Qual a finalidade da sonda nasogástrica?

Saber qual a finalidade da sonda nasogástrica é um direito constitucional do paciente.

E por esse motivo que você deve estar com todas as informações na ponta da língua.

Além disso, você deve conhecer a técnica, indicações, contra indicações e complicações.

Qual a finalidade da sonda nasogástrica?

Qual a finalidade da sonda nasogástrica

Fonte: Ministério da Saúde (2003)

A sondagem nasogástrica tem a finalidade de realizar diagnósticos de doenças e também de realizar tratamentos quando o paciente não consegue comer ou engolir.

A sondagem nasogástrica pode ser utilizada para:

  • Administrar corante de constraste radiográfico no trato gastrointestinal superior;
  • Retirada de conteúdo gástrico para análise como a manometria e pHmetria.
  • Realizar a alimentação e medicamentos quando o paciente está impossibilitado de deglutir ou antes e depois de cirurgias;
  • Retirar doses excessivas de medicamentos ingeridos e remoção de venenos;
  • Promover o esvaziamento gástrico antes de realizar cirurgias.

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Quais são as indicações da sondagem nasogástrica?

A sondagem nasogástrica deve ser indicada pacientes com:

  • Distúrbios de coagulação;
  • Varizes esofágicas;
  • Anastomose no esôfago ou estômago (comunicação entre dois órgãos realizado por procedimento cirúrgico para fins de tratamento);

Quando a sondagem nasogástrica não é indicada?

  • Lesão grave no meio do rosto;
  • Cirurgia nasal recente.

Complicações

O paciente pode experimentar complicações menos graves como dor de garganta, sensação de nariz entupido e pequeno sangramento nasal.

Esses efeitos desaparecem em um curto espaço de tempo e paciente pode utilizar gargarejo com água salina e pastilhas para diminuir a irritação da faringe.

No entanto, complicações graves podem ocorrer, mas são raras.

Elas acontecem quando o profissional de enfermagem não segue corretamente a técnica conforme descrita nos protocolos de saúde.

As principais complicações graves da sondagem nasogástrica são decorrentes da má inserção da sonda, tais como:

  • Migração da sonda em direção ao pulmão, gerando pneumonia por aspiração;
  • Perfuração do esôfago;
  • Migração da sonda para o cérebro, podendo perfurá-lo.

 

Sondagem nasogástrica dói?

A intubação nasogástrica não é dolorosa para a maioria das pessoas, no entanto a sonda causa um desconforto quando durante a sua introdução.

Os pacientes experimenta irritação no nariz e garganta, sensação de náuseas e os olhos ficam marejados.

É bom relatar que sondas menos calibrosas são mais confortáveis para o paciente, no entanto são mais fáceis de serem obstruídas, comumente por alimentos mais sólidos ou muito viscosos e medicamentos, e dessa forma, inviabiliza o seu uso.

Materiais necessários para realizar a sondagem

Você precisará de:

  • Bandeja contendo sonda nasogástrica em calibre adequado
  • Frasco coletor
  • Seringa de 20 ml
  • Pacote de gaze
  • Toalha de rosto
  • Lubrificante
  • Micropore para fixação
  • Estetoscópio
  • Tesoura.

Como realizar o procedimento

  • Primeiro passo: Higienizar as mãos.

Antes de qualquer procedimento de enfermagem, a primeira coisa a se fazer higienizar as mãos de acordo com a técnica correta afim de evitar infecções.

  • Segundo passo: Preparar material e ambiente.

A organização do material irá te dar segurança e garantirá a efetividade do procedimento.

  • Terceiro passo: Explicar ao paciente e família quais são os benefícios e objetivos do procedimento.

A sondagem nasogástrica é um procedimento invasivo e por isso, o paciente tem direito a todas as informações relacionados a ele.

  • Quarto passo: Paramentar-se adequadamente.

É preciso utilizar EPI para você se proteger.

  • Quinto passo: Posicionar o paciente em fowler (45º) sem travesseiro.

A posição fowler 45º é aquela que o paciente fica parcialmente sentado com os joelhos levemente elevados, mais baixos que a cabeceira do leito.

  • Sexto passo: Medir a sonda da ponta do nariz ao lóbulo da orelha até o apêndice xifóide e daí mais 3 cm marcando com esparadrapo.

Essa medicação garantirá que a sonda chega até o estômago do paciente.

  • Sétimo passo: Lubrificar a ponta da sonda.

Para facilitar a introdução da sonda.

  • Oitavo passo: Passar a sonda através de uma das narinas.

Neste momento, solicite ao paciente que faça a deglutição da sonda quando a mesma passar pela faringe.

O paciente pode apresentar náuseas e vômitos, e neste caso, deixe que ele descanse alguns minutos.

  • Nono passo: Introduzir a sonda até a porção marcada com o esparadrapo.

Introduza a sonda devagar e se houver resistência, não force.

  • Décimo passo: Verificar se a sonda está bem posicionada no estômago.

Para verificar se a sonda está no estômago, coloque o estetoscópio sobre a região epigástrica e aspire o conteúdo gástrico e injete 20 ml de ar através da sonda.

Nesse momento você deve auscultar a presença de som estridente.

  • Décimo primeiro passo: Adaptar a sonda no frasco coletor

 

  • Décimo segundo passo: Ajuste a sonda na posição correta e fixe-a com micropore sobre a pele do paciente na região nasal.

 

  • Décimo terceiro passo: Identifique a data da sondagem com um pequeno pedaço de esparadrapo.

 

  • Décimo quarto passo: Adapte a sonda no frasco coletor

 

  • Décimo quinto passo: Recolha o material.

 

  • Décimo sexto passo: Retire as luvas e lave as mãos.

 

  • Décimo sétimo passo: Anote o procedimento realizado registrando intercorrências, sinais de resíduos e posicionamento da sonda

Referência Bibliográfica

Ministério da Saúde (BR). PROFAE: profissionalização dos trabalhadores da área de enfermagem. Brasília (DF): MS; 2006.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Procedimentos / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2011. Disponível em <http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad30.pdf>. Acesso em 06 de outubro de 2019.

Potter PA, Perry AG. Fundamentos de Enfermagem. Conceitos, processo e prática. Trad. Cruz ICF, Lisboa MTL, Machado WCA. 5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.

Taylor C, Lillis C, LeMone P. Fundamentos de enfermagem: a arte e a ciência do cuidado de enfermagem. 5ª ed. Trad. Regina Machado Garcez, Ana Thorrel. Porto Alegre: Artmed, 2007.

Timby BK. Conceitos e habilidades fundamentais no atendimento de enfermagem. Trad. Margarita Ana Rubin Unicovsky, 8ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.

 

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Marcus Vinícius

Enfermeiro, Servidor Público, Coordenador Técnico do CAPS 1 de Lagoa da Prata-MG, empreendedor e blogueiro que dedica parte do seu tempo para a partilha de material de grande qualidade relacionados a Enfermagem e Sáude Pública.

Website: http://www.abcdaenfermagem.com.br

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