Você conhece todos os tipos de Choque?
Tipos de choque: Enfermagem
Os principais tipos de choque são:
- Hipovolêmico;
- Distributivo;
- Cardiogênico;
- Neurogênico;
- Obstrutivo;
- Séptico;
- Anafilático;
- Obstrutivo.
Um estado de choque, pode ser definido como um condição de perfusão tecidual sanguínea inadequada que provoca suprimento um insuficiente de oxigênio e nutrientes aos tecido, ao mesmo tempo que há uma dificuldade na remoção dos produtos originados da excreção celular e que deveriam ser retirados do organismo (HINKLE; CHEEVER, 2020).
Essa disfunção, gera anormalidades no sistema cardiovascular e um desiquilíbrio entre a perfusão e as necessidades celulares, que vão se acentuando à medida que a hipóxia aumenta.
Choque cardiogênico
O choque cardiogênico, é provocado por um defeito no músculo cardíaco fazendo com que haja uma dificuldade na ejeção do sangue a partir do ventrículo esquerdo e direito.
Trata-se de uma emergência médica na qual existe uma insuficiência de irrigação sanguínea em todo o corpo, porque o coração não está conseguindo bombear o sangue.
Isso provoca uma redução do suprimento de nutrientes e oxigênio para o todo o corpo, especialmente para os órgãos vitais como cérebro, rins, coração e outros.
Em outras palavras, o choque cardiogênico é definido como a incapacidade de um funcionamento adequado da bomba cardíaca, exigindo a atuação de outros órgãos e sistemas para tentar compensar ou melhorar o funcionamento cardíaco.
Tipos de choque cardiogênico
Vale informar que há dois tipos de choque cardiogênico:
- Choque por falha inotrópica – Quando há alterações na força de contração do coração;
- Choque por falha cronotrópica – Quando há alterações no ritmo do coração.
Existem várias causas para o choque cardiogênico, tais como:
- Infarto agudo do miocárdio;
- Arritmias;
- Fibrilação ventricular;
- Tamponamento cardíaco;
- Valvopatias;
- Intoxicação, dentre outras.
Quais são as manifestações clínicas do choque cardiogênico?
A hipoxemia causada pela disfunção do coração, leva à ativação do Sistema Nervoso Autônomo Simpático, que por sua vez, causa uma aceleração das batidas do coração, respiração rápida, pele fria e pegajosa, sudorese, extremidades do corpo com cianose e baixa diurese.
Choque Hipovolêmico
Trata-se de um choque decorrente da diminuição do volume sanguíneo, que pode ocorrer por desidratação e hemorragia.
Segundo Hinkle e Chever (2020), o choque hipovolêmico ocorre quando, por exemplo, um paciente de cerca de 70 kg, perde aproximadamente de 750 a 1000 ml de sangue.
Este tipo de choque é caracterizado por débito cardíaco reduzido, pressões intracardíacas muito diminuídas e uma resistência vascular sistêmica elevada.
A ativação do Sistema Nervoso Autonômico Simpático provoca uma vasoconstrição nos vasos sanguíneos da pele, provocando pele pálida, fria e pegajosa.
Quais são as causas de choque hipovolêmico?
- Perda sanguínea traumática;
- Vômito excessivo;
- Diarreias;
- Cirurgia;
- Diabetes insípido;
- Desidratação grave;
- Edema grave; e
- Ascite.
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Choque Distributivo
O choque distributivo refere-se a choque provocado pela má distribuição do sangue no organismo.
De outro modo, um choque distributivo é reconhecido quando ocorre o aumento do continente vascular sem aumentar, na mesma proporção, o volume de líquido circulante, gerando assim uma queda do débito cardíaco.
Tipos de choque distributivo
Existem três tipos de choque distributivo:
- Choque Anafilático;
- Choque Neurogênico; e
- Choque Séptico.
Vamos ver cada um deles nas próximas linhas.
Choque Anafilático
Choque Anafilático pode ser definido como uma reação de hipersensibilidade sistêmica, que ocorre quando um indivíduo é exposto a uma substância à qual é extremamente alérgico.
Trata-se de uma forma mais grave de reação de hipersensibilidade, desencadeada por diversos agentes como picadas de insetos, medicamentos, contrastes radiológicos, látex e determinados alimentos.
Sinais e sintomas do choque anafilático
Os sinais e sintomas podem iniciar logo após a exposição, ou em alguns minutos ou até horas depois, são eles:
- Prurido na pele;
- Hipotensão;
- Sensação de queimação na pele;
- Edema generalizado;
- Dificuldade de respirar;
- Pulso fraco;
- Perda de consciência e morte.
Choque Neurogênico
O choque neurogênico acontece quando há lesões na medula, o que provoca perda da inervação do sistema nervoso autonômico simpático.
Sinais e sintomas do choque neurogênico
- Pele quente, seca e rosada;
- Bradicardia;
- Nível de consciência sem alterações;
- Enchimento capilar normal, menor de 2 segundos;
- Hipotensão.
É importante destacar que o choque neurogênico, diferentemente de outros tipos de choque, a pele está quente, seca e rosada, uma vez que há vasodilatação em consequência do bloqueio das fibras simpáticas.
O sistema simpático provoca vasoconstrição periférica e taquicardia. Se há um bloqueio desse sistema, temos a hipotensão e bradicardia.
Assim podemos dizer que os sinais dos:
a) demais tipos de choque são: pele com temperatura fria e pegajosa e coloração pálida e cianótica; pressão arterial diminuída; nível de consciência alterado; enchimento capilar retardado; e que os sinais do
b) choque neurogênico são: pele com temperatura quente e seca com coloração rosada; pressão arterial diminuída; nível de consciência lúcido e enchimento capilar normal.
Choque Obstrutivo
O choque obstrutivo ocorre em consequência de uma obstrução mecânica ao débito cardíaco, o que gera uma hipoperfusão tecidual.
As principais causas de choque obstrutivo são:
- Tamponamento pericárdico;
- Embolia pulmonar maciça;
- Pneumotórax;
- Tromboembolismo pulmonar;
- Compressão dos grandes vasos ou do coração;
- Dissecção da artéria aorta.
Choque Séptico
O choque séptico, o tipo mais comum de choque circulatório, é provocado pela propagação de um agente infeccioso ou por meio de uma sepse.
A invasão ao corpo por microorganismos como vírus, bactérias ou fungos, vindos de uma infecção local ou vindas do meio externo, chega até a corrente sanguínea e contamina todo o corpo.
Em outras palavras, o choque séptico surge quando a presença de um agente patógeno, é suficientemente capaz, de produzir uma grave resposta infecciosa sistêmica.
Os fatores de risco para desenvolver o choque séptico envolvem o emprego de procedimentos invasivos e dispositivos clínicos permanentes, o aumento da resistência bacteriana em relação ao uso de antibióticos e o envelhecimento populacional.
É importante saber que quanto mais cedo iniciar a terapia com antibióticos junto com a administração de líquidos por via endovenosa, maior será o prognóstico e chance do paciente sair do estado de choque.
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Referências Bibliográficas
BASTOS, M. G.; KIRSZTAJN, G. M. Doença renal crônica: importância do diagnóstico precoce, encaminhamento imediato e abordagem interdisciplinar estruturada para melhora do desfecho em pacientes ainda não submetidos à diálise, J Bras Nefrol, v. 33, n.1, p. 93-108, 2011. Disponível em <https://www.scielo.br/j/jbn/a/x4KhnSzYkqg8nKSCyvCqBYn/abstract/?lang=pt>. Acesso em 20 de dez. de 2021.
HINKLE, J. L.; CHEEVER, K. H. Brunner & Suddarth: Tratado de Enfermagem Médico-cirúrgica. 14. ed. Rio de Jnaieo: Guanabara Koogan, 2020.