Você sabe o que é o X A B C D E do trauma?
O X A B C D E do trauma é um mnemônico que tem a finalidade de guiar a avaliação de profissionais socorristas diante de pacientes que sofreram trauma.
Para o Manual de Prevenção e Primeiros Socorros da Prefeitura de São Paulo, o trauma pode ser conceituado como a lesão caracterizada por alterações estruturais ou desequilíbrio fisiológico causada pela exposição aguda a diferentes formas de energia: mecânica, térmica, elétrica, química e irradiações, podendo afetar superficialmente o corpo ou lesar estruturas nobres e profundas do organismo.
Neste contexto, o socorrista deverá aplicar o mnemônico X A B C D E.
No entanto, antes de executar o atendimento à vítima, é preciso tomarmos algumas decisões muito importantes:
Em primeiro lugar, é necessário manter a calma. Por que manter a calma? Normalmente quem se depara com um acidente por exemplo, entra em um estado de desespero.
Em seguida, é preciso identificar se o local está seguro, tanto para o socorrista e quanto para terceiros, principalmente para os curiosos. Assim, a primeira responsabilidade é garantir a segurança do local antes de abordar a vítima.
Em muitas situações, é impossível garantir a segurança da cena. Mas o que fazer nesse caso? Chame por ajuda, como a polícia militar, corpo de bombeiros, SAMU e outros.
Pronto, você garantiu que a cena está segura, agora é o momento de utilizar o EPI (equipamento de proteção individual) antes de realizar a abordagem da vítima, iniciando assim o XABCDE.
É bom enfatizar que, antes da abordagem da vítima, sempre é necessário verificar a própria segurança, inclusive com relação ao risco de contaminação por agentes biológicos, químicos e radiológicos. Por isso é importante a utilização do EPI.
O foco dos primeiros socorros é a verificação da segurança da cena, garantindo que não exista riscos no local, antes de se aproximar da vítima.
De modo resumido, vamos enumerar todos os passos do atendimento do trauma a fim de termos uma noção de quando realizamos o X A B C D E. Veja:
O XABCDE é uma ferramenta de avaliação primária do trauma em que cada letra envolve um grupo de ações que se deve fazer. Veja:
X – Controle da Hemorragia eXsanguinante.
A – Vias Áreas – Verificar permeabiliade das vias aéreas, estabilizar coluna cervical e verificar responsividade.
B – Boa respiração – Verificar respiração e administrar oxigênio.
C – Boa Circulação – Verificar circulação e procurar por hemorragias menores.
D – Realizar o exame neurológico sucinto.
E – Exposição da vítima e prevenir hipotermia.
Embora haja uma orientação de sequência de execução das letras, pode-se realizar a avaliação de dois ou mais parâmetros simultaneamente.
Antes de aprofundarmos no XABCDE, você sabia que continua existindo o ABCDE do trauma.
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O XABCDE é a avaliação primária da vítima de trauma que está com uma importante hemorragia externa.
Já o ABCDE sem o X, trata-se da avaliação primária do agravo clínico, ou seja, envolve o atendimento ao paciente vítima de trauma que não está apresentando uma hemorragia externa grave. No entanto, o paciente continua sendo vítima ou suspeita de traumatismo.
XABCDE = vítima de trauma com hemorragia aparente.
ABCDE = vítima de trauma sem hemorragia aparente.
CAB = vítima em PCR
Vamos ao passo a passo do X A B C D E.
Quando notamos a presença de grande quantidade de sangue na vítima, é preciso controlar a hemorragia externa a fim de prevenir o choque hipovolêmico e a morte.
Assim, deve-se proceder imediatamente a contenção do sangramento através de compressão direta no local lesionado, caso seja possível.
No entanto, se não for possível controlar o sangramento em extremidades, pode ser realizado um torniquete.
Por outro lado se o sangramento for na região do tronco, será necessário aplicar um curativo hemostático, caso esteja disponível.
Após controlar a hemorragia externa, chegou o momento de verificar as vias aéreas da vítima.
A princípio, verifica-se a responsabilidade chamando a vítima e executando simultaneamente a estabilização manual da coluna vertebral e avaliando a respiração.
Na avaliação das vias aéreas, é necessário verificar se vias aéreas estão pérvias. Para isso utilizamos manobras de abertura das vias aéreas para o trauma e retirada de secreções e corpos estranhos que porventura estejam na cavidade oral.
É bom mencionar que o nosso corpo necessita de oxigênio para que as células possam executar o seu metabolismo e reproduzir energia para o bom funcionamento de todos os nossos órgãos.
Quando há uma interrupção nesse fornecimento de oxigênio, ocorre uma desestabilização de funcionamento do corpo.
Para identificar uma alteração nesse fornecimento de oxigênio, é preciso que nós tenhamos uma noção de anatomia e fisiologia da respiração.
O sistema nervoso central, especialmente o bulbo, que está localizado no cérebro, é responsável pelo controle da respiração.
Do bulbo partem nervos, os nervos frênicos, que levam informações de contração e relaxamento aos músculos intercostais e ao diafragma, a fim de controlar a respiração.
Além do sistema fisiológico, é necessário também que a hematose esteja adequada. Hematose é troca gasosa que ocorre a nível alveolar, dentro dos pulmões.
Caso paciente não esteja com uma ventilação adequada, ou seja, não chegando ar oxigenado dentro dos alvéolos, não haverá uma troca gasosa adequada e assim haverá um mal funcionamento do corpo, uma vez que os órgãos nobres não estão recebendo sangue com oxigênio e nutrientes.
Na tentativa de resolver a hipóxia cerebral e cardiovascular, o sistema nervoso central emite impulsos nervosos para que outros músculos, que antes não eram responsáveis pelos movimentos respiratórios, possam auxiliar processo de respiração, como o músculo peitoral e alguns outros do pescoço.
Daí notamos que o paciente com dificuldade na respiração, apresentará uso de musculatura acessória. Aumentando o recrutamento de fibras musculares, haverá maior gasto de energia, e a vítima puxa o ar com muito mais força. Temos agora configurado, a síndrome do esforço respiratório.
Nesse sentido, é fundamental manter o pleno funcionamento da respiração, garantindo que as vias aéreas estejam pérvias.
Para isso existem duas técnicas de abertura das vias aéreas:
Além disso, o socorrista deve tomar alguns cuidados ao abrir a via aérea do paciente vítima de trauma, evitando a hiperextensão da cabeça e a lesão medular.
É importante frisar que não vamos realizar a manobra de inclinação da cabeça é elevação do queixo no XABCDE.
Além disso, outra situação que pode estar impedindo a ventilação é a presença de corpos estranhos ou secreção que posição está atrapalhando a passagem do ar.
Caso o paciente esteja inconsciente, é preciso realizar manobras de ressuscitação cardiopulmonar através do mnemônico CABD, pois a prioridade é a reanimação e depois a manobra de Heimlich.
A manobra de Heimlich deve ser realizado com o paciente apresentando pulso.
Trata-se um procedimento de emergência utilizado em caso de emergência por asfixia, geralmente provocado por engasgo por corpo estranho.
Nesta manobra, o socorrista abraça a vítima pelas costas, com uma das mãos entrelaçadas na região entre o umbigo e o tórax da vítima. Faz-se uma pressão sobre o diafragma da pessoa engasgada, o que causa uma tosse forçada e fazendo com que o objeto seja expulso dos pulmões.
Continuando a avaliar as vias aéreas, é necessário verificar oximetria de pulso. Se estiver menor do que 94%, deve-se administrar oxigênio por máscara facial, com 10 a 15 litros por minuto.
Outra medida importante é a colocação do colar cervical. Para isso, deve-se realizar a estabilização manual da cabeça, realizando um alinhamento neutro da coluna cervical
O próximo passo é avaliar a respiração e a boa oxigenação da vítima.
Nesse sentido deve-se realizar as seguintes avaliações:
Quando o paciente não consegue respirar adequadamente, o sistema nervoso central impulsos nervosos para que outros músculos possam auxiliar processo de respiração, o músculo peitoral e alguns outros do pescoço.
A respiração utilizando a musculatura acessória promove maior gasto de energia, e a vítima puxa o ar com muito mais força, o que nomeamos de esforço respiratório.
Além disso, verifique se a vítima apresenta lesões abertas fechadas no tórax e caso o paciente esteja com ventilação prejudicada, realize a palpação de todo tórax;
Em casos de frequência respiratória inferior a 8 movimentos respiratórios por minuto ou a ventilação oxigenação esteja muito prejudicada, considere a necessidade de ventilação assistida por meio de bolsa válvula Máscara, também chamada de Ambu.
O Ambu encontrado no material de apoio das equipes de atendimento de urgências e Emergências e no serviço médico no carrinho de emergência.
Depois de avaliar a via aérea, chegou o momento e verificarmos a circulação.
Nesse momento, é verificado a presença de sangramentos externos pequenos e a realização do seu estancamento por compressão direta ou realização de torniquete.
Além disso é preciso avaliar o reenchimento capilar, que é considerado normal abaixo de 2 segundos.
O enchimento capilar é verificado aplicando a ponta dos dedos, com certa pressão no leito ungueal. Quando ocorre a recoloração do leito ungueal em mais de dois segundos, é sinal de problemas de circulação sanguínea ou má perfusão.
Em seguida, avalie as características da pele, como temperatura, umidade e coloração.
Quando está presente uma diminuição do volume de sangue circulatório devido a perda de sangue, o organismo realiza a vasodilatação central e a vasoconstrição periférica. Isso faz com que o sangue se concentre no centro do corpo, privilegiando os órgãos nobres, como coração, rins e cérebro. No entanto, a diminuição de sangue na pele, faz com que toda a pele fique fria e pálida. Estes são sinais claros de de choque circulatório.
Continuando nossa avaliação do sistema circulatório, uma das ações mais importantes é avaliar o pulso central e o radial.
O pulso é o relaxamento das artérias em resposta a uma pressão exercida pela contração do ventrículo esquerdo e qualquer alteração na pulsação arterial, é sinal de que algo não está indo bem dentro do corpo.
Em pacientes adultos, é orientado verificar o pulso carotídeo, pois é mais forte, central e de fácil acesso. No bebê, verifica-se o pulso braquial.
Deve-se contar as batidas em um minuto, sendo que, no adulto, é normal entre 60 e 100 batimentos por minuto. Já no bebê, normalidade está entre 120 e 160 batimentos por minuto.
Quando o paciente apresenta pulso central, podemos concluir que ele não está em parada cardíaca. Se, o pulso central estiver presente, mas não há pulso periférico (radial), estamos diante de um choque circulatório.
Além disso, se for possível, é bom aferir a pressão arterial. A pressão arterial é um indicador importante do estado circulatório.
A letra D envolve a avaliação do estado neurológico, o que pode ser realizado através de dois instrumentos, o AVDI e a Escala de Coma de Glasgow.
O que é o AVDI?
Trata-se de um minimônico mais rápido direto do que é escala de coma de Glasgow, em a letra:
A – Alerta.
B – Resposta verbal.
D – Resposta à dor.
I – Inconsciência?
Escala de coma de Glasgow?
Envolve uma avaliação do nível de consciência por meio de avaliação de quatro parâmetros:
Neste momento deve-se realizar a exposição do paciente e realizar o controle da hipotermia.
É preciso cortar as vestes sem promoveram a movimentação excessiva. Deve se movimentar somente as partes necessárias, para prevenir a piora das lesões.
Quando disponível, é fundamental utilizar a manta de alumínio ou cobertores para evitar a perda de temperatura.
Caso esteja em um local com ar condicionado, deve-se desligar o aparelho.
Terminamos de realizar o protocolo X A B C D E e agora é o momento de transportar o paciente para a rede hospitalar.
Para isso é preciso imobilizar o paciente, através da colocação do colar cervical e o KED, e colocá-lo sobre a prancha rígida.
O KED é um importante instrumento que imobiliza a coluna na região torácica e lombar protegendo essas regiões, da sua piora, se por acaso estiver presentes.
É muito importante mencionar, que as Novas Diretrizes de 2015 da Associação Americana de Cardiologia, não recomendam a colocação do colar cervical para imobilização da coluna das vítimas de trauma, em caso de socorrista leigo.
A recomendação tem a finalidade de prevenir o risco de aumento da pressão intracraniana do padrão respiratório, em consequência da má aplicação do colar cervical, o que provoca ainda mais prejuízos que benefícios á vítima.
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