúde (2020), mulheres que amamentam podem ser vacinadas com a tríplice viral.
Além de ser contraindicada para gestantes, a tríplice viral também é contraindicada para crianças abaixo dos 6 (seis) meses de idade, mesmo em situações de surto de sarampo ou rubéola.
Portanto a vacina tríplice viral é contraindicada em gestantes e crianças menores de 6 meses, mas as mulheres no período puerperal podem receber a vacina.
Já em relação à vacina da febre amarela, o imunizante é contraindicado em mulheres que estão amamentando crianças até 6 meses de idade.
Caso haja impossibilidade de adiar a vacinação em situações de surto, epidemias ou viagem para as áreas de risco e contrair a doença, o Ministério da Saúde (2020) recomenda que o médico deve avaliar o risco/benefício da vacinação. Se a gestante receber for vacinada contra a Febre Amarela, o amamentação deverá ser suspensa por 10 dias após a vacinação.
O diagnóstico de gravidez deve ser realizado pelo Teste Imunológico de Gravidez (TIG) ou a partir de 12 semanas de atraso menstrual (BRASIL, 2012) na Atenção Primária.
O TIG é realizado através da dosagem de gonadotrofina coriônica humana (beta HCG) no sangue, hormônio produzido pela placenta que impede a destruição do corpo lúteo e garante a manutenção da produção da progesterona, que têm a finalidade de promover a evolução gestacional.
Segundo o Ministério da Saúde (2012), a dosagem de gonadotrofina coriônica humana (ßHCG) para o diagnóstico precoce da gravidez, pode ser detectado no sangue periférico da gestante entre 8 a 11 dias após a concepção. Os níveis plasmáticos do ßHCG aumentam de forma rápida até atingir um pico entre 60 e 90 dias de gestação.
É interessante refletir que a progesterona está para a gestação, assim como a ocitocina está para o parto. Assim o principal hormônio das alterações gravíssimas é a progesterona e o do parto é ocitocina, responsável pelas contrações uterinas e ejeção de leite durante a amamentação.
Logo no inicio da gravidez, a mulher vários sintomas provocados pelo aumento níveis séricos de HCG, como a cefaleia, enjoos, tontura, amenorreia, salivação excessiva, aumento da frequência urinária e sonolência fazendo com que haja a procura pelos serviços de saúde.
Esses sintomas são chamados de sinais de presunção de gravidez, porque são vagos e podem estar relacionados a muitas outras coisas.
Neste sentido, faz-se necessário conhecer os sinais de presunção, probabilidade e de certeza de gravidez.
Para o Ministério da Saúde (2012), são sinais de presunção de gravidez:
Os sinais de presunção de gravidez são bastante inespecíficos e neste caso, devemos lembrar que a maioria das mulheres são leigas no assunto.
É comum as mulheres com esses sintomas, procurarem as unidades de saúde, no entanto, não se pode afirmar que há uma gravidez sem antes proceder o exame físico e realizar o TIG.
Na verdade, presume-se que a mulher está grávida, uma vez que esses sintomas podem também indicar muitas outras coisas.
Assim podemos dizer que os sinais de presunção de gravidez é o chamado “Fofoca de vizinho”, pois é comum as seguintes queixas:
“Estou com naúseas, vômitos e tonteira, estou grávida?”
“Percebi que os meios seios estão mais sensíveis e a cor da minha vulva está arroxeada!”
“A minha menstruação está atrasada e tenho ficado muito nervosa”.
Caso a mulher chegue com essas queixas, realize uma exame físico (sinais de probabilidade) e o Teste Imunológico de gravidez (sinal de certeza).
Para o Ministério da Saúde (2012), são sinais de probabilidade de gravidez:
Sinal de Hartman: sangramento vaginal bem discreto provocado pela implantação do óvulo na cavidade uterina após a concepção;
Sinal de Hegar: istmo do útero com consistência amolecida ao toque vaginal;
Sinal de Goodell: amolecimento do colo uterino durante o toque vaginal;
Aumento do volume uterino: ao nível da sínfise púbica com 12 semanas e da cicatriz umbilical com 20 semanas;
Sinal de Osiander: trata-se da percepção da pulsação arterial no fundo de saco durante o toque vaginal;
Sinal de Piskacek: percebe-se um abaulamento da região onde houve implantação do óvulo. Em outras palavras, o útero torna-se assimétrico depois da nidação;
Sinal de Nobile-Budin: nota-se um abaulamento do útero gravídico durante o toque do fundo de saco vaginal;
Sinal de Jacquemier ou Chadwick: Ao exame, percebe-se uma distensão venosa da vulva, pelo aumento do fluxo sanguíneo;
Sinal de Kluge: percebe-se uma coloração violácea da vagina, pelo mesmo motivo acima.
Neste caso, seria difícil dizer que a “vizinha percebeu que há pulsação da artéria vaginal da paciente no fundo de saco de Douglas.” Concorda?
Deste modo, podemos dizer que para se ter os sinais prováveis de gravidez, é preciso realizar pelo menos um exame físico.
Vale ressaltar que a positividade do HCG é um sinal de probabilidade pois a molécula do hCG possui duas subunidades diferentes: alfa e beta. A subunidade alfa é encontrada em vários hormônios, como TSH FSH E LH, enquanto que a subunidade beta é encontrada apenas no HCG.
Para o Ministério da Saúde (2012), são sinais de certeza de gravidez:
Além da ultrassonografia, outros exames que possibilite visualizar o feto, como o raio x de esqueleto fetal, também permitem o diagnóstico de certeza de gravidez.
Sinal de Puzos: rechaço fetal intrauterino, durante o toque vaginal, no fundo de saco anterior.
Esses sinais são percebidos pelo “ver, ouvir e sentir”. Não tem erro, é certeza de gravidez.
Resumo
Fofoca da Vizinha | Exame físico ou laboratorial | Ver, ouvir e sentir |
---|---|---|
Presuntivos | Prováveis | Certeza |
Amenorreia | Rechaço fetal | Presença dos batimentos cardíacos fetais (BCF) |
Náuseas e vômitos | Sinal de hegar (amolecimento da cérvive uterina) | Percepção dos movimentos fetais |
Polaciúria | Contração de Braxton Hicks | Ultrassonografia com visualização de saco gestacional |
Alterações mamárias | Sinal de Chedwick: distensão venosa da vulva | Raixo X de esqueleto fetal |
Fadiga | Sinal de Osiander: percepção da pulsação arterial no fundo de saco durante o toque vaginal | |
Areola secundária |
Ainda na consulta de enfermagem ou médica, após a confirmação de gravidez, dá-se inicio ao pré-natal, com o cadastramento da gestante no SisPreNatal.
Todas as informações referentes aos achados diagnósticos e condutas deverão ser anotadas tanto no SisPreNatal quanto no cartão da gestante.
Nesse momento, é preciso realizar orientações quanto ao acompanhamento no pré-natal referentes a sequência de consultas, visitas domiciliares e grupos educativos.
Assim, deverá ser fornecido para a gestante, conforme orienta o Ministério da Saúde (2012):
Vale enfatizar que o nome do hospital de referência para o parto e possíveis intercorrências devem estar explícitos no cartão da gestante.
A finalidade do pré-natal é garantir uma gravidez saudável, de forma a propiciar proteção ao binômio mãe e filho.
Por esse motivo, é necessário realizar a classificação do risco gestacional para identificar os problemas reais e potenciais que poderiam provocar adoecimento na gestação.
A classificação de risco proposta pelo Ministério da Saúde (2012), tem ao objetivo de diminuir a morbimortalidade materna infantil e ampliar o acesso a um pré-natal com qualidade.
Como fazemos isso?
A classificação de risco dever ser um processo permanente, ocorrendo em toda consulta de pré-natal.
No entanto, classificar uma gestante de risco não quer dizer que há a necessidade de encaminhar para o pré-natal de alto risco.
As alterações identificadas são apenas características individuais e da história reprodutiva que levam os profissionais do pré-natal a ter uma atenção maior.
Através da identificação dos fatores de risco que levam à morbimortalidade materna e neonatal, que segundo o Ministério da Saúde (2012), são, em sua maioria, as doenças hipertensiva na gestação.
Idade menor do que 15 e maior do que 35 anos;
O pré-natal somente vai ter sucesso quando há uma boa troca de informação entre a gestante e os profissionais de saúde, propiciando uma escuta qualificada.
No entanto, boa parte das mulheres com idade menor do que 15 anos, não tem aceitação da gravidez.
Para Bergamaschi e Praça (2008), a gravidez na adolescência pode colocar-se à crise da adolescência, uma vez que se trata de uma de reestruturação de identidade, ao afastar-se o papel e os padrões infantis. A gestação, acontecendo nesse período da vida, efetua uma nova procura para redefinições de papéis, com novos conflitos suficientes para provocar uma maior desestruturação da personalidade, combinada com mudanças psíquicas e orgânicas.
Compreender a necessidade de um olhar diferente para a gravidez na adolescência é justificado pela alta prevalência de gravidez no Brasil e no mundo. Para a Organização das Nações Unidas (2018), de 1000 nascimentos no mundo, 46 deles são frutos de gestantes entre 15 e 19 anos de idade. Silva e Abrão (2020) citam que o Brasil ultrapassa a estimativa mundial com uma quantitativo de 65,5 nascimentos.
As gestantes com idade maior do que 35 anos apresentam uma maior probabilidade de evolução gravídica desfavorável, o que ocasiona a agudização de problemas emocionais e gestacionais, como por exemplo, aborto, anomalia fetal, hemorragias, hipertensão, partos prematuros (Oliveira et al, 2020). Além disso, há uma maior incidência de resultados negativos para a criança, como défice de atenção, problemas de aprendizagem, autismo e síndrome de Down.
A gestação é uma condição fisiológica do corpo humano feminino e por isso a mulher não deve ser privada de nenhuma atividade que faz de modo regular no dia a dia.
Por esse motivo, o Ministério da Saúde (2018) recomenda que a Atenção Básica dispense um pré-natal que promova um estilo de vida saudável na gravidez de modo a garantir uma gestação tranquila e segura para o bebê.
Atividades que trazem qualquer tipo de estresse para o bebê e para a mãe, seja de natureza emocional ou física, devem ser evitadas, de modo que todas as atividades da gestante sejam equilibradas.
Atividades muito exaustivas podem produzir alterações que podem levar o bebê à má formação.
A adolescência é um período marcado por inúmeros conflitos provocados pela necessidade de reafirmação no mundo.
Quando há uma gravidez nessa época, a não aceitação se torna bastante comum e um fator de risco para a gestação.
A situação conjugal insegura provoca uma maior instabilidade emocional pra essa gestante, o que aumenta a predisposição ao desenvolvimento do Baby Blues e também da depressão pós-parto.
Segundo o Pereira et al (2020), “no Brasil, entre os anos de 2005 e 2017, 52% das gestantes com sífilis encontravam-se na faixa etária de 20 a 29 anos, 24,7%, na de 15 a 19 anos e 20,2%, na de 30 a 39 anos. Em relação à escolaridade, 53,1% das mulheres não tinham o ensino médio completo.”
Além disso, o baixo nível de conhecimento dos adolescentes e jovens culmina no aumento da ISTs nesse público e uma baixa cobertura de pré-natal.
Neste sentido, os profissionais de saúde deverão utilizar uma linguagem de fácil assimilação para que a gestante entenda o que se está falando de gravidez, considerando também os fatores culturais locais.
Além disso, é fundamental verificar o ambiente que a gestante está inserida e como ela relaciona nesse espaço.
Mulheres com uma altura menor que 1,45 metros tem maior risco de distocia no parto, por ter, comumente, uma desproporção céfalo pélvica importante.
A desproporção céfalo pélvica é caracterizada por uma pelve muito estreita e verticalizada causando uma dificuldade para a passagem do bebê durante o parto.
O acompanhamento do IMC também é importante. Ganhar muito peso ou perder é sinal de alerta para a presença de instabilidade gravídica.
A presença de fatores de risco na história reprodutiva na gestante é uma condição que justifica uma necessidade de maiores cuidados pela equipe de saúde.
Quais são esses fatores?
A dependência química é uma importante causa do crescimento intrauterino restrito e também grande causadora do descolamento prematuro de placenta.
O descolamento prematuro de placenta é grave. Neste caso a placenta sai do útero antes da criança impedindo a sua respiração, o que também leva a um sangramento, choque e à morte.
Existem alguns fatores que promovem o aumento do tamanho corporal dos bebês, enquanto eles estão dentro do útero materno. A causa mais comum é a diabetes materna.
Neste caso, o alto teor de glicemia materna promove um alto fluxo de glicose para o sangue fetal. Isso promove um crescimento excessivo pois o bebê alimenta-se desse nutriente acumulando gordura.
Em mulheres com apresentam uma história anterior de macrossomia fetal, é necessário monitorar os valores glicêmicos durante toda a gestação.
Segundo o Ministério da Saúde (2012), as situações hemorrágicas gestacionais envolvem:
– Primeira metade da gestação
Segunda metade da gestação
Caso a gestante apresente de síndrome hemorrágica em gestações anteriores, é fundamental realizar um pré-natal com bastante cuidado.
Além disso, é fundamental o encaminhamento para o pré-natal de alto risco, se houver sangramento na gravidez atual
Um dos fatores que promovem o aumento das gestações inesperadas é um pré-natal de má qualidade.
Por exemplo, não realizar simples orientações para que a mulher realize aleitamento materno exclusivo contribui para a diminuição do intervalo entre partos, previne a osteoporose nas mulheres e diminui a incidência de icterícia e alergias nas crianças.
Quando o intervalo interpartal é maior que cinco anos, o organismo da mulher apresenta um preparação gravídica semelhante a uma nulípara.
Já quando o intervalo interpartal é menor do que dois anos, há um maior risco de complicação porque o organismo materno não se recuperou totalmente da ultima gestação.
Além disso, quando a mulher apresenta muitos partos há uma chance maior de hemorragia pós-parto. Por quê?
O útero é um órgão muscular que durante a gestação, tem as suas fibras esticadas. À medida que os partos vão acontecendo, essas fibras vão perdendo elasticidade, principalmente em partos gemelares ou de bebês muito grandes.
Imediatamente após o parto, o útero faz a contração dos vasos sanguíneos, obliteração e trombose local para evitar a perda sanguíneo. Esse mecanismo é chamado de Globo de Segurança de Pinard.
Quando o profissional apalpa o fundo do útero, ele sente como se fosse uma “bolinha de tênis” Esse mecanismo também chamado de sinal de Pinard tem uma função muito importante de evitar o sangramento dos grandes vasos que foram rompidos após a saída da placenta.
Em outras palavras, a formação do Globo de Segurança de Pinard tem a função de contrair certas fibras musculares de modo a pinçar os grandes vasos.
Por outro lado, quando a mulher tem um útero fraco em razão de vários partos na vida, a tendência é que o Globo de Segurança de Pinard não seja suficiente para estancar o sangramento, o que provoca hemorragia pós-parto e aumenta o risco de morte materna.
Além disso, com relação ao organismo da mulher que nunca pariu, não sabemos como será a evolução da gravidez porque não existe histórico obstétrico.
Já para a mulher que apresenta um número maior de partos, existe um risco maior de hemorragia. Isso acontecido porque o tecido muscular está mais comprometido, principalmente em partos cesáreos.
Onde há cortes cirúrgicos, apesar de cicatrizado, haverá perda de força no tecido devido à fibrose e perda de elasticidade.
E qual é a consequência disso?
No momento do parto, a força das contrações pode levam a uma ruptura uterina exatamente local onde foi realizada a cirurgia no último parto.
Quanto maior o número de cesarianas, maior será o comprometimento desse tecido e maior será o risco de ruptura uterina.
Motivo anterior.
Motivo anterior.
Quais são os fatores relacionados à gravidez atual que merecem uma atenção maior no pré-natal de baixo risco?
A gestante nunca pode perder peso. Ele deve diminuir o ganho, mas nunca perder. Seria alerta vermelho.
Os profissionais de saúde devem realizar o acompanhamento por meio do índice de massa corporal baseado nos gráficos do Ministério da Saúde.
A infecção do trato urinário na gestação está associada a rotura prematura de membranas, aborto, trabalho de parto prematuro e baixo peso ao nascer.
Neste sentido, é fundamental requisitar a urocultura e urina tipo I no primeiro e no último trimestre de gravidez.
Com a gravidez, há um aumento em cerca de 40% do volume de plasma, isso provoca uma diluição dos componentes sólidos do sangue, gerando uma anemia fisiológica.
Então se temos a anemia fisiológica da gravidez, temos que compensar através da suplementação com sulfato ferroso.
Vale lembrar que a anemia é caracterizada pela diminuição da hemoglobina e da sua função de carreamento de de oxigênio e isso para o feto que está em intenso crescimento celular é muito ruim.
Neste sentido, o Ministério da Saúde (2012), recomenda a realização do hemograma no primeiro e no terceiro trimestre de gravidez.
Resultados possíveis no hemograma:
Esses são os fatores de risco que quando presentes, não necessitam da gestante ser encaminhada ao pré-natal de alto risco, em vez disso, os profissionais de saúde devem intensificar as ações de vigilância e prevenção.
Segundo o Ministério da Saúde (2012), se a gestante apresentar alguns das seguintes situações, ela deve ser encaminhada ao pré-natal de alto risco:
BRASIL, Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995. Proíbe a exigência de atestados de gravidez e esterilização e outras práticas discriminatórias, para efeitos admissionais ou de permanência da relação jurídica de trabalho e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, v. 01, n. 55, 1995. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L9029.htm>. Acesso em 02 de Jul. de 2022.
Brasil. Lei 8080 de 19 de setembro de 1990. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm>. Acesso em 02 de Jul. de 2022.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Instrução normativa referente ao calendário nacional de vacinação. Brasília: Ministério da Saúde; 2019:12p. Disponível em: <http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/marco/22/Instrucao-Normativa-Calendario-Vacinacao-Site.pdf>. Acesso em 02 de Jul. de 2022.
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Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 316p. Série A. Normas e Manuais Técnicos. Cadernos Atenção Básica, n.32.
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