Sondagem Gastrointestinal – Tudo o que você precisa saber!

Gostaria de saber tudo sobre sondagem gastrointestinal?

Leia com atenção pois vamos deixar bem detalhado, do “jeitinho” que cai na sua prova de concurso, ou na sua prova de residência.

Quando o paciente não consegue ingerir alimentos mas ainda pode digeri-los e absorver os nutrientes, indica-se a alimentação enteral por sonda.

Trata-se de uma circunstância onde o paciente ainda consegue digerir o alimento e absorver os nutrientes ali presentes.

Neste caso, ele só não consegue engolir, pois não consegue colocar na boca, mastigar e ingerir.

Nessas circunstâncias, vamos utilizar a alimentação enteral por sonda.

Condições que necessitam de sondagem gastrointestinal

Algumas condições que requerem nutrição por sonda gastrointestinal são apresentadas a seguir:

  • Alcoolismo;
  • Depressão crônica,
  • Anorexia nervosa;
  • Terapia para o câncer;
  • Coma;
  • Semiconsciência;
  • Cuidados de convalescença;
  • Debilitação;
  • Problemas gastrointestinais;
  • Condições hipermetabólicas;
  • Cirurgia maxilofacial cervical;
  • Paralisia orofaríngea ou esofágica e preparo intestinal pré-operatório.

Formas de inserir as sondas de alimentação

Existem três vias para inserir a sonda, a saber:

  1. Nariz – Sondagem nasogástrica e nasoenteral;
  2. Cirurgicamente – Gastrostomia e Jejunostomia;
  3. Endoscopia – Gastrostomia endoscópia percutânea (GEP) ou jenunostomia endoscópia percutânea (JEP).

Situação

Podemos utilizar a sondagem gastrointestinal em duas situações:

  • Aberta – Drenar líquidos que estão dentro do estômago;
  • Fechada – Introdução de líquidos, alimentos e medicamentos.

 


Sondagem Nasogástrica

A sonda nasogástrica caracteriza-se pela introdução de uma sonda plástica por meio do nariz.

Quais são os objetivos da Sondagem nasogástrica?

A sondagem nasogástrica apresenta os seguintes objetivos:

  • Descompressão estomacaL;
  • Prevenir vômitos após grandes cirurgias. Com tempo médio de uso em torno de 48 a 72 horas após as cirurgias;
  • Investigação e tratamento do sangramento gastrointestinal superior;
  • Coleta de conteúdo gástrico para análise;
  • Administração de medicamentos e nutrientes pra esse paciente;
  • Realização de lavagem gástrica.

A realização de lavagem gástrica é uma das principais indicações da utilização da sonda nasogástrica, principalmente no ambiente da emergência devido às emergência gástricas com necessidade de lavagem e aspiração de secreção. Por exemplo, uma intoxicação exógena na tentativa de auto extermínio.

Tipos de Sondas Nasogástricas

Existem dois de sondas nasogástricas mais comuns:

  1. Sonda de Levin;
  2. Sonda de Salem.

Sonda de Levin

A sonda de levin é simples, apresenta lúmen único, indicada para sondagem nasogástrica para situação aberta e fechada (retirada ou introdução de conteúdo no estômago).

São indicadas os tamanhos 14 e 16 para as mulheres e 16 a 18 para homens.

A sonda de Levin é uma sonda de borracha, com luz única, muito usada nas
emergências e ambientes de cuidados intensivos para tratar varizes esofágicas hemorrágicas.

Sonda de Salem

É uma sonda nasogástrica simples, radiopaca de plástico claro, dotada de duas luzes, usada para descomprimir o estômago e mantê-lo vazio.

Ou seja, a sonda de salem possui duas entradas, lumen maior e o lumen menor.

No lumen maior, é o local de conexão de artefato de pressão negativa, para fins de sucção para lavagem gástrica.

A sonda de salem é uma sonda nasogástrica que mede 120cm de comprimento, radiopaca, com luz dupla, empregada para descomprimir o estômago e mantê-lo vazio!

Sonda de Minessota

A sonda de Minessota tem como finalidade importante, o controle de hemorragias esofágicas através da pressão intraesofágica que aplicamos através dos balões.

  • Porta 1 – Porta para monitorar a pressão do balão gástrico;
  • Porta 2 – Porta para insuflar o balão gástrico;
  • Porta 3 – Porta para aspiração gástrica;
  • Porta 4 – Porta para aspiração esofágica;
  • Porta 5 – Porta para insuflar o balão esofágico;
  • Porta 6 – Porta para monitorar a pressão do balão esofágico.

A vantagem da sonda de Minessota é que ela nos dá a possibilidade de ter um controle da pressão do balão esofágico e também o controle da pressão do balão gástrico.

Os balões são muito importantes pois eles tem a finalidade de fazer o controle das hemorragias.

 Sonda de Sengstaken-Blakemore

A sonda de Sengstaken-Blakemore utilizada especificamente para o tratamento de sangramentos de varizes esofageanas, possuindo três luzes com dois balões, sendo uma luz para insuflar o balão gástrico, outra para o balão esofageano e a terceira para aspiração gástrica.

Diferentemente da sonda de minessota, a sonda de Sengstaken-Blakemore não apresenta a porta de monitoramente dos balões.


Complicações da sondagem naoenteral

  • Refluxo gastroesofágico;
  • Deficiência do volume de líquido – diarréias e desidratação;
  • Infecção pulmonar e oral;
  • Estimulação do nervo vago;
  • Necrose de asa de nariz;
  • Distensão abdominal;
  • Desequilíbrio eletrolítico;
  • Oclusão da sonda.

Complicações da sondagem gastrointestinal para alimentação enteral

Algumas complicações podem surgir durante a alimentação enteral por sonda, como:

  • Desidratação em hiperosmolar;
  • Diarreia;
  • Oclusão da sonda;
  • Deslocamento da sonda;
  • Aspiração pulmonar;
  • Constipação;
  • Cólica abdominal;
  • Náuseas e vômitos;
  • Esvaziamento gástrico retardado;
  • Desequilíbrio eletrolítico; e
  • Sobrecarga de fluxo.

Todas essas complicações podem surgir a partir do momento que você precisa iniciar uma alimentação por sondagem gastrointestinal.

Sobre as técnicas da sondagem nasoenteral e nasogástrica, acesse os links:

Técnica de Sondagem Nasoenteral, clique aqui!

Técnica de Sondagem Nasogástrica, clique aqui!

Você também vai gostar:


Referências Bibliográficas

BARE, B.G,; SUDDARTH, D.S.. Brunner – Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 12ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.

NETTINA SM. Prática de enfermagem. 8ª. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007

POTTER, P.A.; PERRY,A.G.. Fundamentos de Enfermagem. 7ª Ed. São Paulo: Elsevier, 2009.

KOCH. R.M. et. Al. Técnicas básicas de enfermagem. 22ª edição. Curitiba: Século XXI Livros, 2004.

CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução Cofen nº 453 de 16/01/2014, publicada no DO no dia 28 de janeiro de 2014, a qual aprova a Norma Técnica que dispõe sobre a Atuação da Equipe de Enfermagem em Terapia Nutricional. Disponível em: https:www.legisweb.com.br/legislação/id=264977 . Acesso em 13 de outubro de 2019.

SILVA LD, PEREIA SRM, MESQUITA AMF. Procedimentos de enfermagem: Semiotécnica para o cuidado. Rio de Janeiro: Medsi; 2005

 

 

 

 

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Marcus Vinícius

Enfermeiro, Servidor Público, Coordenador Técnico do CAPS 1 de Lagoa da Prata-MG, empreendedor e blogueiro que dedica parte do seu tempo para a partilha de material de grande qualidade relacionados a Enfermagem e Sáude Pública.

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