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Quais são os sinais vitais? – Conceito e quando Realizar?

Fundamentos de Enfermagem

Você sabe quais são os sinais vitais do corpo humano?

Os sinais vitais do corpo humano que você precisa de saber, são:

  • Temperatura Corporal;
  • Pressão arterial;
  • Frequência respiratória/Saturação de Oxigênio;
  • Frequência Cardíaca/Pulso;
  • Dor.

É bom mencionar que alguns autores não consideram a dor como um sinal vital, por ser a dor, um dado subjetivo do paciente, mas outros estudiosos justificam que a dor passa a ser um dado vital quando se é mensurado através de gráficos de dor, em que o profissional faz perguntas de comparação ao paciente.

Neste sentido, você vai precisar de considerar qual a literatura que foi mencionada, para você se basear na dor como um sinal vital ou não.

Fonte: Nascimento; Júlio (2017).

 


O que as medidas de sinais vitais revelam?

A aferição dos sinais vitais é o meio mais eficiente e rápido de monitorar a condição do paciente! É a partir desses dados que eu vou perceber se o paciente está apresentando alguma alteração e, desse modo, consigo identificar os problemas e aplicar intervenções específicas para saná-los.

Ao realizar a aferição da temperatura, do pulso da pressão arterial, da frequência respiratória, da frequência cardíaca e a escala de dor, nós conseguimos avaliar como estão as funções corporais circulatória, endócrina e respiratória.


Por que sinais vitais?

Porque são parâmetros regulados por órgãos vitais, ou seja, são informações de como os órgãos responsáveis pela manutenção da vida estão funcionando, ou seja, trazem informações de como o cérebro, coração, rins, fígado e pulmões estão funcionando.

É bom relatar que alterações nesses órgãos, indicam problemas relacionados ao excesso de consumo de oxigênio pelas células (hipóxia em razão de problemas respiratórios ou cardíacos), perda de sangue (hemorragias internas ou externas), desequilíbrio em sais minerais, infecções e muitos outros problemas.


Quando realizar a verificação dos sinais vitais?

Na admissão do paciente na unidade!

Os sinais vitais deverão ser realizados sempre na admissão do paciente. A primeira coisa que temos que saber, é como está o funcionamento do do corpo do paciente, para que ao identificar alterações orgânicas, possamos oferecer intervenções com a finalidade de reverter essas alterações, e preservar a vida do paciente.

Antes e depois de administração de medicações que afetam as funções vitais!

Também devemos aferir os sinais vitais, antes e depois de administração de medicações que afetam as funções vitais. Por exemplo, antes de administrar um anti-hipertensivo prescrito pelo médico, devemos verificar a pressão antes do procedimento e após o procedimento, para avaliar se o medicamento foi efetivo ou não, ou seja se a pressão baixou.

Quando o paciente tem alterações nas condições físicas

Outra situação que devemos aferir os sinais vitais é quando o paciente tem alterações nas condições físicas. O paciente ficou mais agitado ou torporoso. Então nesses casos os sinais vitais devem ser aferidos a fim de identificar causas das alterações no comportamento.

Após procedimentos invasivos

Também devemos aferir os sinais vitais antes e após procedimentos invasivos, por ter a capacidade de interferir no funcionamento dos órgãos vitais.


Qual a diferença entre sinal e sintoma?

Para ficar claro o conceito de sinais vitais, é importante entender qual é a diferença entre um sinal e um sintoma, pois muitas vezes colocamos essas duas palavras como sinônimos, mas na verdade, são coisas bem diferentes.

Um sinal, é uma evidência objetiva ou a manifestação de uma doença que você consegue ver e identificar claramente no paciente. Por exemplo, vômitos, febre, taquicardia e outros.

Já um sintoma, trata-se de um fenômeno físico ou mental que é responsável pelas queixas por parte do paciente, sendo considerado um estado subjetivo, por exemplo, queixas de dor, tontura mal-estar, cefaleia e outros.

Mas você pode estar se perguntando, a dor é um sinal Vital ou não?

Reafirmação que a dor é considerada sinal vital, mas somente quando é aplicada a escala de dor, pois assim conseguimos mensurar o nível de dor do paciente, que é inicialmente um estado subjetivo, mas passa a ser objetivo quando é mensurado através de instrumentos protocolizados.

Alguns autores, ainda não consideram a dor como sinal vital, e nesse sentido é preciso que você leve em consideração os autores que estão indicados pela banca organizado do seu concurso, processo seletivo ou residência, ou mesmo no curso de uma universidade.

Portanto, os sinais vitais são dados objetivos que fornecem dados para realizar uma avaliação do real funcionamento dos órgãos vitais corporais.


Orientações importantes que todo profissional de enfermagem deve saber antes de realizar a aferição dos sinais vitais.

Conhecer os parâmetros normais de cada um dos sinais vitais.

É muito importante conhecer os parâmetros de normalidade de cada um dos sinais vitais, de acordo com a idade do paciente, da topografia corporal, nível de atividade física e tipo de alimentação.

É bom ressaltar que o ambiente influência muito os sinais vitais. Por exemplo, se um paciente está num ambiente quente e úmido pode apresentar hipertermia, mas não é patológico, pois não é decorrente de um processo infeccioso.

Ademais, bebês que são muito agasalhados em períodos quentes do dia, podem mascarar febre.

Os sinais vitais também tem faixas de normalidades entre as idades. Por exemplo, em bebês até 2 meses, o padrão de normalidade da frequência respiratória é de até 60 movimentos respiratórios por minuto (mrm) enquanto que, em os adultos, uma frequência respiratória está normal até 20 mrm.

Desde modo, se um bebê apresentar uma frequência respiratória de 50 mrm, é considerado como um sinal vital normal (normopneico), por outro lado, se um adulto apresentar a mesma frequência respiratória, ou seja, de 50 mrm, o paciente está com alteração de frequência respiratória,  taquipneico e necessita de atendimento médico.

Deste modo, é de extrema importância você não saber qual é o padrão de normalidade para cada sinal vital.


Escolher os equipamentos adequados e em boas condições de uso.

Outra orientação importante, é que o profissional de Enfermagem, deve saber escolher os equipamentos adequados e também saber avaliar se os mesmos estão em boas condições de uso.

Por exemplo, Quando vamos aferir a pressão arterial de um paciente, deveremos fazer a escolha do tamanho do manguito de acordo com o tamanho do braço do paciente.

Minimizar os fatores que possam estar causando alteração no sinais vitais.

O profissional de enfermagem também deve minimizar os fatores que possam estar causando alteração no sinais vitais.

Devemos ter em mente que respondemos internamente, de acordo com aquilo que estamos vivenciando no nosso ambiente externo. Trata-se de uma troca de energia.

Por exemplo, quando recebemos uma notícia ruim, que desagrada, há uma descarga de hormônios nosso corpo que aumentam a frequência cardíaca e a frequência respiratória.

Da mesma forma, quando nós fazemos alguma uma atividade física, como andar ou correr, ocorre alteração dos sinais vitais, pois o corpo libera hormônios que aceleram a frequência cardíaca e respiratória e há também maior produção de calor elevando a temperatura corporal.

Sabendo disso, antes de aferir a pressão arterial, por exemplo, é importante verificar se a paciente está em repouso há pelo menos 15 minutos.

Além da atividade física, certos alimentos tem a capacidade de alterar os sinais vitais, como o café, tabaco e o álcool. Certifique-se de que o paciente não tenha ingerido café nos últimos 30 minutos. Essas substâncias também aumentam a frequência cardíaca e a pressão arterial momentaneamente.

Ademais o ambiente interfere nos sinais vitais, como já dito nesse artigo. Ambientes frios causam hipotermia e ambientes quentes hipertermia.

Deste modo, para aferir os sinais vitais, prefira ambientes frescos e arejados bem como com pouco barulho, uma vez que excesso de ruídos ou com agitação de pessoas, causa estresse, e todo mecanismo estressor causa alteração de sinais vitais.

Neste sentido, a orientação de um atendimento humanizado é muito importante para colher dados fidedignos de sinais vitais. Por devemos abordar o paciente de modo calmo e cuidadoso, mostrando habilidades e informando o paciente sobre o que será realizado.

Conhecer a história Clínica e tratamento do paciente.

Conhecer a história da saúde e da doença do paciente, terapias em que ele está sendo submetido, bem como medicamentos prescritos, oferece informações úteis para avaliar os sinais vitais.

Isso porque algumas doenças e tratamentos causam mudanças nos sinais vitais, como por exemplo, o paciente que é hipertenso e usa de anti-hipertensivos.

Abordagem organizada e sistemática na determinação dos sinais vitais.

A  abordagem para aferir os sinais vitais precisa ser organizada e sistemática. Eu preciso realmente obedecer aos protocolos da instituição, que exigem uma sequência correta para você verificar a pressão arterial, a frequência cardíaca, a frequência respiratória e o pulso.

Além disso, nós temos que colaborar com os demais profissionais envolvidos no cuidado e na definição da frequência de verificação dos sinais vitais. Na prática, vamos ver por exemplo, que no ambiente hospitalar, existe uma rotina de verificação de sinais vitais, geralmente existe um horário definido previamente.

Assim nós vamos aferir os sinais vitais, por exemplo, de 6 em 6 horas ou de 4 em 4 horas. Então dentro das rotinas hospitalares, vamos ter também, horários específicos para cada paciente.

Uma outra situação que merece ser citada também como exemplo, são os pacientes em pós-operatório imediato ou que passaram por algum procedimento invasivo. Nós vamos observar na prática que esses pacientes requerem uma verificação dos sinais vitais com maior frequência, para avaliar se há uma complicações, e ao diagnosticá-las, tratá-las de forma efetiva em tempo hábil.

Então nós enquanto profissionais de saúde temos que colaborar com a definição dessas frequências de verificação dos sinais vitais de acordo com o serviço e o cliente que nós estamos atendendo.

E além disso, dessa questão do ambiente onde estamos, do setor que esse paciente está, nós temos também situações  em que o paciente começa a apresentar alterações que indicam que o estado clínico começa agravar e a rebaixar o nível de consciência.

Desde modo, esse paciente precisará de uma frequência maior de aferição de sinais vitais, por exemplo, a frequência de aferição dos sinais vitais pode ser determinada a cada cinco minutos ou a cada dez minutos, outros a cada 15 minutos, a critério médico.

Por estar apresentando uma situação clínica agravada, esses pacientes necessitam de ser constantemente monitorados.

Portanto, a determinação da frequência de aferição dos sinais vitais é muito relativa e é por isso que também nós temos que estar atentos aos dados vitais e colaborar com a equipe nesse sentido.

Não interprete nenhum sinal vital de forma isolada!

Um outro cuidado também, é analisar os resultados das medições dos sinais vitais. Os dados vitais não devem ser analisados de forma isolada. Eu aferi, por exemplo a pressão arterial, mas eu não aferi os outros sinais, porque um sinal vital está relacionado a outro sinal vital.

ALÉM de aferir todos os sinais vitais, eu preciso também, obviamente, de analisar em conjunto, os sinais e sintomas que o paciente está apresentando tá porque eles vão estar tudo, tudo isso vai estar correlacionado.

Então eu preciso analisar os resultados de forma minuciosa e estando ciente também do estado atual do meu PACIENTE.

Verifique e comunique qualquer alteração dos sinais vitais

Também é importante, além de verificar os sinais vitais, comunicar qualquer alteração de sinais.

Não basta simplesmente realizar a anotação dos procedimentos realizados, é preciso repassar verbalmente as informações para o médico e outros profissionais envolvidos.

Portanto, qualquer alteração de sinal vital percebida pelo profissional de enfermagem, durante a verificação, deve ser reportada aos profissionais envolvidos no cuidado com aquele paciente.


Momentos de realizar a verificação dos sinais vitais

Saber quais sãos os momentos que o profissional de enfermagem deverá aferir os sinais vitais é muito importante.

Na admissão aos serviços de cuidado da saúde

Nós vamos fazer a mensuração dos sinais vitais na admissão do cliente na unidade de saúde.

Portanto, sempre que o paciente é admitido no serviço de saúde, devemos realizar a verificação dos sinais vitais.

Durante as visitas de cuidado domiciliar

Também quando eu for avaliar o cliente no ambiente domiciliar

Os sinais vitais deverão ser realizados durante as visitas domiciliares para encaminhar ao atendimento nas unidades de saúde pacientes assintomáticos com alteração de sinal vital.

Vale mencionar que há diversas patologias crônicas que são assintomáticas em muitos pacientes, como o diabetes e a hipertensão, e quando essas doenças não são tratadas, as complicações tornam-se altamente incapacitantes.

No hospital, em esquema de rotina conforme prescrições do prestador de cuidado da saúde ou os padrões de prática do hospital

Também nós vamos aferir os dados vitais no hospital, em esquema de rotina conforme prescrições do prestador de cuidados dependendo da situação clínica do paciente.

O médico é responsável por prescrever uma rotina de sinais vitais, em horários determinados, de acordo com os padrões hospitalares e com a necessidade de monitoramento do paciente.

Antes, durante e após um procedimento cirúrgico ou procedimento diagnóstico invasivo

Vamos mensurar os sinais vitais antes e após um procedimento cirúrgico ou procedimento diagnóstico invasivo, para que possamos fazer uma comparação dos dados vitais desse paciente, quando ele chegou, durante o momento que está no centro cirúrgico e no pós operatório, com a finalidade de identificar possíveis complicações clínicas.

Por exemplo, quando o paciente for fazer uma endoscopia, devemos realizar a mensuração dos sinais vitais antes do procedimento e logo depois.

Antes, durante e após uma transfusão de sangue e hemoderivados

Também vamos aferir sinais vitais antes, durante e após uma transfusão de sangue e hemoderivados, pois pacientes que fazem esse tipo de procedimento, necessitam de ser monitorados devido complicações potenciais e as reações que paciente pode ter durante o processo de administração de sistemas componentes.

Antes, durante e após a administração de medicamentos ou terapias que afetam as funções de controle cardiovascular, respiratória ou de temperatura.

Antes, durante e após a administração de medicamentos ou terapias que afetam as funções de controle cardiovascular, respiratório ou de temperatura e em medicações que elas afetam e influenciam os valores de sinais vitais, devemos aferir pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória, temperatura e nível de dor.

Quando as condições físicas gerais do paciente estão alteradas

Nós também vamos fazer a verificação de sinais vitais quando as condições físicas gerais do cliente estão alteradas.

Por exemplo, você identifica que um paciente estava estabilizado começa a perder a consciência, ou que está tendo um aumento significativo da intensidade da dor dele. Quando isso acontece, deve-se proceder a aferição dos dados vitais.

Antes e após intervenções de enfermagem que influenciam os sinais vitais

Também vamos aferir os sinais vitais antes e após intervenções de enfermagem que vão influenciar os dados vitais.

Por exemplo, antes de fazer a deambulação de um paciente que estava em repouso ou quando o paciente acamado vai ser submetido exercícios com amplitude de movimentos. Nesses casos, há um estímulo maior em determinados grupos musculares, promovendo o aumento da frequência cardíaca e outros dados vitais.

Quando o cliente informa sintomas inespecíficos de aflição física

Vamos também verificar os sinais vitais quando o paciente informar sintomas inespecíficos de aflição física. Por exemplo, o paciente que estava estabilizado começa a falar:

Ah eu tô me sentindo diferente, não sei, eu tô me sentindo engraçado, estranho hoje!

Diante desse relato, o profissional de enfermagem  deve suspeitar de uma alteração vital e assim fazer a mensuração dos sinais vitais.

Portanto você viu o contexto geral dos sinais vitais, que são muito cobrados em provas. Convido você a conhecer a conhecer, de modo aprofundado, cada um dos dados vitais, clicando abaixo:

Frequência Respiratória

 


Referência Bibliográfica

Goodman, Lee. Cecil Tratado de Medicina Interna. 21.ed. Rio de Janeiro: guanabara
koogan, 2009. Volume 1 e 2.

Koizumi MS, Diccini S. Enfermagem em neurociência- Fundamentos para prática clinica, 1. Ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2006.

Maria VLR, Martins I, Peixoto MSP. Exame Clínico de Enfermagem do Adulto. São Paulo: Iátria; 2008.

Nascimento, Júlio. Avaliação da dor em paciente com câncer em cuidados paliativos a luz da literatura. Revista Acadêmica do Instituto de Ciências da Saúde. Goiânia, 2017.

Potter, P; Perry, A.G. Fundamentos de enfermagem. 7 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

Marcus Vinícius

Enfermeiro, Servidor Público, Coordenador Técnico do CAPS 1 de Lagoa da Prata-MG, empreendedor e blogueiro que dedica parte do seu tempo para a partilha de material de grande qualidade relacionados a Enfermagem e Sáude Pública.

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