Tempos Cirúrgicos – Quais são eles?
Você consegue os chamados “Tempos Cirúrgicos”?
Quando falamos em tempo cirúrgicos, entendemos que há períodos pré-determinados e sequenciais em que acontece um procedimento cirúrgico.
Um procedimento cirúrgico envolve desde a preparação da região anatômica até a sutura, que é o evento final da mesma. Embora cada uma dessas situações podem ser realizadas de modo isolado.
Em outras palavras, tempos cirúrgicos ou tempos operatórios são manobras ou procedimentos consecutivos realizados pelo cirurgião, desde o início até o término.
Quais são os tempos cirúrgicos?
Segundo Costa Jr (2017) e Souza (2014), os tempos cirúrgicos envolve:
- Diérese;
- Hemostasia;
- Exérese;
- Síntese.
Diérese
Diérese é a realização da separação dos planos anatômicos ou tecidos para possibilitar a abordagem de um órgão ou tecido.
Trata-se do rompimento da contiguidade ou continuidade dos tecidos, podendo ser utilizada o método mecânico ou físico, através de:
- Dividir;
- Cortar; e
- Separar.
Exemplo de instrumentais cirúrgicos: cabo de bisturi, bisturi elétrico, tesoura de Maio-Stille e tesoura de Metzembaum.
Diérese por método mecânico
Realizar a diérese pelo método mecânico envolve o corte dos tecidos por um objetivo cortante podendo ser agulhas, bisturis, tesouras, serras, trépanos, ruginas, dentre outros.
Exemplos:
Punção – Realizar a drenagem de coleções de líquidos ou coletar fragmentos de tecidos utilizando agulhas e trocaters;
Secção – Dividir ou cortar tecidos com uso de material cortante utilizando bisturi, tesouras e lâminas. Trata-se da segmentação de tecidos;
Divulsão – Envolve o afastamento dos tecidos nos planos anatômicos sem cortá-los, utilizando afastadores, tesouras com ponta romba;
Curetagem – Envolve a raspagem da superfície de um órgão, utilizando a cureta;
Dilatação – Procedimento que se destina a aumentar o diâmetro de estruturas físicas anatômicas utilizando dilatadores específicos;
Descolamento – Separação dos tecidos de um espaço anatômico em que estão fisiologicamente unidos, utilizando as pinças descoladoras ou outros descoladores específicos.
Diérese por método físico
A diérese, quando é realizada pelo método físico, envolve:
Térmico – Utiliza-se o calor, cuja fonte é a energia elétrica (bisturi elétrico);
Crioterapia – Envolve o resfriamento brusco e intenso da área em que será realizado o procedimento cirúrgico (nitrogênio líquido);
Laser – Através de um feixe de radiação ou ondas luminosas de raios infravermelhos concentrados e de alta potência, realiza-se a separação dos tecidos. Existem vários tipos de laser, no entanto, o mais utilizado é o laser de CO2, que ser facilmente absorvido pela água presente nos sistemas orgânicos;
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Hemostasia
O termo hemostasia refere-se aos procedimentos que previnem, detém ou impedem o sangramento.
- Hemo = sangue;
- Stasis = deter.
A hemostasia é importante para realizar o pinçamento de vasos, como a ligadura de vasos, eletrocoagulação e a compressão.
Quais são os tipos de hemostasia?
Existem três tipos de hemostasia:
- Hemostasia prévia, preventiva ou pré-operatória;
- Hemostasia temporária;
- Hemostasia definitiva.
Hemostasia prévia: Estancamento do sangramento de carater provisório para a ferida cirúrgica para prevenir a ou diminuir a perda sanguínea. Envolve a utilização do garrote pneumático e da faixa de smarch.
Hemostasia temporária: Estancamento do fluxo de sangue no local do procedimento cirúrgico com a finalidade de prevenir a perda de sangue e hipovolemia. É realizada através da compressão por instrumentais como pinças, aplicação de medicações e uso de hemostáticos.
Hemostasia definitiva: Trata-se da realização de obliteração do vaso sanguíneo em caráter permanente com a utilização de sutura e bisturi, como por exemplo, a eletrocoagulação, laqueadura e o uso de hemostáticos.
Exemplo de instrumentais de hemostasia: Pinça Healstead ou mosquito, Pinça de Crile, Pinça de preensão de Allis, Pinça de Kelly, Pinça Kocher, Pinça Babcock, Pinça Duval e Pinça Foerster.
Exérese
Exérese envolve a cirurgia propriamente dita.
É nesta etapa, que é realizada a retirada cirúrgica de um tecido ou órgão com mau funcionamento, podendo ter como objetivo a realização do diagnóstico, o controle ou a resolução da problema.
Após a o procedimento, deve-se reconstituir a área operada, procurando deixá-la da forma mais fisiológica possível.
- Retirar.
Síntese
Envolve a aproximação das bordas de uma lesão. Em outras palavras, síntese é a união dos tecidos.
- Junção.
Classificação da síntese
Síntese Cruenta: Trata-se da sutura propriamente dita podendo ser de modo permanente ou removível. São utilizados instrumentos específicos como a agulha de sutura, fios de sutura e outros.
Síntese Incruenta: Envolve a aproximação dos tecidos, a união das bordas, que é realizada por meio de gesso, adesivo ou atadura.
Síntese Imediata: Coaptação ou união das bordas da incisão que é realizada imediatamente após o término do procedimento cirúrgico.
Síntese Mediata: A aproximação dos tecidos ou das bordas é realizada algum tempo depois do procedimento cirúrgico, ou mesmo de algum tempo depois de ocorrido a lesão tecidual.
Síntese Completa: Coaptação, aproximação ou a união dos tecidos é realizada em toda a dimensão/extensão da incisão cirúrgica.
Síntese Incompleta: Aproximação das bordas ou tecidos não ocorre em toda a extensão da incisão cirúrgica, mantem-se uma pequena abertura para a colocação de um dreno, de modo a possibilitar a drenagem de secreção purulenta.
Tipos de sutura
Além disso, a sutura realizada durante o tempo cirúrgico de síntese, pode ser de dois tipos:
- Sutura temporária;
- Sutura permanente ou definitiva.
Sutura temporária: quando o profissional de enfermagem retira os fios cirúrgicos após a cicatrização da ferida operatória.
Sutura permanente ou definitiva: quando não há a necessidade de retirada dos fios cirúrgicos, pois estes ficam encapsulados no interior dos tecidos.
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Exemplo de instrumentais de síntese: fio de sutura, Pinça de Adson, Pinça Anatômica e Pinça com dente de rato,
Referências Bibliográficas
COSTA JR, A. S. Avaliação dos tempos operatórios das múltiplas especialidades cirúrgicas de um hospital universitário público. Einstein (São Paulo), v. 15, n.2, p.200-5, 2017.
SOUZA, E. B.; COULTINHO, I. H. I. L. S. Manual Básico de Metodologia Cirúrgica. Palmas: EDUFT, 2014.