Cardiologia

Resistência vascular periférica

Resistência vascular periférica

Você sabe o que é resistência vascular periférica?

A resistência vascular periférica é definida como a resistência desempenhada pelos vasos sanguíneos em relação ao fluxo sanguíneo.

O coração precisa de manter a circulação de sangue por todo o corpo realizando o ciclo cardíaco. Esse ciclo é caracterizado por contrações musculares que chamamos de sístole, intercalados com períodos de relaxamento, as diástoles.

A diástole permite que o coração armazene temporariamente uma certa quantidade de sangue, e posteriormente, a sístole ocorre para comprimir esse sangue fazendo nele um grande aumento de pressão. A pressão aumentada dentro do coração, especificamente no ventrículo esquerdo, obriga o sangue a se deslocar para dentro da artéria aorta, e desta, para os vasos sanguíneos, promovendo assim a circulação sanguínea tão importante para o funcionamento do organismo.

As artérias são vasos calibrosos que vão se ramificando em vasos menores, as arteríolas, que por sua vez comunicam-se com os capilares. Os capilares são os locais em que as células do nosso corpo recebe oxigênio e nutrientes e elimina o gás carbônico. É nos capilares que ocorre a respiração celular ou metabolismo corporal.

Assim o sangue deixa de ser arterial (rico em nutrientes e oxigênio), e passa a ser venoso, (pobre em oxigênio, rico em gás carbônico e escórias do metabolismo). Em seguida, o sangue retorna ao coração por meio das vênulas e veias, para ser oxigenado novamente nos pulmões e dele ser retirado o excesso de gás carbônico.

Podemos afirmar que o coração deve realizar uma pressão forte o suficiente para que o sangue seja direcionado para os tecidos e depois retorne ao coração. A força de contração deve gerar uma pressão suficiente para vencer a resistência periférica imposta pelo sistema vascular (artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias).

Além disso, existe outro fator que interfere na resistência vascular periférica, que é propriedade das vasos em em contrair ou relaxar. Esse mecanismo é realizado com a finalidade de controle da pressão arterial sistêmica.

A resistência periférica total é a soma de todas as resistências de todos os vasos da circulação sistêmica considerando o diâmetro desses vasos.


Qual a relação da Resistência vascular periférica com a pressão arterial sistêmica?

Um dos meios do organismo de controlar a pressão arterial normal, é por meio do controle da resistência vascular periférica.

As arteríolas são vasos que tem a função de controlar a quantidade de sangue que chega nos tecidos, através da contração do músculo liso. O sistema nervoso autônomo realiza esse controle por meio da vasoconstricção e vasodilatação.

A vasoconstricção tem a finalidade de aumentar a pressão arterial. Ela diminui a luz dos vasos sanguíneos e aumenta a resistência vascular periférica. Já a vasodilatação, promove a diminuição da pressão arterial por reduzir a resistência vascular periférica.

As arteríolas tem a capacidade ou diminuir o seu diâmetro de acordo com a necessidade do organismo através do sistema nervoso autonômico.

O sistema barorreceptor é um bom exemplo desse sistema. Quando a pressão arterial está alta, receptores de pressão localizados no seio carotídeo e na parede do arco aórtico são estirados, sinais são enviados ao sistema nervoso central e por “feedback”, sinais são enviados de volta através do sistema nervoso autônomo para o sistema circulatório que promovem vasodilatação.

A vasodilatação promove a redução da resistência periférica total, do débito cardíaco e consequentemente, diminuição da pressão arterial.

Além do sistema barorreceptor, temos os quimiorreceptores. Quimiorreceptores são células que são muito sensíveis á falta de oxigênio, excesso de gás carbono e Íons de hidrogênio.

Quando a pressão arterial se encontra baixa o suficiente para ameaçar a vida, os receptores químicos presentes nos corpos carotídeos aórticos, envia sinais químicos ao sistema nervoso central, pela mesma via dos barorreceptores, e sinais são enviados de volta ao sistema circulatório provocando vasoconstricção.

A vasoconstricção promove vascular periférica, aumento do débito cardíaco aumento da pressão arterial.


Referências Bibliográficas

GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 11ª ed. Rio de Janeiro, Elsevier Ed., 2006.

TORTORA, G.J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. 12ª ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2010.

Marcus Vinícius

Enfermeiro, Servidor Público, Coordenador Técnico do CAPS 1 de Lagoa da Prata-MG, empreendedor e blogueiro que dedica parte do seu tempo para a partilha de material de grande qualidade relacionados a Enfermagem e Sáude Pública.

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