Você conhece todos os tipos de Choque?

Tipos de choque: Enfermagem

Os principais tipos de choque são:

  1. Hipovolêmico;
  2. Distributivo;
  3. Cardiogênico;
  4. Neurogênico;
  5. Obstrutivo;
  6. Séptico;
  7. Anafilático;
  8. Obstrutivo.

Um estado de choque, pode ser definido como um condição de perfusão tecidual sanguínea inadequada que provoca suprimento um insuficiente de oxigênio e nutrientes aos tecido, ao mesmo tempo que há uma dificuldade na remoção dos produtos originados da excreção celular e que deveriam ser retirados do organismo (HINKLE; CHEEVER, 2020).

Essa disfunção, gera anormalidades no sistema cardiovascular e um desiquilíbrio entre a perfusão e as necessidades celulares, que vão se acentuando à medida que a hipóxia aumenta.

Choque cardiogênico

O choque cardiogênico, é provocado por um defeito no músculo cardíaco fazendo com que haja uma dificuldade na ejeção do sangue a partir do ventrículo esquerdo e direito.

Trata-se de uma emergência médica na qual existe uma insuficiência de irrigação sanguínea em todo o corpo, porque o coração não está conseguindo bombear o sangue.

Isso provoca uma redução do suprimento de nutrientes e oxigênio para o todo o corpo, especialmente para os órgãos vitais como cérebro, rins, coração e outros.

Em outras palavras, o choque cardiogênico é definido como a incapacidade de um funcionamento adequado da bomba cardíaca, exigindo a atuação de outros órgãos e sistemas para tentar compensar ou melhorar o funcionamento cardíaco.

Tipos de choque cardiogênico

Vale informar que há dois tipos de choque cardiogênico:

  1. Choque por falha inotrópica – Quando há alterações na força de contração do coração;
  2. Choque por falha cronotrópica – Quando há alterações no ritmo do coração.

Existem várias causas para o choque cardiogênico, tais como:

  • Infarto agudo do miocárdio;
  • Arritmias;
  • Fibrilação ventricular;
  • Tamponamento cardíaco;
  • Valvopatias;
  • Intoxicação, dentre outras.

Quais são as manifestações clínicas do choque cardiogênico?

A hipoxemia causada pela disfunção do coração, leva à ativação do Sistema Nervoso Autônomo Simpático, que por sua vez, causa uma aceleração das batidas do coração, respiração rápida, pele fria e pegajosa, sudorese, extremidades do corpo com cianose e baixa diurese.


Choque Hipovolêmico

Trata-se de um choque decorrente da diminuição do volume sanguíneo, que pode ocorrer por desidratação e hemorragia.

Segundo Hinkle e Chever (2020), o choque hipovolêmico ocorre quando, por exemplo, um paciente de cerca de 70 kg, perde aproximadamente de 750 a 1000 ml de sangue.

Este tipo de choque é caracterizado por débito cardíaco reduzido, pressões intracardíacas muito diminuídas e uma resistência vascular sistêmica elevada.

A ativação do Sistema Nervoso Autonômico Simpático provoca uma vasoconstrição nos vasos sanguíneos da pele, provocando pele pálida, fria e pegajosa.

Quais são as causas de choque hipovolêmico?

  1. Perda sanguínea traumática;
  2. Vômito excessivo;
  3. Diarreias;
  4. Cirurgia;
  5. Diabetes insípido;
  6. Desidratação grave;
  7. Edema grave; e
  8. Ascite.

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Fisiopatologia do choque hipovolêmico


Choque Distributivo

O choque distributivo refere-se a choque provocado pela má distribuição do sangue no organismo.

De outro modo, um choque distributivo é reconhecido quando ocorre o aumento do continente vascular sem aumentar, na mesma proporção, o volume de líquido circulante, gerando assim uma queda do débito cardíaco.

Tipos de choque distributivo

Existem três tipos de choque distributivo:

  1. Choque Anafilático;
  2. Choque Neurogênico; e
  3. Choque Séptico.

Vamos ver cada um deles nas próximas linhas.


Choque Anafilático

Choque Anafilático pode ser definido como uma reação de hipersensibilidade sistêmica, que ocorre quando um indivíduo é exposto a uma substância à qual é extremamente alérgico.

Trata-se de uma forma mais grave de reação de hipersensibilidade, desencadeada por diversos agentes como picadas de insetos, medicamentos, contrastes radiológicos, látex e determinados alimentos.

Sinais e sintomas do choque anafilático

Os sinais e sintomas podem iniciar logo após a exposição, ou em alguns minutos ou até horas depois, são eles:

  • Prurido na pele;
  • Hipotensão;
  • Sensação de queimação na pele;
  • Edema generalizado;
  • Dificuldade de respirar;
  • Pulso fraco;
  • Perda de consciência e morte.

Choque Neurogênico

O choque neurogênico acontece quando há lesões na medula, o que provoca perda da inervação do sistema nervoso autonômico simpático.

Sinais e sintomas do choque neurogênico

  • Pele quente, seca e rosada;
  • Bradicardia;
  • Nível de consciência sem alterações;
  • Enchimento capilar normal, menor de 2 segundos;
  • Hipotensão.

É importante destacar que o choque neurogênico, diferentemente de outros tipos de choque, a pele está quente, seca e rosada, uma vez que há vasodilatação em consequência do bloqueio das fibras simpáticas.

O sistema simpático provoca vasoconstrição periférica e taquicardia. Se há um bloqueio desse sistema, temos a hipotensão e bradicardia.

Assim podemos dizer que os sinais dos:

a) demais tipos de choque são: pele com temperatura fria e pegajosa e coloração pálida e cianótica; pressão arterial diminuída; nível de consciência alterado; enchimento capilar retardado; e que os sinais do

b) choque neurogênico são: pele com temperatura quente e seca com coloração rosada; pressão arterial diminuída; nível de consciência lúcido e enchimento capilar normal.


Choque Obstrutivo

O choque obstrutivo ocorre em consequência de uma obstrução mecânica ao débito cardíaco, o que gera uma hipoperfusão tecidual.

As principais causas de choque obstrutivo são:

  • Tamponamento pericárdico;
  • Embolia pulmonar maciça;
  • Pneumotórax;
  • Tromboembolismo pulmonar;
  • Compressão dos grandes vasos ou do coração;
  • Dissecção da artéria aorta.

 


Choque Séptico

O choque séptico, o tipo mais comum de choque circulatório, é provocado pela propagação de um agente infeccioso ou por meio de uma sepse.

A invasão ao corpo por microorganismos como vírus, bactérias ou fungos, vindos de uma infecção local ou vindas do meio externo, chega até a corrente sanguínea e contamina todo o corpo.

Em outras palavras, o choque séptico surge quando a presença de um agente patógeno, é suficientemente capaz, de produzir uma grave resposta infecciosa sistêmica.

Os fatores de risco para desenvolver o choque séptico envolvem o emprego de procedimentos invasivos e dispositivos clínicos permanentes, o aumento da resistência bacteriana em relação ao uso de antibióticos e o envelhecimento populacional.

É importante saber que quanto mais cedo iniciar a terapia com antibióticos junto com a administração de líquidos por via endovenosa, maior será o prognóstico e chance do paciente sair do estado de choque.

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Referências Bibliográficas

BASTOS, M. G.; KIRSZTAJN, G. M. Doença renal crônica: importância do diagnóstico precoce, encaminhamento imediato e abordagem interdisciplinar estruturada para melhora do desfecho em pacientes ainda não submetidos à diálise, J Bras Nefrol, v. 33, n.1, p. 93-108, 2011. Disponível em <https://www.scielo.br/j/jbn/a/x4KhnSzYkqg8nKSCyvCqBYn/abstract/?lang=pt>. Acesso em 20 de dez. de 2021.

HINKLE, J. L.; CHEEVER, K. H. Brunner & Suddarth: Tratado de Enfermagem Médico-cirúrgica. 14. ed. Rio de Jnaieo: Guanabara Koogan, 2020.

 

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Marcus Vinícius

Enfermeiro, Servidor Público, Coordenador Técnico do CAPS 1 de Lagoa da Prata-MG, empreendedor e blogueiro que dedica parte do seu tempo para a partilha de material de grande qualidade relacionados a Enfermagem e Sáude Pública.

Website: http://www.abcdaenfermagem.com.br

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